Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Há muitas análises – corretas, em geral – sobre a movimentação cada vez mais desenvolta do General-Vice Hamilton Mourão, que procura se despir da farda do “linha-dura” que usou na caserna e durante a campanha eleitoral.
E quase todas esbarram em algumas coisas que, por enquanto, não podemos saber com certeza: sua ambição de substituir o ex-capitão, que pode escorregar pelo lamaçal aberto pelo caso Flávio-Queiroz ou até tomar um espaço de “chefe” do setor militar do governo, hoje entregue ao também general Augusto Heleno.
Existe algo, entretanto, que não tem merecido muita atenção: como que usando seus conhecimentos militares, Hamilton Mourão avança por uma área que Jair Bolsonaro deixa desocupada: a da política, ainda que não – por enquanto – a partidária.
A notória aversão do ex-capitão ao diálogo político – até porque notoriamente incapaz de algum diálogo, falando chavões aos arrancos – deixa um campo livre no qual, como noticia Monica Bergamo, na Folha, no qual Mourão realiza verdadeira blitzkrieg: a mídia, especialmente a estrangeira. E não é demais emprega ali, sem dúvida, o fator “elemento surpresa”.
Afinal, não é surpreendente que o general tido como mais “gorila” entre todos apresente-se como um homem civilizado, sem expressão razões e posições absolutas, abrindo conversas com os “inimigos do rei” e se sujeitando, sem temor, ao ódio babugento dos fanáticos do bolsonarismo – vejam as reações de Olavo de carvalho a Mourão – porte-se assim?
Planejada, como parece, ou não, o fato é que Mourão ocupou os espaços que Bolsonaro deixou vazios e mesmo não havendo reações expressas do entorno de Bolsonaro, basta o silêncio de seus áulicos para denotar o mal-estar que o vice causa quando aproveita o vazio da política que o ex-capitão abre com sua opção por “tuitar” suas posições.
Tão importante quanto as ousadias de Mourão são os espaços que Bolsonaro deixa desertos por sua natureza de solitário, tão forte quanto a de demagogo.
A história recente do país ensina aonde leva a inapetência pela política.
Há muitas análises – corretas, em geral – sobre a movimentação cada vez mais desenvolta do General-Vice Hamilton Mourão, que procura se despir da farda do “linha-dura” que usou na caserna e durante a campanha eleitoral.
E quase todas esbarram em algumas coisas que, por enquanto, não podemos saber com certeza: sua ambição de substituir o ex-capitão, que pode escorregar pelo lamaçal aberto pelo caso Flávio-Queiroz ou até tomar um espaço de “chefe” do setor militar do governo, hoje entregue ao também general Augusto Heleno.
Existe algo, entretanto, que não tem merecido muita atenção: como que usando seus conhecimentos militares, Hamilton Mourão avança por uma área que Jair Bolsonaro deixa desocupada: a da política, ainda que não – por enquanto – a partidária.
A notória aversão do ex-capitão ao diálogo político – até porque notoriamente incapaz de algum diálogo, falando chavões aos arrancos – deixa um campo livre no qual, como noticia Monica Bergamo, na Folha, no qual Mourão realiza verdadeira blitzkrieg: a mídia, especialmente a estrangeira. E não é demais emprega ali, sem dúvida, o fator “elemento surpresa”.
Afinal, não é surpreendente que o general tido como mais “gorila” entre todos apresente-se como um homem civilizado, sem expressão razões e posições absolutas, abrindo conversas com os “inimigos do rei” e se sujeitando, sem temor, ao ódio babugento dos fanáticos do bolsonarismo – vejam as reações de Olavo de carvalho a Mourão – porte-se assim?
Planejada, como parece, ou não, o fato é que Mourão ocupou os espaços que Bolsonaro deixou vazios e mesmo não havendo reações expressas do entorno de Bolsonaro, basta o silêncio de seus áulicos para denotar o mal-estar que o vice causa quando aproveita o vazio da política que o ex-capitão abre com sua opção por “tuitar” suas posições.
Tão importante quanto as ousadias de Mourão são os espaços que Bolsonaro deixa desertos por sua natureza de solitário, tão forte quanto a de demagogo.
A história recente do país ensina aonde leva a inapetência pela política.
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