Por Altamiro Borges
O Jornal do Brasil publicou nesta terça-feira (1) um artigo que me fez lembrar do colunista Merval Pereira, o capacho-oficial da famiglia Marinho que galgou – sabe-se lá como – o posto de “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). O texto, assinado por Celina Côrtes, registra: “Que o Rio de Janeiro vive um de seus piores infernos astrais não é novidade para ninguém. A crise, porém, também passou a atingir em cheio a vetusta ABL, que só tem conseguido alugar a metade das 300 salas de sua sede, o Palácio Austregésilo de Athayde, vizinho ao Petit Trianon, no centro da cidade, e sua principal fonte de renda. O orçamento mensal de R$ 2,4 milhões caiu a R$ 1,2 milhão”.
O resultado desta queda, que confirma a grave crise econômica que o serviçal da Globo tenta ocultar, é dramático: “Os encontros e chás das terças-feiras foram cancelados em fevereiro, mês em que foram demitidos 12 dos 140 funcionários. Apesar da relativa penúria, as sessões das quintas-feiras precedidas pelo tradicional chá foram preservadas, sem abalos a seu requintado padrão de qualidade”. Merval Pereira, que apoiou o golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, nem deve ter sentido a “relativa penúria”. Mas o declínio é visível, como atesta o acadêmico Arnaldo Niskier, 83 anos de idade e 35 anos de casa, o segundo decano (o primeiro é José Sarney) com assento na ABL.
“É triste ver a academia em crise. O país está em crise, e o Rio é um dos estados que mais sofrem. Então, os problemas aqui também são maiores”, constata. Para ele, a supressão das reuniões de terça-feira foi uma maneira de preservar “o essencial”, o chá, o momento de reflexão que precede a sessão propriamente dita das quintas-feiras. “Nesses encontros discutimos problemas da academia e examinamos questões ligadas à língua e à cultura brasileiras”. Neste aspecto, ele ressalta que nada mudou: “o chá preto continua sendo da marca inglesa Twinings, servido em porcelana de Sèvres, com fartura de doces e salgados, sob a iluminação dos lustres de cristal”.
A matéria do JB observa que a crise afeta o bolso dos “imortais” da ABL. “Para uma casa que mantém 40 cadeiras, riscar um dia do calendário útil da instituição representa uma economia de R$ 40 mil – valor despendido pelo pagamento do jetom de R$ 1 mil a cada um que comparecer ao encontro. Além disso, os imortais recebem mesada de R$ 3 mil, aproximadamente”. Merval Pereira, porém, não deve sentir falta da mesada. Além do régio salário que abocanha como um dos principais serviçais da famiglia Marinho, ele também garfa uma grana robusta com palestras em entidades patronais e congêneres. Recentemente, soube-se que Merval Pereira recebeu milhares de reais da Federação do Comércio do Rio de Janeiro.
Em tempo: No final de abril, o Ministério Público Federal voltou a questionar eventos patrocinados pela Fecomércio do Rio de Janeiro. Segundo matéria de Italo Nogueira, publicada na Folha, o ex-presidente da entidade, Orlando Diniz, teria desviado recursos do Sesc-RJ em várias palestras e eventos Ele chegou a ser preso como decorrência da Operação Lava-Jato. “A entidade repassou R$ 14,1 milhões para as edições em 2010 e 2011 ‘sem seleção prévia do projeto a ser patrocinado, sem comprovação do preço de mercado do custo do patrocínio e sem comprovação de aplicação dos recursos pelo patrocinado', diz o relatório do tribunal. A PF também apreendeu na casa de Diniz uma tabela com os valores dos repasses a eventos na cidade com uma coluna classificada como ‘outros gastos (10%)’... Diniz foi denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro, corrupção e participação em organização criminosa junto com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Ele usou, segundo o MPF, operadores do emedebista para ‘branquear’ recursos ilegais”.
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Leia também:
- Merval Pereira e a grana do Senac-RJ
- Fecomércio e os jornalistas da Globo
- Colunistas da Globo receberam da Fecomércio
- Merval critica as “elites”. Patético!
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- Merval Pereira teme Ley de Medios
- Merval Pereira, o “imortal” da ABL
- Merval Pereira e a “negociata” da ABL
- Merval devia assessorar Marun, o pitbull
- Besteiras “imortais” de Merval Pereira
O Jornal do Brasil publicou nesta terça-feira (1) um artigo que me fez lembrar do colunista Merval Pereira, o capacho-oficial da famiglia Marinho que galgou – sabe-se lá como – o posto de “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL). O texto, assinado por Celina Côrtes, registra: “Que o Rio de Janeiro vive um de seus piores infernos astrais não é novidade para ninguém. A crise, porém, também passou a atingir em cheio a vetusta ABL, que só tem conseguido alugar a metade das 300 salas de sua sede, o Palácio Austregésilo de Athayde, vizinho ao Petit Trianon, no centro da cidade, e sua principal fonte de renda. O orçamento mensal de R$ 2,4 milhões caiu a R$ 1,2 milhão”.
O resultado desta queda, que confirma a grave crise econômica que o serviçal da Globo tenta ocultar, é dramático: “Os encontros e chás das terças-feiras foram cancelados em fevereiro, mês em que foram demitidos 12 dos 140 funcionários. Apesar da relativa penúria, as sessões das quintas-feiras precedidas pelo tradicional chá foram preservadas, sem abalos a seu requintado padrão de qualidade”. Merval Pereira, que apoiou o golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, nem deve ter sentido a “relativa penúria”. Mas o declínio é visível, como atesta o acadêmico Arnaldo Niskier, 83 anos de idade e 35 anos de casa, o segundo decano (o primeiro é José Sarney) com assento na ABL.
“É triste ver a academia em crise. O país está em crise, e o Rio é um dos estados que mais sofrem. Então, os problemas aqui também são maiores”, constata. Para ele, a supressão das reuniões de terça-feira foi uma maneira de preservar “o essencial”, o chá, o momento de reflexão que precede a sessão propriamente dita das quintas-feiras. “Nesses encontros discutimos problemas da academia e examinamos questões ligadas à língua e à cultura brasileiras”. Neste aspecto, ele ressalta que nada mudou: “o chá preto continua sendo da marca inglesa Twinings, servido em porcelana de Sèvres, com fartura de doces e salgados, sob a iluminação dos lustres de cristal”.
A matéria do JB observa que a crise afeta o bolso dos “imortais” da ABL. “Para uma casa que mantém 40 cadeiras, riscar um dia do calendário útil da instituição representa uma economia de R$ 40 mil – valor despendido pelo pagamento do jetom de R$ 1 mil a cada um que comparecer ao encontro. Além disso, os imortais recebem mesada de R$ 3 mil, aproximadamente”. Merval Pereira, porém, não deve sentir falta da mesada. Além do régio salário que abocanha como um dos principais serviçais da famiglia Marinho, ele também garfa uma grana robusta com palestras em entidades patronais e congêneres. Recentemente, soube-se que Merval Pereira recebeu milhares de reais da Federação do Comércio do Rio de Janeiro.
Em tempo: No final de abril, o Ministério Público Federal voltou a questionar eventos patrocinados pela Fecomércio do Rio de Janeiro. Segundo matéria de Italo Nogueira, publicada na Folha, o ex-presidente da entidade, Orlando Diniz, teria desviado recursos do Sesc-RJ em várias palestras e eventos Ele chegou a ser preso como decorrência da Operação Lava-Jato. “A entidade repassou R$ 14,1 milhões para as edições em 2010 e 2011 ‘sem seleção prévia do projeto a ser patrocinado, sem comprovação do preço de mercado do custo do patrocínio e sem comprovação de aplicação dos recursos pelo patrocinado', diz o relatório do tribunal. A PF também apreendeu na casa de Diniz uma tabela com os valores dos repasses a eventos na cidade com uma coluna classificada como ‘outros gastos (10%)’... Diniz foi denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro, corrupção e participação em organização criminosa junto com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Ele usou, segundo o MPF, operadores do emedebista para ‘branquear’ recursos ilegais”.
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