Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Bateu o desespero. A disparada do petista Fernando Haddad nas pesquisas provocou uma revoada de tucanos, com penas para todo lado, em busca de culpados e de um ninho seguro.
Convocaram até uma pajelança de emergência no quartel general de Geraldo Alckmin para segurar os aliados do Centrão, que já estão debandando para Bolsonaro ou Haddad.
Em São Paulo, por exemplo, já apareceu a chapa “Bolsodoria” e, no Nordeste, Haddad avança como o apoio de velhos caciques que já foram aliados dos tucanos.
Como costuma acontecer nestas horas, botaram a culpa na equipe de comunicação, sem se dar conta de que o problema é mais em cima: o produto é difícil de vender.
Com seu latifúndio de tempo na televisão, que motivos a propaganda eleitoral tucana deu até agora para que o eleitor vote em Alckmin?
O que ele tem de novo a dizer para desencalhar nas pesquisas, além de pregar “emprego na veia” e unificar impostos?
Na falta de outra bandeira eleitoral, querem agora partir para a campanha do medo, diante do crescimento dos “extremos” - leia-se Bolsonaro e Haddad - que podem “jogar o país no caos”, como se o golpe de 2016, que os tucanos apoiaram, já não tivesse obrado este feito.
A ideia é mostrar que o militar reformado e o petista substituto de Lula são dois lados da mesma moeda, extremistas perigosos que podem ameaçar o bem estar (?) da família brasileira.
A única solução para salvar a lavoura seria o “voto útil” em Alckmin, o candidato de “centro” - ou do Centrão?
“Cuidado com eles!”, parecem gritar, sem perceber que estão pelados de argumentos para convencer sua excelência, o eleitor, a trocar de candidato.
Trata-se, em primeiro lugar, de uma grande mentira, mais uma, para tentar ressuscitar a agonizante campanha tucana.
Até ex-jornalistas em atividade saíram da tumba para evitar a qualquer preço (opa!) a volta do PT ao poder, depois de perderem a bandeira do anti-petismo para Bolsonaro.
Sim, o capitão reformado de extrema direita é uma ameaça real à nossa democracia, um extremista sem aspas, junto com seu desembestado general, mas o PT nunca foi de extrema esquerda, e pode ser acusado de tudo, menos de ter conspirado contra as instituições democráticas, como fazem esses militares fardados de pijama.
Quem engrossou as fileiras de Bolsonaro foram os eleitores tucanos descornados, quando descobriram que seu partido também estava afundado na lama da Lava Jato, e seu candidato era fraco.
A única diferença é que até agora seus caciques do bico comprido conseguiram escapar da Justiça, enquanto Lula cumpre pena há mais de cinco meses, por conta de um triplex que não é dele.
Direita por direita, pensaram eles, melhor é apoiar logo o candidato da ultra-direita, dando o “voto útil” a quem se mostra mais valente para derrotar o PT.
Outros, mais refinados e menos xiitas, jogaram suas fichas no tal de João Amoêdo, o “bancário” que ficou rico, achando que ele poderia ser a terceira via do centro para combater os “extremos”.
Devem ter pensado: não foi para permitir a volta do PT que nós fizemos a Lava Jato, derrubamos a Dilma e bancamos o golpe em 2016.
Boa parte do mercado financeiro e do alto empresariado já tinha feito esta constatação bem antes, e chamado o capitão para conversar.
Quem não voou ainda em busca de um ninho, como o decano FHC, continua em cima do muro, tentado descobrir para onde bate o vento.
No meio desta algazarra, quem está mais perdido é o candidato Geraldo Alckmin, sem saber se bate em Jair Bolsonaro, para tirar votos dele, ou mira no PT, para impedir o crescimento de Fernando Haddad.
Enquanto isso, o tempo corre depressa, pois só faltam 17 dias de campanha na televisão.
Desse jeito, se não correrem logo, depois não adianta nem chamar o mago Boni da Globo para produzir milagres no programa de TV da grande aliança, o mais longo, repetitivo e chato da propaganda eleitoral.
Estão naquele velho dilema: se não dá para falar bem do nosso candidato, então pelo menos vamos esculhambar os concorrentes e mostrar como eles são radicais e perigosos.
A democracia sobreviveu a todos os erros do PT e a maioria dos brasileiros melhorou de vida, o que explica o apoio crescente a Fernando Haddad, mas ninguém arrisca prever o que pode vir depois. Sempre pode piorar, como estamos cansados de saber.
Querer enfiar Bolsonaro e Haddad no mesmo balaio é uma grande sacanagem de quem sabe que perdeu o bonde da história.
E vida que segue.
Convocaram até uma pajelança de emergência no quartel general de Geraldo Alckmin para segurar os aliados do Centrão, que já estão debandando para Bolsonaro ou Haddad.
Em São Paulo, por exemplo, já apareceu a chapa “Bolsodoria” e, no Nordeste, Haddad avança como o apoio de velhos caciques que já foram aliados dos tucanos.
Como costuma acontecer nestas horas, botaram a culpa na equipe de comunicação, sem se dar conta de que o problema é mais em cima: o produto é difícil de vender.
Com seu latifúndio de tempo na televisão, que motivos a propaganda eleitoral tucana deu até agora para que o eleitor vote em Alckmin?
O que ele tem de novo a dizer para desencalhar nas pesquisas, além de pregar “emprego na veia” e unificar impostos?
Na falta de outra bandeira eleitoral, querem agora partir para a campanha do medo, diante do crescimento dos “extremos” - leia-se Bolsonaro e Haddad - que podem “jogar o país no caos”, como se o golpe de 2016, que os tucanos apoiaram, já não tivesse obrado este feito.
A ideia é mostrar que o militar reformado e o petista substituto de Lula são dois lados da mesma moeda, extremistas perigosos que podem ameaçar o bem estar (?) da família brasileira.
A única solução para salvar a lavoura seria o “voto útil” em Alckmin, o candidato de “centro” - ou do Centrão?
“Cuidado com eles!”, parecem gritar, sem perceber que estão pelados de argumentos para convencer sua excelência, o eleitor, a trocar de candidato.
Trata-se, em primeiro lugar, de uma grande mentira, mais uma, para tentar ressuscitar a agonizante campanha tucana.
Até ex-jornalistas em atividade saíram da tumba para evitar a qualquer preço (opa!) a volta do PT ao poder, depois de perderem a bandeira do anti-petismo para Bolsonaro.
Sim, o capitão reformado de extrema direita é uma ameaça real à nossa democracia, um extremista sem aspas, junto com seu desembestado general, mas o PT nunca foi de extrema esquerda, e pode ser acusado de tudo, menos de ter conspirado contra as instituições democráticas, como fazem esses militares fardados de pijama.
Quem engrossou as fileiras de Bolsonaro foram os eleitores tucanos descornados, quando descobriram que seu partido também estava afundado na lama da Lava Jato, e seu candidato era fraco.
A única diferença é que até agora seus caciques do bico comprido conseguiram escapar da Justiça, enquanto Lula cumpre pena há mais de cinco meses, por conta de um triplex que não é dele.
Direita por direita, pensaram eles, melhor é apoiar logo o candidato da ultra-direita, dando o “voto útil” a quem se mostra mais valente para derrotar o PT.
Outros, mais refinados e menos xiitas, jogaram suas fichas no tal de João Amoêdo, o “bancário” que ficou rico, achando que ele poderia ser a terceira via do centro para combater os “extremos”.
Devem ter pensado: não foi para permitir a volta do PT que nós fizemos a Lava Jato, derrubamos a Dilma e bancamos o golpe em 2016.
Boa parte do mercado financeiro e do alto empresariado já tinha feito esta constatação bem antes, e chamado o capitão para conversar.
Quem não voou ainda em busca de um ninho, como o decano FHC, continua em cima do muro, tentado descobrir para onde bate o vento.
No meio desta algazarra, quem está mais perdido é o candidato Geraldo Alckmin, sem saber se bate em Jair Bolsonaro, para tirar votos dele, ou mira no PT, para impedir o crescimento de Fernando Haddad.
Enquanto isso, o tempo corre depressa, pois só faltam 17 dias de campanha na televisão.
Desse jeito, se não correrem logo, depois não adianta nem chamar o mago Boni da Globo para produzir milagres no programa de TV da grande aliança, o mais longo, repetitivo e chato da propaganda eleitoral.
Estão naquele velho dilema: se não dá para falar bem do nosso candidato, então pelo menos vamos esculhambar os concorrentes e mostrar como eles são radicais e perigosos.
A democracia sobreviveu a todos os erros do PT e a maioria dos brasileiros melhorou de vida, o que explica o apoio crescente a Fernando Haddad, mas ninguém arrisca prever o que pode vir depois. Sempre pode piorar, como estamos cansados de saber.
Querer enfiar Bolsonaro e Haddad no mesmo balaio é uma grande sacanagem de quem sabe que perdeu o bonde da história.
E vida que segue.
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