Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O desenho que se vai esboçando – ou já bem esboçado, a esta altura – do que será o governo Jair Bolsonaro vai, cada vez mais, lembrando o trecho de “Alice no país das Maravilhas” em que surge a Rainha de Copas, que traduz seu poder e seu mando em apenas uma recorrente frase: “Cortem-lhe a cabeça!”.
A corte do ex-capitão, tem três categorias. Ou apenas duas, se quisermos ser mais rigorosos e desconsiderarmos a família, que exerce, nela, ministérios sem pasta, mas com poder.
Uma, evidente desde o início, é a dos ministros “proprietários”, donos do Governo e integrantes do aglomerado que, desde há algum tempo, apostou no “azarão” e em sua aventura presidencial.
Nela estão os militares, Ônyx Lorenzoni ( que cedo se deu conta da incapacidade de Bolsonaro de articulação parlamentar), Paulo Guedes (que se ofereceu para suprir a ausência de qualquer coisa que se pudesse chamar de programa econômico do candidato) e Sérgio Moro (que negociou sua grife de “Eliot Ness” pelo lugar de Grão-Duque da repressão judicial no novo governo.
O resto – e quase todos os outros que virão – são escolhas sem maior importância, gente que Bolsonaro mal conhece – se é que alguma vez já viu. E que, portanto, não haverá maiores problemas em “despachar” se criarem problemas.
Todos, ou quase todos, já demonstraram que não têm grandes envergaduras: foram selecionados pelo segundo escalão – os ministros proprietários – e com bem pouca autonomia contam para montar suas equipes. Caberá a alguns deles acomodar os ajustes que, adiante, serão necessários com o Congresso, loteando as estruturas inferiores de suas pastas, até porque a composição “nova” do parlamento, pela sua falta de expressão, pode fazer com que fidelidades “saiam barato” em matéria de cargos.
Como no livro de Lewis Carroll, pintarão as rosas para que fiquem ao agrado da rainha.
A outros, caberá mesmo se prestarem ao papel de “bois de piranha”, desmontando políticas, equipes e produzindo o clima de perseguição de dissolva as resistências ao que de fato vão fazer: estagnar despesas ou, até, cortá-las ainda mais.
O episódio envolvendo Viviane Senna e o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Mozart Ramos, mostra o nível de desconsideração do presidente eleito pelas pessoas que indica para os cargos.
Os primeiros meses do novo Governo serão meses de demolição. A rainha só tem o “cortem-lhes a cabeça” para berrar e, como isso vai gerar crises, e não soluções – algumas das cabeças de seus auxiliares também rolarão, para mostrar que, na falta de programa de ação, ao menos “há autoridade”.
Nada a estranhar: no Brasil deformado desde que começou a epidemia de punitivismo, como para a Rainha de Copas de “Alice”, a sentença vem antes do julgamento.
O desenho que se vai esboçando – ou já bem esboçado, a esta altura – do que será o governo Jair Bolsonaro vai, cada vez mais, lembrando o trecho de “Alice no país das Maravilhas” em que surge a Rainha de Copas, que traduz seu poder e seu mando em apenas uma recorrente frase: “Cortem-lhe a cabeça!”.
A corte do ex-capitão, tem três categorias. Ou apenas duas, se quisermos ser mais rigorosos e desconsiderarmos a família, que exerce, nela, ministérios sem pasta, mas com poder.
Uma, evidente desde o início, é a dos ministros “proprietários”, donos do Governo e integrantes do aglomerado que, desde há algum tempo, apostou no “azarão” e em sua aventura presidencial.
Nela estão os militares, Ônyx Lorenzoni ( que cedo se deu conta da incapacidade de Bolsonaro de articulação parlamentar), Paulo Guedes (que se ofereceu para suprir a ausência de qualquer coisa que se pudesse chamar de programa econômico do candidato) e Sérgio Moro (que negociou sua grife de “Eliot Ness” pelo lugar de Grão-Duque da repressão judicial no novo governo.
O resto – e quase todos os outros que virão – são escolhas sem maior importância, gente que Bolsonaro mal conhece – se é que alguma vez já viu. E que, portanto, não haverá maiores problemas em “despachar” se criarem problemas.
Todos, ou quase todos, já demonstraram que não têm grandes envergaduras: foram selecionados pelo segundo escalão – os ministros proprietários – e com bem pouca autonomia contam para montar suas equipes. Caberá a alguns deles acomodar os ajustes que, adiante, serão necessários com o Congresso, loteando as estruturas inferiores de suas pastas, até porque a composição “nova” do parlamento, pela sua falta de expressão, pode fazer com que fidelidades “saiam barato” em matéria de cargos.
Como no livro de Lewis Carroll, pintarão as rosas para que fiquem ao agrado da rainha.
A outros, caberá mesmo se prestarem ao papel de “bois de piranha”, desmontando políticas, equipes e produzindo o clima de perseguição de dissolva as resistências ao que de fato vão fazer: estagnar despesas ou, até, cortá-las ainda mais.
O episódio envolvendo Viviane Senna e o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Mozart Ramos, mostra o nível de desconsideração do presidente eleito pelas pessoas que indica para os cargos.
Os primeiros meses do novo Governo serão meses de demolição. A rainha só tem o “cortem-lhes a cabeça” para berrar e, como isso vai gerar crises, e não soluções – algumas das cabeças de seus auxiliares também rolarão, para mostrar que, na falta de programa de ação, ao menos “há autoridade”.
Nada a estranhar: no Brasil deformado desde que começou a epidemia de punitivismo, como para a Rainha de Copas de “Alice”, a sentença vem antes do julgamento.
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