Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Josué Gomes divulga nota
O Balaio recebeu a seguinte nota do empresário Josué Gomes sobre a sua indicação para ser vice na chapa de Geraldo Alckmin:
“Em viagem de trabalho, tomei conhecimento da decisão do Partido da República, a que sou filiado, de - juntamente com o DEM, PP, PRB e Solidariedade - apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, sugerindo o meu nome como possível vice da chapa.
Relembro o meu saudoso pai, que dizia que o importante na chapa é quem encabeça. E acrescentava: “vice não manda nada e deve evitar atrapalhar.”. De minha parte, creio firmemente que uma coligação deve estar baseada em programas e ideias que projetem os rumos a serem seguidos pelo Brasil. Recebi com responsabilidade essa possível indicação. Agradeço a confiança que as lideranças depositam em meu nome. No meu retorno, procurarei me inteirar dos encaminhamentos feitos pelos partidos para que possa tomar uma decisão”.
Josué Christiano Gomes da Silva
Só o MDB, quem diria, ficou de fora - por enquanto, claro.
Todo o resto, tirante os partidos de esquerda, fechou com o tucano Geraldo Alckmin como candidato único do “centro”, o novo nome da direita brasileira.
Numa verdadeira “blitzkrieg” na quinta-feira, a grande aliança golpista do impeachment encontrou finalmente seu candidato, que vinha capengando nas pesquisas, e agora vai ter 40% de todo o tempo de TV na propaganda eleitoral.
O mercado comemora, a Bolsa deve subir e o dólar cair, após a guinada do poderoso “Centrão”, formado por Eduardo Cunha para derrubar Dilma Rousseff em 2016, e colocar Michel Temer em seu lugar, “com Supremo e tudo”.
A fina flor dos partidos fisiológicos de direita deu uma solene banana para Ciro Gomes, que os cortejava e, comandados por Valdemar Costa Neto, o Boy, dono do PR e condenado no mensalão, seus caciques foram todos unidos para o ninho tucano.
Valdemar foi o fiel da balança e indicou o vice de Alckmin, o empresário Josué Gomes, filho de José Alencar, vice de Lula nos dois mandatos do petista, e que também era cobiçado por Ciro.
De uma hora para outra, na semana em que começam as convenções partidárias para oficializar as candidaturas, o quadro clareou.
Se tudo der certo na estratégia do establishment, Alckmin será o ungido nas urnas para deixar tudo como está e depois ver como fica.
Para isso, o ex-governador paulista terá que entregar os dedos e os anéis ao “Centrão”, que comandará o Congresso, e manter as reformas da “Ponte para o Futuro” e todo o “legado” de Temer.
Diante da resiliência do explosivo Jair Bolsonaro, o candidato militar da extrema direita apoiado por parte da elite empresarial, Geraldo Alckmin se tornou o mal menor para a oligarquia, uma forma de manter o poder sem correr maiores riscos de mudanças bruscas.
Agora isolado e sem alianças, a Ciro Gomes, cuja candidatura será oficialmente lançada na convenção do PDT nesta sexta-feira, só restará procurar abrigo na esquerda, onde tudo continua indefinido e congestionado à espera de uma decisão de Lula.
Sem o risco Bolsonaro, que também não fechou alianças e só tem 8 segundos na TV, o mais provável neste momento é a ida de Alckmin para o segundo turno representando o “status quo”.
Ciro terá que disputar a outra vaga com o candidato indicado por Lula e não é improvável que se repita a disputa entre PSDB e PT, como tem acontecido nos últimos 25 anos.
Roda, roda, roda, e voltamos ao ponto de partida, sem grandes novidades no ano que seria o da grande renovação da política pós- Lava Jato.
Os candidatos inventados correram da raia e restaram os mesmos de sempre. De novo mesmo, só a patética figura de Henrique Meirelles, o candidato de Temer, que não passa de 1% nas pesquisas, mas insiste em continuar na disputa.
É bom não esquecer que tempo de TV ajuda, mas nem sempre decide: em 1989, quem tinha um latifúndio no programa eleitoral era Ulysses Guimarães, do velho PMDB, presidente da Constituinte e comandante das Diretas Já, que foi abandonado no meio do caminho e ficou com votação de nanico.
No fim, quem venceu foi Fernando Collor, o “caçador de marajás”, um “outsider” como é Jair Bolsonaro agora, mas acho que esse risco já não corremos mais.
A direita se uniu e a esquerda continua dividida. É o que temos para o momento.
Assim termina a semana, a menos de três meses das eleições.
E vida que segue.
*****
Todo o resto, tirante os partidos de esquerda, fechou com o tucano Geraldo Alckmin como candidato único do “centro”, o novo nome da direita brasileira.
Numa verdadeira “blitzkrieg” na quinta-feira, a grande aliança golpista do impeachment encontrou finalmente seu candidato, que vinha capengando nas pesquisas, e agora vai ter 40% de todo o tempo de TV na propaganda eleitoral.
O mercado comemora, a Bolsa deve subir e o dólar cair, após a guinada do poderoso “Centrão”, formado por Eduardo Cunha para derrubar Dilma Rousseff em 2016, e colocar Michel Temer em seu lugar, “com Supremo e tudo”.
A fina flor dos partidos fisiológicos de direita deu uma solene banana para Ciro Gomes, que os cortejava e, comandados por Valdemar Costa Neto, o Boy, dono do PR e condenado no mensalão, seus caciques foram todos unidos para o ninho tucano.
Valdemar foi o fiel da balança e indicou o vice de Alckmin, o empresário Josué Gomes, filho de José Alencar, vice de Lula nos dois mandatos do petista, e que também era cobiçado por Ciro.
De uma hora para outra, na semana em que começam as convenções partidárias para oficializar as candidaturas, o quadro clareou.
Se tudo der certo na estratégia do establishment, Alckmin será o ungido nas urnas para deixar tudo como está e depois ver como fica.
Para isso, o ex-governador paulista terá que entregar os dedos e os anéis ao “Centrão”, que comandará o Congresso, e manter as reformas da “Ponte para o Futuro” e todo o “legado” de Temer.
Diante da resiliência do explosivo Jair Bolsonaro, o candidato militar da extrema direita apoiado por parte da elite empresarial, Geraldo Alckmin se tornou o mal menor para a oligarquia, uma forma de manter o poder sem correr maiores riscos de mudanças bruscas.
Agora isolado e sem alianças, a Ciro Gomes, cuja candidatura será oficialmente lançada na convenção do PDT nesta sexta-feira, só restará procurar abrigo na esquerda, onde tudo continua indefinido e congestionado à espera de uma decisão de Lula.
Sem o risco Bolsonaro, que também não fechou alianças e só tem 8 segundos na TV, o mais provável neste momento é a ida de Alckmin para o segundo turno representando o “status quo”.
Ciro terá que disputar a outra vaga com o candidato indicado por Lula e não é improvável que se repita a disputa entre PSDB e PT, como tem acontecido nos últimos 25 anos.
Roda, roda, roda, e voltamos ao ponto de partida, sem grandes novidades no ano que seria o da grande renovação da política pós- Lava Jato.
Os candidatos inventados correram da raia e restaram os mesmos de sempre. De novo mesmo, só a patética figura de Henrique Meirelles, o candidato de Temer, que não passa de 1% nas pesquisas, mas insiste em continuar na disputa.
É bom não esquecer que tempo de TV ajuda, mas nem sempre decide: em 1989, quem tinha um latifúndio no programa eleitoral era Ulysses Guimarães, do velho PMDB, presidente da Constituinte e comandante das Diretas Já, que foi abandonado no meio do caminho e ficou com votação de nanico.
No fim, quem venceu foi Fernando Collor, o “caçador de marajás”, um “outsider” como é Jair Bolsonaro agora, mas acho que esse risco já não corremos mais.
A direita se uniu e a esquerda continua dividida. É o que temos para o momento.
Assim termina a semana, a menos de três meses das eleições.
E vida que segue.
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Josué Gomes divulga nota
O Balaio recebeu a seguinte nota do empresário Josué Gomes sobre a sua indicação para ser vice na chapa de Geraldo Alckmin:
“Em viagem de trabalho, tomei conhecimento da decisão do Partido da República, a que sou filiado, de - juntamente com o DEM, PP, PRB e Solidariedade - apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, sugerindo o meu nome como possível vice da chapa.
Relembro o meu saudoso pai, que dizia que o importante na chapa é quem encabeça. E acrescentava: “vice não manda nada e deve evitar atrapalhar.”. De minha parte, creio firmemente que uma coligação deve estar baseada em programas e ideias que projetem os rumos a serem seguidos pelo Brasil. Recebi com responsabilidade essa possível indicação. Agradeço a confiança que as lideranças depositam em meu nome. No meu retorno, procurarei me inteirar dos encaminhamentos feitos pelos partidos para que possa tomar uma decisão”.
Josué Christiano Gomes da Silva
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