Por Ricardo Miranda, no Diário do Centro do Mundo:
O MEC já montou dentro de sua estrutura um Comando de Caça à UNE e o discurso de Weintraub, sem nenhum disfarce, e sob ordem direta de Bolsonaro, é, literalmente, “asfixiar” a UNE – para começar, financeiramente. Como publicou essa semana a coluna Radar, de Veja, uma informação já confirmada por esse blog, a “bala de prata” do MEC contra a UNE seria mexer em sua principal e definitiva fonte de arrecadação: a venda de carteirinhas de estudantes. O plano-mor de Heil Weintraub, confirma o Radar, seria criar uma carteira de estudante digital – e gratuita – com o CPF do/a aluno/a. A entidade tem uma espécie de monopólio – compartilhado com outras entidades – das carteirinhas e, segundo a revista Veja – portanto, a confirmar – fatura 240 milhões de reais com elas. Sem esses recursos, secaria. “Essas entidades vão poder continuar emitindo. Mas, se você pode ter uma de graça, talvez não queira pagar”, afirma a assessoria do MEC.
A lei 12.933, de 2013, prevê a emissão do documento pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, pela UNE, pela Ubes, pelas entidades estaduais e municipais filiadas a essas três mencionadas anteriormente, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos. Mudar uma lei, para quem fala em destrinchar a Constituição com suas reformas, dificilmente seria um impeditivo para a mudança que está sendo estudada pelo MEC. Recentemente, o Brasil 247 denunciou que por trás da demissão do presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Vicenzi, está a tentativa de violar dados sigilosos dos alunos – passando por cima da Constituição – para atender o interesse ideológico do governo. Há dez dias, em um debate na Câmara, a Comissão de Educação deu a palavra às entidades, e o ministro taleban mostrou seus sentimentos mais primitivos por essas entidades. “Não quero falar com a UNE, nem com a Ubes. Eles não foram eleitos. Eu nunca fui filiado à UNE.” Fim do debate. Ou o começo dele.
Além das entidades estudantis, o MEC, que quer esvaziar as universidades cortando-lhes as verbas no osso, podando-lhe o pensamento crítico – aliás, desde as “escolas sem partido” – e tornando-os conventos de carmelitas, também mira os sindicatos de professores, grandes parceiros nas manifestações pró-educação e anti-Bolsonaro. Sabe bem disso a presidente da UNE, Marianna, que estuda pedagogia, e são os professores, tanto quanto os alunos, o motivo da perseguição federal às universidades. “Garotada usada por professores inescrupulosos”, disse Bolsonaro à Record, o canal do bispo Macedo que usa como extensão de seu Twitter. O chefe dos espiões do governo, o general de pijama Augusto Heleno, do GSI, saiu-se com essa no Valor, como lembrou a Carta Capital. “Nossos jovens não têm o País na cabeça. Têm ideologia, têm mandamento que botaram na cabeça deles, mas o Brasil não está na cabeça de boa parte da nossa juventude”, “contaminada pelo que ouviram nos colégios que frequentaram, nas universidades que frequentam”. O ministro da AGU, André Mendonça, entrou com uma espantosa ação no STF para permitir policiais armados nas universidades, a fim de coibir “viés ideológico” dos professores.
Agora, o MEC fala em cortar o ponto dos professores que faltarem” às aulas para participar de eventos políticos e já pediu aos alunos, os mesmos que incentiva a filmar quem fala mal de Olavo de Carvalho e bem de Paulo Freire, que denunciem professores e funcionários públicos em geral que estejam estimulando protestos, ainda que fora do espaço escolar. O pedido provocou uma onda de críticas. A obsessão ideológica de Bolsonaro, Weintraub, Damares, Ernesto Araújo, Lorenzoni, Ricardo Salles, Carlos Alberto dos Santos Cruz, Augusto Heleno, Hamilton Mourão e cia é medonha como seus personagens. Assessoria profissional e psiquiátrica para todos.
A tara do patético dublê de Gene Kelly - “Cantando na Chuva para dizer que está chovendo fake news contra o MEC” é coisa de gênio do marketing -, Abraham Weintraub, tem até objeto de desejo e musa - no caso, objeto de ódio e anti-musa, sua medusa. Obcecado com a ideia de extrair o comunismo ou ideologias esquerdistas e o pecado ou pensamentos impuros do ensino, o preposto de Jair Bolsonaro no Ministério da Educação – junto com Fazenda e Justiça, o ministério mais relevante para o presidente, e certamente o ideologicamente mais íntimo – tem uma ideia fixa. Destruir aquela entidade que representa a memória e os ensinamentos de luta dos estudantes, a União Nacional dos Estudantes, seu objeto de desejo, hoje liderada por Marianna Dias.
Heil Weintraub quer destruir a UNE, assim como acabar como puder com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), e tantos diretórios que nos representaram nas ruas, responsáveis, junto com outras entidades, por atos como dos dias 15 e 30, que foram termômetros da crescente aversão popular a Bolsonaro. E percepção, até por ex-bolsominions, da furada em que nos meteram. “A nossa resposta para você Bolsonaro, é a rua!”, disse Marianna Dias, quando reunia 300 mil pessoas na Avenida Paulista, há duas semanas. Disse tudo e, indiretamente, explicou a aversão do MEC ao pensamento livre representado por eles.
O MEC já montou dentro de sua estrutura um Comando de Caça à UNE e o discurso de Weintraub, sem nenhum disfarce, e sob ordem direta de Bolsonaro, é, literalmente, “asfixiar” a UNE – para começar, financeiramente. Como publicou essa semana a coluna Radar, de Veja, uma informação já confirmada por esse blog, a “bala de prata” do MEC contra a UNE seria mexer em sua principal e definitiva fonte de arrecadação: a venda de carteirinhas de estudantes. O plano-mor de Heil Weintraub, confirma o Radar, seria criar uma carteira de estudante digital – e gratuita – com o CPF do/a aluno/a. A entidade tem uma espécie de monopólio – compartilhado com outras entidades – das carteirinhas e, segundo a revista Veja – portanto, a confirmar – fatura 240 milhões de reais com elas. Sem esses recursos, secaria. “Essas entidades vão poder continuar emitindo. Mas, se você pode ter uma de graça, talvez não queira pagar”, afirma a assessoria do MEC.
A lei 12.933, de 2013, prevê a emissão do documento pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, pela UNE, pela Ubes, pelas entidades estaduais e municipais filiadas a essas três mencionadas anteriormente, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos. Mudar uma lei, para quem fala em destrinchar a Constituição com suas reformas, dificilmente seria um impeditivo para a mudança que está sendo estudada pelo MEC. Recentemente, o Brasil 247 denunciou que por trás da demissão do presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Vicenzi, está a tentativa de violar dados sigilosos dos alunos – passando por cima da Constituição – para atender o interesse ideológico do governo. Há dez dias, em um debate na Câmara, a Comissão de Educação deu a palavra às entidades, e o ministro taleban mostrou seus sentimentos mais primitivos por essas entidades. “Não quero falar com a UNE, nem com a Ubes. Eles não foram eleitos. Eu nunca fui filiado à UNE.” Fim do debate. Ou o começo dele.
Além das entidades estudantis, o MEC, que quer esvaziar as universidades cortando-lhes as verbas no osso, podando-lhe o pensamento crítico – aliás, desde as “escolas sem partido” – e tornando-os conventos de carmelitas, também mira os sindicatos de professores, grandes parceiros nas manifestações pró-educação e anti-Bolsonaro. Sabe bem disso a presidente da UNE, Marianna, que estuda pedagogia, e são os professores, tanto quanto os alunos, o motivo da perseguição federal às universidades. “Garotada usada por professores inescrupulosos”, disse Bolsonaro à Record, o canal do bispo Macedo que usa como extensão de seu Twitter. O chefe dos espiões do governo, o general de pijama Augusto Heleno, do GSI, saiu-se com essa no Valor, como lembrou a Carta Capital. “Nossos jovens não têm o País na cabeça. Têm ideologia, têm mandamento que botaram na cabeça deles, mas o Brasil não está na cabeça de boa parte da nossa juventude”, “contaminada pelo que ouviram nos colégios que frequentaram, nas universidades que frequentam”. O ministro da AGU, André Mendonça, entrou com uma espantosa ação no STF para permitir policiais armados nas universidades, a fim de coibir “viés ideológico” dos professores.
Agora, o MEC fala em cortar o ponto dos professores que faltarem” às aulas para participar de eventos políticos e já pediu aos alunos, os mesmos que incentiva a filmar quem fala mal de Olavo de Carvalho e bem de Paulo Freire, que denunciem professores e funcionários públicos em geral que estejam estimulando protestos, ainda que fora do espaço escolar. O pedido provocou uma onda de críticas. A obsessão ideológica de Bolsonaro, Weintraub, Damares, Ernesto Araújo, Lorenzoni, Ricardo Salles, Carlos Alberto dos Santos Cruz, Augusto Heleno, Hamilton Mourão e cia é medonha como seus personagens. Assessoria profissional e psiquiátrica para todos.
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