Reino Unido protesta contra a visita de Trump. Foto: AP |
Diante das celebrações do 75o. aniversário do Dia D, é bom recordar uma velha noção do pensamento político: "os povos que não conhecem a história estão condenados a repetí-la".
A exclusão de qualquer referência ao papel da União Soviética na derrota imposta ao nazismo no final da Segunda Guerra Mundial não é casual e reforça mitologia forjada por Hollywood para reescrever a história do conflito.
Vítima da agressão japonesa, aliada de Hitler, a China também foi deixada de lado.
A vitória sobre o nazismo, episódio decisivo para a evolução de povos e países nas décadas seguintes, nada tem a ver com a diplomacia norte-americana de nossos dias, um projeto imperial que chega a seu ponto máximo na arrogância de Donald Trump, chefe de um governo que cultiva alianças preferencias com governos submissos e movimentos políticos cujo traço básico é sabotar a democracia sempre que possível. Em dúvida, basta registrar suas alianças com os Bolsonaro no Brasil, Guaidó & Cia na Venezuela, o derrotado Nethanyhau em Israel e assim por diante.
Sabemos que o momento fundamental da derrota do nazismo ocorreu em Stalingrado, batalha heróica na qual a população soviética deu um novo curso a guerra, abrindo um período de resistência aberta ao nazismo que terminaria com a rendição alemã. O papel de Franklin Roosevelt não pode ser ignorado, porém.
Seu governo salvou a Coroa Britânica num momento em que o cerco de Hitler era cada vez mais intenso. Também prestou socorro à União Soviética de Josef Stálin logo depois que, rompendo o trágico pacto de não agressão Ribbentrop-Molotov, os tanques alemães invadiram o país e chegaram às portas de Moscou.
No mundo do século XXI, momento em que a democracia encontra-se sob atos de sabotagem em vários pontos do planeta, a cerimonia do Dia D é um esforço máximo para contar a história como ela não foi.
Basta lembrar que coube a Trump sentar-se numa cadeira reservada ao sucessor de Roosevelt para entender o tamanho do desastre.
Alguma dúvida?
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