Por João Guilherme Vargas Netto
Ainda há tempo (mais que uma semana) para nos empenharmos na coleta de assinaturas nos locais de trabalho do abaixo-assinado contra a deforma da Previdência. Centenas de milhares de assinaturas, de trabalhadores e trabalhadoras, serão a grande demonstração do primeiro de 1º de maio unificado que as centrais sindicais vão realizar.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, tem se empenhado pessoalmente nesta tarefa e a entidade organizou um ranking da coleta de assinaturas que servem de estimulo e de quantificação cumulativa.
Muitos outros dirigentes e entidades, em uníssono, procuram dar vida a esta iniciativa unitária cumprindo a tarefa que a si mesmos impuseram.
Enquanto isto é feito, o mundo gira e a Lusitana roda. Em entrevista à jornalista Cássia Almeida, do Globo (20 de abril), o economista Ricardo Paes de Barros, responsável por coordenar a redução do Censo de 2020 pergunta quase escandalosamente: “por que precisa de taxa de desemprego no Censo?”.
Situemos a questão. Trata-se de, por conta dos cortes orçamentários no IBGE, reduzir o elenco de perguntas a serem feitas nas entrevistas do Censo, para baratear a operação. O entrevistado defende os cortes, mas seletivos. Ouçamo-lo:
“Não pode deixar de ter a investigação das minorias, como quilombolas, etnias diferentes, portadores de necessidades especiais, estes têm que entrar. São populações menos visíveis. O bloco do trabalho é um ponto a ver. Por que precisa de taxa de desemprego no Censo? Por que precisa de informações de renda mais detalhadas? Perguntas sobre mobilidade urbana, em que medida elas são importantes?”.
Ricardo Paes de Barros explicita as posições de técnicos, pesquisadores e historiadores avessos à importância do trabalho na vida social, buscando a visibilidade dos “invisíveis” em detrimento da visibilidade do que é fundamental, o trabalho humano.
Na escolha de Sofia orçamentária mantém o que deve ser mantido (a visibilidade dos excluídos), mas elimina o que é essencial, condenando-o à invisibilidade, um “ponto a ver”.
Comete o erro duramente criticado por John Womack Jr (desde 2006 em seu “Working Power over Production”) dos “investigadores que sabem muito mais acerca de raça, gênero e sexo do que acerca do trabalho”.
Em um país como o Brasil, complexo e desigual, tal opção é de uma cegueira atroz.
Ainda há tempo (mais que uma semana) para nos empenharmos na coleta de assinaturas nos locais de trabalho do abaixo-assinado contra a deforma da Previdência. Centenas de milhares de assinaturas, de trabalhadores e trabalhadoras, serão a grande demonstração do primeiro de 1º de maio unificado que as centrais sindicais vão realizar.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, tem se empenhado pessoalmente nesta tarefa e a entidade organizou um ranking da coleta de assinaturas que servem de estimulo e de quantificação cumulativa.
Muitos outros dirigentes e entidades, em uníssono, procuram dar vida a esta iniciativa unitária cumprindo a tarefa que a si mesmos impuseram.
Enquanto isto é feito, o mundo gira e a Lusitana roda. Em entrevista à jornalista Cássia Almeida, do Globo (20 de abril), o economista Ricardo Paes de Barros, responsável por coordenar a redução do Censo de 2020 pergunta quase escandalosamente: “por que precisa de taxa de desemprego no Censo?”.
Situemos a questão. Trata-se de, por conta dos cortes orçamentários no IBGE, reduzir o elenco de perguntas a serem feitas nas entrevistas do Censo, para baratear a operação. O entrevistado defende os cortes, mas seletivos. Ouçamo-lo:
“Não pode deixar de ter a investigação das minorias, como quilombolas, etnias diferentes, portadores de necessidades especiais, estes têm que entrar. São populações menos visíveis. O bloco do trabalho é um ponto a ver. Por que precisa de taxa de desemprego no Censo? Por que precisa de informações de renda mais detalhadas? Perguntas sobre mobilidade urbana, em que medida elas são importantes?”.
Ricardo Paes de Barros explicita as posições de técnicos, pesquisadores e historiadores avessos à importância do trabalho na vida social, buscando a visibilidade dos “invisíveis” em detrimento da visibilidade do que é fundamental, o trabalho humano.
Na escolha de Sofia orçamentária mantém o que deve ser mantido (a visibilidade dos excluídos), mas elimina o que é essencial, condenando-o à invisibilidade, um “ponto a ver”.
Comete o erro duramente criticado por John Womack Jr (desde 2006 em seu “Working Power over Production”) dos “investigadores que sabem muito mais acerca de raça, gênero e sexo do que acerca do trabalho”.
Em um país como o Brasil, complexo e desigual, tal opção é de uma cegueira atroz.
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