Uma pergunta se recusa a calar: por qual razão o vazamento dos arquivos da Lava-Jato não teve como desaguadouro nenhum veículo da mídia comercial do país? Nem mesmo aquele que se vangloria – ou se vangloriava – de estar com o rabo preso apenas ao leitor?
Em condições normais seria o caminho natural. Porém, como a mídia hegemônica brasileira sempre teve uma postura militante pró-República de Curitiba sem dar voz ao contraditório, obstruiu ela própria o aporte de informações que desmentem sua pregação. Se trabalhou a figura do juiz Sergio Moro como uma divindade que descia do Olimpo para fazer o bem na Terra, de que forma trataria revelações que expõem os pés de barro do semideus que engendrou?
Não é de hoje. Os donos das capitanias hereditárias da mídia tem uma longa trajetória de violências praticadas contra a livre informação.
Na sua maioria esmagadora, perfilaram-se à ditadura civil-militar de 1964/1985. Não obrigados mas por afinidade. Ou por interesses nada jornalísticos mas totalmente empresariais.
As Organizações Globo – não por acaso, também aliadas a Collor, FHC e, agora, Moro – são o exemplo mais pujante. À sombra das baionetas e das suas benesses, a TV Globo passou de emissora paroquial para uma das maiores redes de televisão do planeta.
Publicando ou deixando de publicar. Sobre isso, atribui-se a Roberto Marinho frase concisa e reveladora dessa filosofia: “O Globo é o O Globo não pelo que publica mas pelo que deixou de publicar”.
Deixar de publicar ou publicar mal sempre é um risco para quem repassa a informação. Afinal, a mídia nativa tem expertise em fabricação tanto de alarido quanto de silêncio, dependendo do lado em que estão os seus objetivos. Os episódios se multiplicam pelos 21 anos de ditadura e os 34 de democracia cambaleante.
Seja qual for a origem do acervo recebido por The Intercept Brasil o certo é que está mais seguro e em melhores mãos do que encontraria nas redações dos jornalões. A manchete de O Globo Conversas de Moro com procuradores e ação de hacker serão investigadas é uma evidência da reação irritada do jornal da família Marinho às revelações trazidas por Glen Greenwald e seus jornalistas.
Em resposta, Greenwald definiu a TV Globo como “sócia, agente e aliada de Moro e Lava Jato - seus porta-vozes - e não jornalistas que reportem sobre eles com alguma independência". Independência é a palavra exilada pela mídia empresarial. Com ela outra palavra, credibilidade, também perdida ainda no século que passou.
Em condições normais seria o caminho natural. Porém, como a mídia hegemônica brasileira sempre teve uma postura militante pró-República de Curitiba sem dar voz ao contraditório, obstruiu ela própria o aporte de informações que desmentem sua pregação. Se trabalhou a figura do juiz Sergio Moro como uma divindade que descia do Olimpo para fazer o bem na Terra, de que forma trataria revelações que expõem os pés de barro do semideus que engendrou?
Não é de hoje. Os donos das capitanias hereditárias da mídia tem uma longa trajetória de violências praticadas contra a livre informação.
Na sua maioria esmagadora, perfilaram-se à ditadura civil-militar de 1964/1985. Não obrigados mas por afinidade. Ou por interesses nada jornalísticos mas totalmente empresariais.
As Organizações Globo – não por acaso, também aliadas a Collor, FHC e, agora, Moro – são o exemplo mais pujante. À sombra das baionetas e das suas benesses, a TV Globo passou de emissora paroquial para uma das maiores redes de televisão do planeta.
Publicando ou deixando de publicar. Sobre isso, atribui-se a Roberto Marinho frase concisa e reveladora dessa filosofia: “O Globo é o O Globo não pelo que publica mas pelo que deixou de publicar”.
Deixar de publicar ou publicar mal sempre é um risco para quem repassa a informação. Afinal, a mídia nativa tem expertise em fabricação tanto de alarido quanto de silêncio, dependendo do lado em que estão os seus objetivos. Os episódios se multiplicam pelos 21 anos de ditadura e os 34 de democracia cambaleante.
Seja qual for a origem do acervo recebido por The Intercept Brasil o certo é que está mais seguro e em melhores mãos do que encontraria nas redações dos jornalões. A manchete de O Globo Conversas de Moro com procuradores e ação de hacker serão investigadas é uma evidência da reação irritada do jornal da família Marinho às revelações trazidas por Glen Greenwald e seus jornalistas.
Em resposta, Greenwald definiu a TV Globo como “sócia, agente e aliada de Moro e Lava Jato - seus porta-vozes - e não jornalistas que reportem sobre eles com alguma independência". Independência é a palavra exilada pela mídia empresarial. Com ela outra palavra, credibilidade, também perdida ainda no século que passou.
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