Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Agora estamos feitos. Temer admite “coincidência absoluta” com as posições de Donald Trump. Conforme escrevi aqui, o jantar desta segunda-feira não foi um encontro bilateral entre Trump e Temer, tal como andou divulgando o Planalto. Foi uma reunião de Trump com Brasil e vizinhos que estão dispostos a “pressionar” a Venezuela por uma “solução democrática”, eufemismo para a derrubada do presidente Nicolás Maduro. Chega a ser patético, vindo de Temer, que usurpou a Presidência com um golpe parlamentar.
Além de Temer, participaram do jantar os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, o do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente argentina, Gabriela Machette. O nome do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, esteve na lista da Casa Branca mas não compareceu, por ter desistido de participar da conversa conspiratória ou por qualquer outra razão não explicada. Segundo Temer, eles combinaram um “aumento da pressão” contra a Venezuela, mas pressão apenas verbal e diplomática, ressalvou. O que está na agenda para outubro, entretanto, é uma operação militar conjunta, nos fundos do quintal da Venezuela, na Amazônia brasileira, reunindo Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Peru.
Esta operação, apresentada como exercício de cooperação militar, é vista com enorme receio pela Venezuela e seus amigos. Ela permitirá aos quatro países conhecer o teatro de operações para uma eventual intervenção militar, embora o que se teme é algo mais sutil: a indução de “forças irregulares” que operam na área conhecida como Cabeça do Cachorro – traficantes e mercenários de toda espécie - a se deslocarem para o Sul da Venezuela, criando enclaves como os que foram plantados pelos americanos na Líbia e na Síria. Isso feito, começa a conflagração e a desestabilização, sem que os Estados Unidos ou qualquer outro país seja acusado de intervenção militar direta.
No Brasil, militares nacionalistas não gostaram mas se calaram em nome da hierarquia (diferentemente do general Mourão, o que pregou o golpe militar, levando o governo a um silêncio de 72 horas sobre tão grave assunto). E a sociedade civil, tragada por nossa tragédia doméstica, não atentou para os passos largos que Temer vem dando em sentido contrário à nossa tradição diplomática, de respeito à autodeterminação dos povos e de solidariedade aos povos irmãos da América Latina. Nada mais revelador disso do que a declaração de sua “coincidência absoluta” com Trump em relação à Venezuela. Nada do que interessa ao Brasil, na relação com os Estados Unidos, foi tratado no encontro.
Agora estamos feitos. Temer admite “coincidência absoluta” com as posições de Donald Trump. Conforme escrevi aqui, o jantar desta segunda-feira não foi um encontro bilateral entre Trump e Temer, tal como andou divulgando o Planalto. Foi uma reunião de Trump com Brasil e vizinhos que estão dispostos a “pressionar” a Venezuela por uma “solução democrática”, eufemismo para a derrubada do presidente Nicolás Maduro. Chega a ser patético, vindo de Temer, que usurpou a Presidência com um golpe parlamentar.
Além de Temer, participaram do jantar os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, o do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente argentina, Gabriela Machette. O nome do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, esteve na lista da Casa Branca mas não compareceu, por ter desistido de participar da conversa conspiratória ou por qualquer outra razão não explicada. Segundo Temer, eles combinaram um “aumento da pressão” contra a Venezuela, mas pressão apenas verbal e diplomática, ressalvou. O que está na agenda para outubro, entretanto, é uma operação militar conjunta, nos fundos do quintal da Venezuela, na Amazônia brasileira, reunindo Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Peru.
Esta operação, apresentada como exercício de cooperação militar, é vista com enorme receio pela Venezuela e seus amigos. Ela permitirá aos quatro países conhecer o teatro de operações para uma eventual intervenção militar, embora o que se teme é algo mais sutil: a indução de “forças irregulares” que operam na área conhecida como Cabeça do Cachorro – traficantes e mercenários de toda espécie - a se deslocarem para o Sul da Venezuela, criando enclaves como os que foram plantados pelos americanos na Líbia e na Síria. Isso feito, começa a conflagração e a desestabilização, sem que os Estados Unidos ou qualquer outro país seja acusado de intervenção militar direta.
No Brasil, militares nacionalistas não gostaram mas se calaram em nome da hierarquia (diferentemente do general Mourão, o que pregou o golpe militar, levando o governo a um silêncio de 72 horas sobre tão grave assunto). E a sociedade civil, tragada por nossa tragédia doméstica, não atentou para os passos largos que Temer vem dando em sentido contrário à nossa tradição diplomática, de respeito à autodeterminação dos povos e de solidariedade aos povos irmãos da América Latina. Nada mais revelador disso do que a declaração de sua “coincidência absoluta” com Trump em relação à Venezuela. Nada do que interessa ao Brasil, na relação com os Estados Unidos, foi tratado no encontro.
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