Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Falem o que quiserem do capitão presidente, mas burro ele não é, ou não teria vencido a eleição em 2018.
Pode parecer uma loucura - e é -, mas Bolsonaro já está pensando na reeleição em 2022.
Foi só por isso, e para agradar à sua seita nas redes sociais, que ele antecipou o pagamento da fatura a Sergio Moro por ter prendido Lula e deixado o campo livre para a sua vitória.
Vejam o que ele disse, com todas as letras, em entrevista à rádio Bandeirantes no domingo:
“A primeira vaga que tiver no STF, eu tenho esse compromisso com Moro, e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso. Acho que a nação toda vai aplaudir um homem com esse perfil dentro do STF”.
Quando exatamente se acertou esse “compromisso”? Antes ou depois da eleição e da prisão de Lula? A troco de quê?
Ao falar que a “nação toda vai aplaudir”, Bolsonaro matou dois coelhos ao mesmo tempo: pegou carona na popularidade de Moro e tirou o ex-juiz da frente nas próximas eleições.
Como só deve abrir vaga no STF no final de 2020, Moro vai passar 18 meses na chuva, dando trombadas com políticos, tentando vender seu pacote “anticrime”, que é contestado por quase todo o mundo jurídico.
Quem melhor resumiu a ópera bufa em que os dois personagens rasgaram as fantasias, foi o colunista Luiz Weber,na Folha:
“Se de fato trocou Curitiba apenas por uma vaga no Supremo, Moro agiu como um deputado do centrão: hipotecou sua imagem para lustrar um governo em troca de uma sinecura. O discurso era só discurso”.
Moro e Bolsonaro não enganam mais ninguém que tenha no mínimo dois neurônios.
A grande farsa do juiz da Lava Jato e do capitão reformado foi denunciada nos principais veículos da imprensa mundial, que foi direto ao ponto:
“Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula”, diz o título do inglês Financial Times, a bíblia do mundo financeiro, que não pode ser chamado de comunista.
Menos de um mês atrás, dia 23 de abril, Moro declarava em entrevista:
“Ir para o STF seria como ganhar na loteria. Não é simples. O meu objetivo é apenas fazer o meu trabalho”.
Quanta meiguice… Se depender de Bolsonaro, Moro já ganhou esta loteria, mas é preciso saber como estarão Bolsonaro e Moro daqui a 18 meses.
Quem pode garantir que os dois ainda estarão no poder no ano que vem?
“Fico honrado com o que o presidente falou, mas não tem a vaga no momento. Quando surgir, ele vai analisar se vai manter o convite, eu vou avaliar se vou aceitar, se for feito efetivamente o convite”, disse Moro esta manhã em entrevista à radio Jovem Pan de Curitiba, emissora semioficial do governo.
Um outro fator que deve ter pesado na nomeação precoce de Moro por Bolsonaro foi o apoio que importantes veículos de mídia já estavam dando a uma possível candidatura presidencial do ex-juiz da Lava Jato, que não ficou chateado com isso.
Na sua interminável maratona de entrevistas e palestras - a que horas ele despacha? - Moro continua em campanha permanente, assim como seu chefe Bolsonaro.
Só não dá para saber ainda, em sua linguagem melíflua e arrevesada, se é candidato ao STF ou ao Palácio do Planalto.
Na dúvida, o ex-juiz poderá ficar sem nada, pendurado na escada do poder com a brocha na mão, tendo ainda que passar antes no exame da OAB para poder trabalhar como advogado.
Num país em que ninguém pode prever o dia de amanhã, desconfio que os dois ansiosos parceiros estejam colocando o carro na frente dos bois.
“Ao se mexer tão cedo, colocou-se em impedimento. E juiz uma vez impedido, sempre impedido”, constata, com precisão, Luiz Weber, no final da sua coluna “Moro em impedimento”.
De superministro a personagem caricato, ridicularizado nas redes sociais e por políticos do centrão herdado de Eduardo Cunha, passaram-se apenas quatro meses e meio.
A vida em Brasília é mais dura do que ele pensava ao acertar o “compromisso” com Bolsonaro.
Moro já deve estar sentindo saudades de Curitiba, onde era rei, e não precisava dar satisfações a ninguém.
Vida que segue.
Em tempo: lembro que o dia 15 está chegando, e o Brasil decente, que não se entregou ao boçalnarismo, está se mobilizando para ir às ruas. Quarta-feira é dia de mostrar que a nossa paciência está chegando ao limite, diante de tantos desvarios, que estão levando o país à breca. Essa luta não é só de estudantes e professores, mas de todos nós. Reage, Brasil!
Pode parecer uma loucura - e é -, mas Bolsonaro já está pensando na reeleição em 2022.
Foi só por isso, e para agradar à sua seita nas redes sociais, que ele antecipou o pagamento da fatura a Sergio Moro por ter prendido Lula e deixado o campo livre para a sua vitória.
Vejam o que ele disse, com todas as letras, em entrevista à rádio Bandeirantes no domingo:
“A primeira vaga que tiver no STF, eu tenho esse compromisso com Moro, e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso. Acho que a nação toda vai aplaudir um homem com esse perfil dentro do STF”.
Quando exatamente se acertou esse “compromisso”? Antes ou depois da eleição e da prisão de Lula? A troco de quê?
Ao falar que a “nação toda vai aplaudir”, Bolsonaro matou dois coelhos ao mesmo tempo: pegou carona na popularidade de Moro e tirou o ex-juiz da frente nas próximas eleições.
Como só deve abrir vaga no STF no final de 2020, Moro vai passar 18 meses na chuva, dando trombadas com políticos, tentando vender seu pacote “anticrime”, que é contestado por quase todo o mundo jurídico.
Quem melhor resumiu a ópera bufa em que os dois personagens rasgaram as fantasias, foi o colunista Luiz Weber,na Folha:
“Se de fato trocou Curitiba apenas por uma vaga no Supremo, Moro agiu como um deputado do centrão: hipotecou sua imagem para lustrar um governo em troca de uma sinecura. O discurso era só discurso”.
Moro e Bolsonaro não enganam mais ninguém que tenha no mínimo dois neurônios.
A grande farsa do juiz da Lava Jato e do capitão reformado foi denunciada nos principais veículos da imprensa mundial, que foi direto ao ponto:
“Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula”, diz o título do inglês Financial Times, a bíblia do mundo financeiro, que não pode ser chamado de comunista.
Menos de um mês atrás, dia 23 de abril, Moro declarava em entrevista:
“Ir para o STF seria como ganhar na loteria. Não é simples. O meu objetivo é apenas fazer o meu trabalho”.
Quanta meiguice… Se depender de Bolsonaro, Moro já ganhou esta loteria, mas é preciso saber como estarão Bolsonaro e Moro daqui a 18 meses.
Quem pode garantir que os dois ainda estarão no poder no ano que vem?
“Fico honrado com o que o presidente falou, mas não tem a vaga no momento. Quando surgir, ele vai analisar se vai manter o convite, eu vou avaliar se vou aceitar, se for feito efetivamente o convite”, disse Moro esta manhã em entrevista à radio Jovem Pan de Curitiba, emissora semioficial do governo.
Um outro fator que deve ter pesado na nomeação precoce de Moro por Bolsonaro foi o apoio que importantes veículos de mídia já estavam dando a uma possível candidatura presidencial do ex-juiz da Lava Jato, que não ficou chateado com isso.
Na sua interminável maratona de entrevistas e palestras - a que horas ele despacha? - Moro continua em campanha permanente, assim como seu chefe Bolsonaro.
Só não dá para saber ainda, em sua linguagem melíflua e arrevesada, se é candidato ao STF ou ao Palácio do Planalto.
Na dúvida, o ex-juiz poderá ficar sem nada, pendurado na escada do poder com a brocha na mão, tendo ainda que passar antes no exame da OAB para poder trabalhar como advogado.
Num país em que ninguém pode prever o dia de amanhã, desconfio que os dois ansiosos parceiros estejam colocando o carro na frente dos bois.
“Ao se mexer tão cedo, colocou-se em impedimento. E juiz uma vez impedido, sempre impedido”, constata, com precisão, Luiz Weber, no final da sua coluna “Moro em impedimento”.
De superministro a personagem caricato, ridicularizado nas redes sociais e por políticos do centrão herdado de Eduardo Cunha, passaram-se apenas quatro meses e meio.
A vida em Brasília é mais dura do que ele pensava ao acertar o “compromisso” com Bolsonaro.
Moro já deve estar sentindo saudades de Curitiba, onde era rei, e não precisava dar satisfações a ninguém.
Vida que segue.
Em tempo: lembro que o dia 15 está chegando, e o Brasil decente, que não se entregou ao boçalnarismo, está se mobilizando para ir às ruas. Quarta-feira é dia de mostrar que a nossa paciência está chegando ao limite, diante de tantos desvarios, que estão levando o país à breca. Essa luta não é só de estudantes e professores, mas de todos nós. Reage, Brasil!
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