Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Pode-se falar de uma disputa que, na reta final, é hoje, e poderá vir a ser amanhã, uma inédita reação suicida da sociedade. O Brasil tem cerca de 150 milhões de eleitores. Se a eleição fosse hoje, a metade não votaria. As pesquisas, até agora, apontam para uma grande rejeição na intenção de votos nulos e brancos. Eles se somam àqueles eleitores que não souberam e os que não responderam à pergunta: “Em quem vai votar?” E há ainda os cidadãos dispostos a não se aproximar das urnas.
Protesto infantil. Para saciar o paladar de Bolsonaro, a elite jovem, neste caso, está disposta a dar um tiro no pé. Ou no coturno. Ao votar no ex-capitão, os jovens talvez se sintam descrentes da política. Talvez confiem na equivocada tentativa de vencer o faroeste. Ou, quem sabe, bastariam atrabiliaridades do juiz Sergio Moro?
Dados colhidos na mais recente pesquisa do Ibope mostram a predominância de Lula entre os eleitores mais jovens. Mas essa diferença já foi maior. Eleitores de idade entre 25 e 34 anos ainda perdem para os 23% que sustentam o voto em Lula. Bolsonaro, porém, aproxima-se com 14%. O critério da escolaridade, entretanto, mostra que, no nível superior de ensino, Bolsonaro tem 17% e Lula, 15% (tabela).
Os votos dos mais jovens nas regiões Sudeste e Sul já não são mais sustentados por Lula. O apoio a Bolsonaro é expressivamente maior pelo critério de renda. Entre aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos e outros com ganho superior a 2 salários mínimos, Bolsonaro tornou-se, em princípio, insuperável.
As duas eleições presidenciais, vencidas por Lula, além da vitória de Dilma Rousseff, foram conquistadas com a ampliação de um voto que foi além da linha fronteiriça e própria ao PT. Há agora, no entanto, um claro recuo. Jair Bolsonaro nunca escondeu, nem esconderá agora, que não tem limites para alcançar a cadeira presidencial. Vale tudo. Ele se explica: “Se o nosso foco é a cadeira presidencial, paciência. Só não vamos fazer pacto com o Diabo”.
Calma lá, capitão. O Diabo, caso existisse, não daria nenhuma importância à sua patente.
O deputado e ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro tornou-se, sem dúvida, a mais curiosa e perigosa atração de uma eleição na qual boa parte dos eleitores parece mesmo disposta a votar nele. Sem a presença de Lula, as chances deste tresloucado competidor crescem. A competição é importante. Talvez uma das mais inquietantes da República. Ela sucede a um golpe que, lentamente, leva o País para o fundo do poço. A queda é profunda e está longe do fim.
Pode-se falar de uma disputa que, na reta final, é hoje, e poderá vir a ser amanhã, uma inédita reação suicida da sociedade. O Brasil tem cerca de 150 milhões de eleitores. Se a eleição fosse hoje, a metade não votaria. As pesquisas, até agora, apontam para uma grande rejeição na intenção de votos nulos e brancos. Eles se somam àqueles eleitores que não souberam e os que não responderam à pergunta: “Em quem vai votar?” E há ainda os cidadãos dispostos a não se aproximar das urnas.
Protesto infantil. Para saciar o paladar de Bolsonaro, a elite jovem, neste caso, está disposta a dar um tiro no pé. Ou no coturno. Ao votar no ex-capitão, os jovens talvez se sintam descrentes da política. Talvez confiem na equivocada tentativa de vencer o faroeste. Ou, quem sabe, bastariam atrabiliaridades do juiz Sergio Moro?
Dados colhidos na mais recente pesquisa do Ibope mostram a predominância de Lula entre os eleitores mais jovens. Mas essa diferença já foi maior. Eleitores de idade entre 25 e 34 anos ainda perdem para os 23% que sustentam o voto em Lula. Bolsonaro, porém, aproxima-se com 14%. O critério da escolaridade, entretanto, mostra que, no nível superior de ensino, Bolsonaro tem 17% e Lula, 15% (tabela).
Os votos dos mais jovens nas regiões Sudeste e Sul já não são mais sustentados por Lula. O apoio a Bolsonaro é expressivamente maior pelo critério de renda. Entre aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos e outros com ganho superior a 2 salários mínimos, Bolsonaro tornou-se, em princípio, insuperável.
As duas eleições presidenciais, vencidas por Lula, além da vitória de Dilma Rousseff, foram conquistadas com a ampliação de um voto que foi além da linha fronteiriça e própria ao PT. Há agora, no entanto, um claro recuo. Jair Bolsonaro nunca escondeu, nem esconderá agora, que não tem limites para alcançar a cadeira presidencial. Vale tudo. Ele se explica: “Se o nosso foco é a cadeira presidencial, paciência. Só não vamos fazer pacto com o Diabo”.
Calma lá, capitão. O Diabo, caso existisse, não daria nenhuma importância à sua patente.
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