Por Renato Rovai, em seu blog:
No balanço dos anos a gente vai do paraíso ao inferno. No reveillon de 2011, brilhavam estrelas no céu. O Brasil havia sido a bola da vez em 2010 e ganhou até capa da liberal The Economist: Brazil, takes off. Em bom português, Brasil decola. A imagem era a do Cristo Redentor como um foguete rumo ao céu.
Neste 2017 da dureza porreta, o Cristo serviu a uma outra metáfora numa charge que rodou muito. Ele deixou o Pão de Açúcar e saiu andando pelas ruas do Rio, com a legenda: desisto.
Sete anos se passaram. E já que estamos em momentos de festas cristãs, é bom sempre lembrar que sete é o número bíblico. Deus fez a terra em sete dias, rolaram as sete pragas do Egito, Jesus mandou que os apóstolos perdoassem as ofensas sete vezes sete (e eu levo este ensinamento a sério pra manter a saúde intacta ao blogar). Enfim é sete pra tudo quanto é lado.
E deixamos 2017 numa ruína de dar dó, depois de sete anos em que o país era anunciado ao mundo como o bola da vez.
Mas podia ter sido pior, acreditem. E só não foi porque, diferentemente do que muitos costumam dizer, o brasileiro e suas múltiplas organizações ainda têm força para resistir contra todo a putaria de uma elite canalha de dentro e de fora, que está organizada em todos os setores: judiciário, mídia, congresso, empresariado etc.
É uma gangue que decidiu após um golpe implementar um programa que nunca seria vitorioso nas urnas. E está conseguindo, evidente, avançar em vários aspectos.
Nosso pré-sal está sendo entregue em fatias, a Eletrobras já está quase vendida, a reforma trabalhista passou, os programas sociais estão todos sendo eliminados e assim por diante.
Mas mesmo com tudo isso, eles não conseguiram construir um modelo e nem um discurso para convencer o povo de que estão no caminho certo. Há imensa revolta com as decisões que estão sendo tomadas e isso se expressa em dois dados que me parecem vão dar o norte de 2018.
Pesquisa Datafolha apontou que 71% dos brasileiros são contra a privatização. Pesquisa Ipsos/Estadão informa que Lula tem mais aprovação do que Moro.
Dois dados absurdamente relevantes e que estão sendo subestimados por quem analisa 2017. O ano se fecha como que se dizendo, não passei batido. Foi duro, mas a forma como muitos de nós denunciamos, gritamos, lutamos em todos os cantos das redes e das ruas, parece ter tido efeito.
Se a democracia não for completamente interditada em 2018, com uma terceira fase do golpe, os golpistas terão de voltar pra casa absolutamente desmoralizados. Carregando suas calças com uma das mãos e segurando a bolsa da viagem para o ostracismo com a outra.
O balanço de 2017 não pode ser catatônico, choroso, mimizento. Ele pode e tem que ser um balanço de fé e de coragem, daqueles que vergam, mas não quebram. Daqueles que são madeira de lei que cupim não rói.
Despeço-me deste ano com este post, agradecendo a todos vocês que tiveram essa postura. Que entregaram boa parte dos seus dias para lutar. E que não merecem ser tratados como se o que fizeram de nada valeu. Porque vocês são foda. Vocês de todos os cantos deste país é que nos dão energia para continuar aqui, escrevendo, postando, conversando. E se fosse só por isso já seria muito.
Mas vocês fizeram muito mais em 2017, um dos anos mais difíceis da história do Brasil. E onde poderíamos ter perdido tudo que construímos. Porque a união pelo butim desta gente canalha foi algo absurdo, inédito. Mas não deu certo. E vai ter luta.
E em 2018 pode contar com a Fórum, porque como você, o nosso jornalismo vai pra cima.
No balanço dos anos a gente vai do paraíso ao inferno. No reveillon de 2011, brilhavam estrelas no céu. O Brasil havia sido a bola da vez em 2010 e ganhou até capa da liberal The Economist: Brazil, takes off. Em bom português, Brasil decola. A imagem era a do Cristo Redentor como um foguete rumo ao céu.
Neste 2017 da dureza porreta, o Cristo serviu a uma outra metáfora numa charge que rodou muito. Ele deixou o Pão de Açúcar e saiu andando pelas ruas do Rio, com a legenda: desisto.
Sete anos se passaram. E já que estamos em momentos de festas cristãs, é bom sempre lembrar que sete é o número bíblico. Deus fez a terra em sete dias, rolaram as sete pragas do Egito, Jesus mandou que os apóstolos perdoassem as ofensas sete vezes sete (e eu levo este ensinamento a sério pra manter a saúde intacta ao blogar). Enfim é sete pra tudo quanto é lado.
E deixamos 2017 numa ruína de dar dó, depois de sete anos em que o país era anunciado ao mundo como o bola da vez.
Mas podia ter sido pior, acreditem. E só não foi porque, diferentemente do que muitos costumam dizer, o brasileiro e suas múltiplas organizações ainda têm força para resistir contra todo a putaria de uma elite canalha de dentro e de fora, que está organizada em todos os setores: judiciário, mídia, congresso, empresariado etc.
É uma gangue que decidiu após um golpe implementar um programa que nunca seria vitorioso nas urnas. E está conseguindo, evidente, avançar em vários aspectos.
Nosso pré-sal está sendo entregue em fatias, a Eletrobras já está quase vendida, a reforma trabalhista passou, os programas sociais estão todos sendo eliminados e assim por diante.
Mas mesmo com tudo isso, eles não conseguiram construir um modelo e nem um discurso para convencer o povo de que estão no caminho certo. Há imensa revolta com as decisões que estão sendo tomadas e isso se expressa em dois dados que me parecem vão dar o norte de 2018.
Pesquisa Datafolha apontou que 71% dos brasileiros são contra a privatização. Pesquisa Ipsos/Estadão informa que Lula tem mais aprovação do que Moro.
Dois dados absurdamente relevantes e que estão sendo subestimados por quem analisa 2017. O ano se fecha como que se dizendo, não passei batido. Foi duro, mas a forma como muitos de nós denunciamos, gritamos, lutamos em todos os cantos das redes e das ruas, parece ter tido efeito.
Se a democracia não for completamente interditada em 2018, com uma terceira fase do golpe, os golpistas terão de voltar pra casa absolutamente desmoralizados. Carregando suas calças com uma das mãos e segurando a bolsa da viagem para o ostracismo com a outra.
O balanço de 2017 não pode ser catatônico, choroso, mimizento. Ele pode e tem que ser um balanço de fé e de coragem, daqueles que vergam, mas não quebram. Daqueles que são madeira de lei que cupim não rói.
Despeço-me deste ano com este post, agradecendo a todos vocês que tiveram essa postura. Que entregaram boa parte dos seus dias para lutar. E que não merecem ser tratados como se o que fizeram de nada valeu. Porque vocês são foda. Vocês de todos os cantos deste país é que nos dão energia para continuar aqui, escrevendo, postando, conversando. E se fosse só por isso já seria muito.
Mas vocês fizeram muito mais em 2017, um dos anos mais difíceis da história do Brasil. E onde poderíamos ter perdido tudo que construímos. Porque a união pelo butim desta gente canalha foi algo absurdo, inédito. Mas não deu certo. E vai ter luta.
E em 2018 pode contar com a Fórum, porque como você, o nosso jornalismo vai pra cima.
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