Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Os revelações feitas pelo site The Intercept sobre o modus-operandi criminoso do consórcio Moro & Dallagnol tiveram um efeito devastador na Lava Jato e provocaram uma reviravolta no quadro político do país em apenas 24 horas. E vem muito mais por aí.
De uma hora para outra, em ação simultânea, inverteram-se os papéis de Lula e Moro. O algoz foi desmascarado e o condenado ficou mais perto da liberdade.
O ex-juiz da câmara de gás de Curitiba perdeu o apoio da mídia (só a Globo permaneceu fiel) e quase ninguém que importa no jogo saiu em sua defesa, além das corporações, dos filhos de Bolsonaro, ministros militares e alguns comentaristas de TV.
Moro ficou pendurado na brocha a caminho da forca e está politicamente morto, aconteça o que acontecer, mesmo que Bolsonaro não tenha coragem de demiti-lo porque sabe demais.
Nem STF nem candidatura à presidência em 2022: ao tentar voar alto demais, o juiz de primeira instância pode ter o mesmo destino de Eduardo Cunha, que depois de derrubar Dilma levou um pé na bunda.
Moro cumpriu sua missão ao condenar, prender e tirar Lula da eleição de 2018. Não tem mais serventia para o sistema que levou o capitão Bolsonaro ao poder.
Ao mesmo tempo, o colegiado da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal se reúne nesta terça-feira para julgar um recurso do ex-presidente Lula que pode colocá-lo em liberdade.
A libertação do ex-presidente seria a suprema humilhação para Moro, Dallagnol e toda a “gente de bem” do bolsonarismo, que comemoram cedo demais o fim de Lula e do PT.
Eles morrem de medo de que isso possa acontecer porque sabem, melhor do que ninguém, que o processo de Lula e a eleição de 2018 foram fraudados.
Na mesma edição em que pede a renúncia de Moro em editorial, o Estadão, que era um grande aliado do juiz e do antipetismo radical, publica reportagem de Fausto Macedo mostrando o clima no STF às vésperas do julgamento do recurso de Lula:
“Integrantes do Supremo ouvidos reservadamente pela reportagem acreditam que a sessão pode servir para ministros darem recados ao ex-juiz federal Sergio Moro e à Operação Lava Jato, depois que o site The Intercept Brasil publicou o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas por Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol”.
As “supostas mensagens” não foram desmentidas nas declarações de Moro e Dallagnol, que apenas criminalizaram o vazamento, uma prática fartamente adotada pelos dois ao longo de toda a Lava Jato, em conluio com setores poderosos da mídia.
Em abril passado, o recurso de Lula começou a ser discutido no plenário virtual do STF, mas um pedido de destaque do ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento.
O placar estava 2 a 0 contra o ex-presidente, com os votos do relator Edson Fachin e de Carmen Lúcia.
Agora, em reunião presencial, irão votar Gilmar, Lewandowski e Celso de Mello, que deverá dar o voto de minerva.
Mesmo que não aconteça hoje, a libertação de Lula nunca esteve tão próxima. Deixou de ser uma miragem.
E ainda não será desta vez que Maringá terá um ministro no Supremo Tribunal Federal. Nem presidente da República.
Vida que segue.
Os revelações feitas pelo site The Intercept sobre o modus-operandi criminoso do consórcio Moro & Dallagnol tiveram um efeito devastador na Lava Jato e provocaram uma reviravolta no quadro político do país em apenas 24 horas. E vem muito mais por aí.
De uma hora para outra, em ação simultânea, inverteram-se os papéis de Lula e Moro. O algoz foi desmascarado e o condenado ficou mais perto da liberdade.
O ex-juiz da câmara de gás de Curitiba perdeu o apoio da mídia (só a Globo permaneceu fiel) e quase ninguém que importa no jogo saiu em sua defesa, além das corporações, dos filhos de Bolsonaro, ministros militares e alguns comentaristas de TV.
Moro ficou pendurado na brocha a caminho da forca e está politicamente morto, aconteça o que acontecer, mesmo que Bolsonaro não tenha coragem de demiti-lo porque sabe demais.
Nem STF nem candidatura à presidência em 2022: ao tentar voar alto demais, o juiz de primeira instância pode ter o mesmo destino de Eduardo Cunha, que depois de derrubar Dilma levou um pé na bunda.
Moro cumpriu sua missão ao condenar, prender e tirar Lula da eleição de 2018. Não tem mais serventia para o sistema que levou o capitão Bolsonaro ao poder.
Ao mesmo tempo, o colegiado da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal se reúne nesta terça-feira para julgar um recurso do ex-presidente Lula que pode colocá-lo em liberdade.
A libertação do ex-presidente seria a suprema humilhação para Moro, Dallagnol e toda a “gente de bem” do bolsonarismo, que comemoram cedo demais o fim de Lula e do PT.
Eles morrem de medo de que isso possa acontecer porque sabem, melhor do que ninguém, que o processo de Lula e a eleição de 2018 foram fraudados.
Na mesma edição em que pede a renúncia de Moro em editorial, o Estadão, que era um grande aliado do juiz e do antipetismo radical, publica reportagem de Fausto Macedo mostrando o clima no STF às vésperas do julgamento do recurso de Lula:
“Integrantes do Supremo ouvidos reservadamente pela reportagem acreditam que a sessão pode servir para ministros darem recados ao ex-juiz federal Sergio Moro e à Operação Lava Jato, depois que o site The Intercept Brasil publicou o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas por Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol”.
As “supostas mensagens” não foram desmentidas nas declarações de Moro e Dallagnol, que apenas criminalizaram o vazamento, uma prática fartamente adotada pelos dois ao longo de toda a Lava Jato, em conluio com setores poderosos da mídia.
Em abril passado, o recurso de Lula começou a ser discutido no plenário virtual do STF, mas um pedido de destaque do ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento.
O placar estava 2 a 0 contra o ex-presidente, com os votos do relator Edson Fachin e de Carmen Lúcia.
Agora, em reunião presencial, irão votar Gilmar, Lewandowski e Celso de Mello, que deverá dar o voto de minerva.
Mesmo que não aconteça hoje, a libertação de Lula nunca esteve tão próxima. Deixou de ser uma miragem.
E ainda não será desta vez que Maringá terá um ministro no Supremo Tribunal Federal. Nem presidente da República.
Vida que segue.
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