Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Entramos na última semana para a aprovação de candidaturas e a montagem de alianças eleitorais. Doze partidos ainda não definiram suas estratégias e pelo menos seis devem lançar candidatos próprios nas convenções que acontecerão até o próximo domingo, 5 de agosto: Manuela D’Ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). Desde 1989, o quadro da disputa não se apresentava tão fragmentado, nem as perspectivas de governabilidade foram tão nebulosas.
Todos os partidos enfrentaram dilemas para escolher candidatos ou aliados, mas nenhum levará sua divisão interna até à undécima hora como o PSB.
Ontem o partido cancelou a reunião do Diretório Nacional e só vai decidir o rumo a seguir na própria convenção do dia 5, último dia permitido por lei para tal providência. Agora, pelo menos, as hesitações ficaram limitadas a duas: apoiar o candidato do PDT, Ciro Gomes, ou não apoiar ninguém, com liberação total dos diretórios estaduais.
Os defensores da aliança com Ciro tentavam ontem convencer o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, a aceitar o lugar de vice na chapa do pedetista, mas isso não havia evoluído até o início da noite.
Lacerda é candidato a governador de Minas, pelo PSB.
Nas últimas horas, segundo o líder Júlio Delgado, perdeu força no PSB a opção de apoiar o candidato do PT, seja ele Lula ou o substituto que ele indicar quando for impugnado.
A defesa da proposta acabou ficando restrita ao diretório de Pernambuco e foi prejudicada por decisões locais do PT, como a de excluir a senadora do PSB Lídice da Mata da chapa majoritária na Bahia.
Mas seja qual for a decisão, o governador pernambucano Paulo Câmara vai apoiar Lula, em mais um sinal de que a disputa eleitoral agravará as divisões internas nos partidos.
Em todos eles, do MDB de Meirelles ao PSL de Bolsonaro, a disputa gerou mais dissensões.
Talvez só o PT, pela circunstância peculiar de que seu candidato está preso, não enfrente hoje nenhuma dissidência em relação ao passo tático inicial, o pedido de registro da candidatura de Lula e a briga judicial por ela até o limite.
Sobre o depois é que poderão aflorar divergências.
Relativamente à fragmentação do quadro partidário, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin especulou ontem que nenhum partido elegerá mais que 10% das cadeiras da Câmara.
Se isso se confirmar, as condições para governar serão ainda mais difíceis para o vencedor.
Nos últimos pleitos, os dois maiores partidos sempre elegeram entre 18% e 20% das cadeiras.
Mesmo assim, era preciso formar a coalizão e alimentar os aliados, com cargos e nacos de poder, e isso esteve na origem de todos os escândalos de corrupção dos anos recentes.
Balanço das redes
Bolsonaro parece ter cometido alguns erros na gestão das redes sociais, afora a paulada que o Facebook deu no MBL.
Segundo pesquisa da Aja Solutions, o engajamento com o ex-presidente Lula no Facebook superou o de todos os concorrentes nos últimos três meses.
Do começo de maio para cá, foram mais de 15 milhões de curtidas, reações, compartilhamentos e comentários na página Lula Oficial. Em julho, o engajamento com a página do ex-presidente cresceu 2,57% em relação a maio.
Na mesma rede, em maio, Bolsonaro superava Lula mas perdeu ritmo e a liderança.
Em julho, perdeu mais de um milhão de engajados, que somam 4,5 milhões.
No Twitter, o perfil oficial de Lula teve um pico em torno do dia 8 passado, com o solta-não-solta, e fechou o mês com 16,9% de relevância e visibilidade (R&V), ainda atrás de Bolsonaro, que oscilou negativamente mas fechou o mês com 22%.
A limpeza de perfis inativos e falsos feitos pelo Twitter afetou todos os candidatos.
Ainda assim, Lula fechou julho com 20,5 mil seguidores a mais, enquanto Bolsonaro ganhou apenas mais 240.
Seguidores, todos sabem, não são necessariamente eleitores.
Entramos na última semana para a aprovação de candidaturas e a montagem de alianças eleitorais. Doze partidos ainda não definiram suas estratégias e pelo menos seis devem lançar candidatos próprios nas convenções que acontecerão até o próximo domingo, 5 de agosto: Manuela D’Ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). Desde 1989, o quadro da disputa não se apresentava tão fragmentado, nem as perspectivas de governabilidade foram tão nebulosas.
Todos os partidos enfrentaram dilemas para escolher candidatos ou aliados, mas nenhum levará sua divisão interna até à undécima hora como o PSB.
Ontem o partido cancelou a reunião do Diretório Nacional e só vai decidir o rumo a seguir na própria convenção do dia 5, último dia permitido por lei para tal providência. Agora, pelo menos, as hesitações ficaram limitadas a duas: apoiar o candidato do PDT, Ciro Gomes, ou não apoiar ninguém, com liberação total dos diretórios estaduais.
Os defensores da aliança com Ciro tentavam ontem convencer o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, a aceitar o lugar de vice na chapa do pedetista, mas isso não havia evoluído até o início da noite.
Lacerda é candidato a governador de Minas, pelo PSB.
Nas últimas horas, segundo o líder Júlio Delgado, perdeu força no PSB a opção de apoiar o candidato do PT, seja ele Lula ou o substituto que ele indicar quando for impugnado.
A defesa da proposta acabou ficando restrita ao diretório de Pernambuco e foi prejudicada por decisões locais do PT, como a de excluir a senadora do PSB Lídice da Mata da chapa majoritária na Bahia.
Mas seja qual for a decisão, o governador pernambucano Paulo Câmara vai apoiar Lula, em mais um sinal de que a disputa eleitoral agravará as divisões internas nos partidos.
Em todos eles, do MDB de Meirelles ao PSL de Bolsonaro, a disputa gerou mais dissensões.
Talvez só o PT, pela circunstância peculiar de que seu candidato está preso, não enfrente hoje nenhuma dissidência em relação ao passo tático inicial, o pedido de registro da candidatura de Lula e a briga judicial por ela até o limite.
Sobre o depois é que poderão aflorar divergências.
Relativamente à fragmentação do quadro partidário, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin especulou ontem que nenhum partido elegerá mais que 10% das cadeiras da Câmara.
Se isso se confirmar, as condições para governar serão ainda mais difíceis para o vencedor.
Nos últimos pleitos, os dois maiores partidos sempre elegeram entre 18% e 20% das cadeiras.
Mesmo assim, era preciso formar a coalizão e alimentar os aliados, com cargos e nacos de poder, e isso esteve na origem de todos os escândalos de corrupção dos anos recentes.
Balanço das redes
Bolsonaro parece ter cometido alguns erros na gestão das redes sociais, afora a paulada que o Facebook deu no MBL.
Segundo pesquisa da Aja Solutions, o engajamento com o ex-presidente Lula no Facebook superou o de todos os concorrentes nos últimos três meses.
Do começo de maio para cá, foram mais de 15 milhões de curtidas, reações, compartilhamentos e comentários na página Lula Oficial. Em julho, o engajamento com a página do ex-presidente cresceu 2,57% em relação a maio.
Na mesma rede, em maio, Bolsonaro superava Lula mas perdeu ritmo e a liderança.
Em julho, perdeu mais de um milhão de engajados, que somam 4,5 milhões.
No Twitter, o perfil oficial de Lula teve um pico em torno do dia 8 passado, com o solta-não-solta, e fechou o mês com 16,9% de relevância e visibilidade (R&V), ainda atrás de Bolsonaro, que oscilou negativamente mas fechou o mês com 22%.
A limpeza de perfis inativos e falsos feitos pelo Twitter afetou todos os candidatos.
Ainda assim, Lula fechou julho com 20,5 mil seguidores a mais, enquanto Bolsonaro ganhou apenas mais 240.
Seguidores, todos sabem, não são necessariamente eleitores.
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