Por Bepe Damasco, em seu blog:
Cena carioca que não tem preço: na manhã desta terça-feira, 31 de julho, o balconista da lanchonete em que tomo o café da manhã quase todas as manhãs, morador da Rocinha, enquanto servia os fregueses com seu inabalável bom humor, cantarolava: “Lula livre, Lula livre, Lula livre.”
Para a canalha golpista, uma péssima notícia: mesmo com o boicote da mídia alinhada ao golpe, o festival apoteótico Lula Livre, do último sábado na Lapa, no Rio de Janeiro, mudou de patamar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. Chico Buarque e Gilberto Gil cantando a antológica Cálice é um acontecimento revestido de uma força simbólica arrasadora.
Não há silêncio midiático que impeça que esse “canto torto feito faca de cortar a carne de vocês”, diria, se ainda estivesse entre nós, Belchior, outro grande artista brasileiro. A bolha protetora da Casa Grande formada pelos Marinho, Frias, Mesquita, Saad, Civita et caterva está sendo rompida.
Não há iniquidade e obscurantismo capazes de conter a força motriz de valores como convicção democrática e solidariedade. Os que lutam por liberdade e igualdade enfrentam reveses e percalços, mas nunca podem ser considerados derrotados. Bem ao contrário, estão fadados, cedo ou tarde, à vitória.
Desde sábado o ar está impregnado da mesma flagrância que antecedeu as memoráveis mobilizações democráticas da sociedade, tais como a luta pela anistia, assembleia nacional constituinte e diretas já. É óbvio que o Brasil mudou, os tempos são outros e não é fácil reunir 1 milhão de pessoas em praça pública.
Mas não custa lembrar de alguns fatores coincidentes entre as campanhas que cativaram corações e mentes dos brasileiros no passado e a luta pela libertação de Lula dos dias atuais: ambas tiveram como ponto de partida o apoio decidido de estudantes, professores, artistas, juristas, cientistas, profissionais liberais, movimentos sociais, mídia contra-hegemônica, partidos de esquerda e demais lutadores políticos e sociais, ou seja, a vanguarda politizada da sociedade. Quem tem mais de 50 anos lembra de como a Globo fez o que pôde para esconder a campanha das diretas. A mesma sabotagem se repete agora.
Uma faísca, no entanto, é capaz de fazer o movimento se disseminar pela classe trabalhadora, pelo povão. Em 1992, este impulso inesperado, por exemplo, ocorreu quando Collor, em cadeia de rádio e TV, pediu para que as pessoas trajassem verde e amarelo no dia seguinte em seu apoio. O Brasil amanheceu de preto. Embora não dê para cravar que os mais de 50 artistas e as 80 mil pessoas que compareceram à Lapa lograram acender este pavio, a sensação de que estamos próximos disso se espalha.
O forte apoio internacional que a campanha pela libertação de Lula desfruta é inclusive uma vantagem em relação às mobiliações de outrora. Praticamente toda a imprensa, além de juristas, intelectuais e políticos progressistas de um número incontável de países têm denunciado de forma contundente a fraude processual que fez de Lula um preso político, um condenado sem crime.
Vamos em frente.
Cena carioca que não tem preço: na manhã desta terça-feira, 31 de julho, o balconista da lanchonete em que tomo o café da manhã quase todas as manhãs, morador da Rocinha, enquanto servia os fregueses com seu inabalável bom humor, cantarolava: “Lula livre, Lula livre, Lula livre.”
Para a canalha golpista, uma péssima notícia: mesmo com o boicote da mídia alinhada ao golpe, o festival apoteótico Lula Livre, do último sábado na Lapa, no Rio de Janeiro, mudou de patamar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. Chico Buarque e Gilberto Gil cantando a antológica Cálice é um acontecimento revestido de uma força simbólica arrasadora.
Não há silêncio midiático que impeça que esse “canto torto feito faca de cortar a carne de vocês”, diria, se ainda estivesse entre nós, Belchior, outro grande artista brasileiro. A bolha protetora da Casa Grande formada pelos Marinho, Frias, Mesquita, Saad, Civita et caterva está sendo rompida.
Não há iniquidade e obscurantismo capazes de conter a força motriz de valores como convicção democrática e solidariedade. Os que lutam por liberdade e igualdade enfrentam reveses e percalços, mas nunca podem ser considerados derrotados. Bem ao contrário, estão fadados, cedo ou tarde, à vitória.
Desde sábado o ar está impregnado da mesma flagrância que antecedeu as memoráveis mobilizações democráticas da sociedade, tais como a luta pela anistia, assembleia nacional constituinte e diretas já. É óbvio que o Brasil mudou, os tempos são outros e não é fácil reunir 1 milhão de pessoas em praça pública.
Mas não custa lembrar de alguns fatores coincidentes entre as campanhas que cativaram corações e mentes dos brasileiros no passado e a luta pela libertação de Lula dos dias atuais: ambas tiveram como ponto de partida o apoio decidido de estudantes, professores, artistas, juristas, cientistas, profissionais liberais, movimentos sociais, mídia contra-hegemônica, partidos de esquerda e demais lutadores políticos e sociais, ou seja, a vanguarda politizada da sociedade. Quem tem mais de 50 anos lembra de como a Globo fez o que pôde para esconder a campanha das diretas. A mesma sabotagem se repete agora.
Uma faísca, no entanto, é capaz de fazer o movimento se disseminar pela classe trabalhadora, pelo povão. Em 1992, este impulso inesperado, por exemplo, ocorreu quando Collor, em cadeia de rádio e TV, pediu para que as pessoas trajassem verde e amarelo no dia seguinte em seu apoio. O Brasil amanheceu de preto. Embora não dê para cravar que os mais de 50 artistas e as 80 mil pessoas que compareceram à Lapa lograram acender este pavio, a sensação de que estamos próximos disso se espalha.
O forte apoio internacional que a campanha pela libertação de Lula desfruta é inclusive uma vantagem em relação às mobiliações de outrora. Praticamente toda a imprensa, além de juristas, intelectuais e políticos progressistas de um número incontável de países têm denunciado de forma contundente a fraude processual que fez de Lula um preso político, um condenado sem crime.
Vamos em frente.
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