Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:
Pouca gente conhece Davi Alcolumbre (DEM-AP), o senador que apeou o MDB da presidência do Senado. Aos 41 anos, ele é o mais jovem político a assumir a chefia da Casa. E este é seu primeiro mandato na casa.
Apesar da pouca idade, Davi Alcolumbre está há bastante tempo na política: foi vereador em Macapá, e é deputado federal desde 2003. Estudou ciências econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá, mas não chegou a concluir o curso.
Antes da inesperada vitória, Alcolumbre era mesmo um parlamentar inexpressivo, oriundo do chamado ‘baixo clero’ parlamentar. Ascendeu politicamente sob o apoio de José Sarney, com quem rompeu em 2014 ao derrotar o candidato do emedebista ao Senado.
Próximo de Onyx Lorenzoni – a esposa do ministro até trabalha em seu gabinete – o senador foi estimulado pelo chefe da Casa Civil a conduzir uma ‘pedalada’ pela votação aberta, o que contraria o regimento do Senado.
Sem a garantia de anonimato, calculava a oposição, muitos senadores deixariam de votar em Renan Calheiros, o favorito até então.
Na sexta, Alcolumbre ocupou a cadeira presidencial e dali não saiu até que a pressão por votação aberta ganhasse corpo suficiente para alterar os rumos disputa. Entre xingamentos, dedos em riste, intervenção do Supremo e até roubo de pasta, a votação ficou para o sábado.
Fragilizado após a anulação da primeira votação, Renan não pagou para ver a derrota iminente e desistiu da candidatura. Venceu, então, Alcolumbre com 41 dos 82 votos. Em votação secreta.
Embora tenha sido eleito sob um clamor virtual de renovação política, o senador deve atuar na prática como presidente biônico e abrir caminhos para os interesses do governo. Mas não deve ter vida fácil sob oposição de Renan Calheiros e de seus colegas de partido.
Pendências na Justiça
Em abril do ano passado, o vice-procurador-geral eleitoral Humberto Jacques recomendou a cassação de Alcolumbre por irregularidades na campanha de 2014. Cabe agora ao TSE analisar o caso.
Alcolumbre entrou na mira da Justiça Eleitoral sob acusação de apresentar notas fiscais falsas nas eleições daquele ano, quando foi eleito para a Casa que hoje preside. O Tribunal Superior do Amapá reconheceu o problema, mas vetou a cassação. Em boa parte, por considerar não haver provas de que o agora senador sabia dessas irregularidades, já que tinha delegado a tarefa a um assessor.
A Justiça Eleitoral também investiga Alcolumbre por uso da máquina pública nas eleições de 2018. Dessa vez, ele concorria ao governo do Amapá. De acordo com o MPE, servidores da municipais foram pressionados a participar dos atos de sua campanha em pleno horário de expediente.
Pouca gente conhece Davi Alcolumbre (DEM-AP), o senador que apeou o MDB da presidência do Senado. Aos 41 anos, ele é o mais jovem político a assumir a chefia da Casa. E este é seu primeiro mandato na casa.
Apesar da pouca idade, Davi Alcolumbre está há bastante tempo na política: foi vereador em Macapá, e é deputado federal desde 2003. Estudou ciências econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá, mas não chegou a concluir o curso.
Antes da inesperada vitória, Alcolumbre era mesmo um parlamentar inexpressivo, oriundo do chamado ‘baixo clero’ parlamentar. Ascendeu politicamente sob o apoio de José Sarney, com quem rompeu em 2014 ao derrotar o candidato do emedebista ao Senado.
Próximo de Onyx Lorenzoni – a esposa do ministro até trabalha em seu gabinete – o senador foi estimulado pelo chefe da Casa Civil a conduzir uma ‘pedalada’ pela votação aberta, o que contraria o regimento do Senado.
Sem a garantia de anonimato, calculava a oposição, muitos senadores deixariam de votar em Renan Calheiros, o favorito até então.
Na sexta, Alcolumbre ocupou a cadeira presidencial e dali não saiu até que a pressão por votação aberta ganhasse corpo suficiente para alterar os rumos disputa. Entre xingamentos, dedos em riste, intervenção do Supremo e até roubo de pasta, a votação ficou para o sábado.
Fragilizado após a anulação da primeira votação, Renan não pagou para ver a derrota iminente e desistiu da candidatura. Venceu, então, Alcolumbre com 41 dos 82 votos. Em votação secreta.
Embora tenha sido eleito sob um clamor virtual de renovação política, o senador deve atuar na prática como presidente biônico e abrir caminhos para os interesses do governo. Mas não deve ter vida fácil sob oposição de Renan Calheiros e de seus colegas de partido.
Pendências na Justiça
Em abril do ano passado, o vice-procurador-geral eleitoral Humberto Jacques recomendou a cassação de Alcolumbre por irregularidades na campanha de 2014. Cabe agora ao TSE analisar o caso.
Alcolumbre entrou na mira da Justiça Eleitoral sob acusação de apresentar notas fiscais falsas nas eleições daquele ano, quando foi eleito para a Casa que hoje preside. O Tribunal Superior do Amapá reconheceu o problema, mas vetou a cassação. Em boa parte, por considerar não haver provas de que o agora senador sabia dessas irregularidades, já que tinha delegado a tarefa a um assessor.
A Justiça Eleitoral também investiga Alcolumbre por uso da máquina pública nas eleições de 2018. Dessa vez, ele concorria ao governo do Amapá. De acordo com o MPE, servidores da municipais foram pressionados a participar dos atos de sua campanha em pleno horário de expediente.
Histórico parlamentar
Há dois anos, Alcolumbre votou contra a cassação do colega Aécio Neves, embora o DEM tenha liberado a bancada para votar conforme a própria consciência. No final de 2018, foi um dos senadores que aprovou o aumento de 16% no salário dos ministros do Supremo.
Em 2016, votou a favor da Lei Antiterrorismo, sancionada por Dilma e duramente criticada por setores da esquerda. Também naquele ano, disse sim ao impeachment da presidenta.
Em 2009, quando ainda era deputado, Alcolumbre conseguiu aprovar um projeto de lei para homenagear um tio (Alberto Alcolumbre), acrescentando o nome o parente ao Aeroporto de Macapá.
Há dois anos, Alcolumbre votou contra a cassação do colega Aécio Neves, embora o DEM tenha liberado a bancada para votar conforme a própria consciência. No final de 2018, foi um dos senadores que aprovou o aumento de 16% no salário dos ministros do Supremo.
Em 2016, votou a favor da Lei Antiterrorismo, sancionada por Dilma e duramente criticada por setores da esquerda. Também naquele ano, disse sim ao impeachment da presidenta.
Em 2009, quando ainda era deputado, Alcolumbre conseguiu aprovar um projeto de lei para homenagear um tio (Alberto Alcolumbre), acrescentando o nome o parente ao Aeroporto de Macapá.
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