Aprovado por apenas um em cada três brasileiros, segundo o Datafolha, o presidente(?) Jair Bolsonaro governa apenas para seus devotos robotizados nas redes sociais.
E o resto que se dane.
É o que se pode concluir dos vários desdobramentos da pesquisa e das ações do governo nestes primeiros seis meses.
A começar pela reforma da Previdência, que vai manter os privilégios de fardados e togados e cortar os benefícios dos mais pobres.
Basta citar um dado do Datafolha a demonstrar para quem governa o capitão: enquanto 47% da população apoia a reforma, esse número sobe para 73% entre os empresários (está na primeira pagina da Folha de hoje). Por que será?
Se a pesquisa for feita entre os mercadores do dinheiro grosso, os especuladores da Bolsa e do dólar, esse número certamente chegará a 100%, de preferência aprovando a capitalização.
Em todos os levantamentos da pesquisa, fica claro o lado que Bolsonaro escolheu no país dividido ao meio: o dos brancos mais ricos e mais escolarizados, no Sul/Sudeste.
A rejeição a Bolsonaro cresce entre os mais pobres, com menos instrução, pretos e pardos, no Norte/Nordeste.
Não por acaso, é entre os eleitores de Bolsonaro que mais gente acha que o brasileiro se aposenta cedo demais (15%). Entre os que votaram em Fernando Haddad, este índice cai para 6%.
Por faixa de renda, como informa o Painel da Folha, são os mais ricos, com renda acima de 10 salários mínimos, os que concordam que o brasileiro trabalha pouco tempo para se aposentar: 31%.
Certamente não é para esses devotos mais ricos que o presidente se dirige ao defender o trabalho infantil, pois os filhos deles só começam no batente depois de se formar, de preferência em boas faculdades estrangeiras.
É o filho do pobre que se vê obrigado a trabalhar cedo, muitas vezes em condições insalubres, para ajudar a família.
Lembro-me de uma reportagem que fiz muitos anos atrás sobre uma escola na periferia de São Paulo onde os alunos dormiam nas aulas.
O professor foi à casa deles para descobrir o que estava acontecendo: as crianças trabalhavam durante a madrugada para ajudar os pais numa olaria, onde eles moravam.
Sem nenhum plano de governo, o presidente fala e faz o que lhe vem na telha, sem se preocupar com o que dizem as leis e a Constituição, apenas ouvindo sua turma nos churrascos de fim de semana e nas festinhas nos quartéis.
Nas suas mais esdrúxulas decisões, sempre tem quem saia ganhando, nem que seja às custas da saúde e da vida dos que não fazem parte da seita.
Na contramão dos países civilizados, Bolsonaro resolveu agora elevar os benefícios fiscais para a indústria de refrigerantes, uma das razões da epidemia de obesidade que já atinge 59% das crianças brasileiras.
Para combater o contrabando de cigarros, o Ministério da Justiça estuda a redução dos impostos, na contramão das políticas antitabaco no mundo inteiro e aqui também, que reduziram drasticamente o consumo.
Quando corta drasticamente os recursos para a Educação, é a população mais pobre que ele atinge, porque os seus amigos ricos podem pagar boas escolas particulares.
O mesmo acontece na saúde, onde a rede pública é desmantelada, para que os planos de saúde possam aumentar sua freguesia e seus lucros.
Na visão caolha e calhorda da nova ordem, filho de pobre não precisa fazer faculdade, nem ter acesso a bons hospitais, reservados apenas aos eleitos.
No mesmo Datafolha, a Educação aparece como o principal problema do país hoje, com 15% das citações. Em segundo lugar, surge a saúde.
Bolsonaro não está preocupado com isso, nem com os milhões de desempregados.
Como outros governos que o antecederam, ele governa apenas para um terço da população, que o apoia.
Estamos percorrendo o caminho inverso da inclusão social e no mercado de trabalho, que resgatou milhões de famílias da fome e da miséria, para onde elas já estão voltando.
De “um país para todos”, o lema do governo Lula, agora somos novamente “um país para poucos”.
Isso não tem como dar certo. Uma hora a corda vai arrebentar.
Vida que segue.
E o resto que se dane.
É o que se pode concluir dos vários desdobramentos da pesquisa e das ações do governo nestes primeiros seis meses.
A começar pela reforma da Previdência, que vai manter os privilégios de fardados e togados e cortar os benefícios dos mais pobres.
Basta citar um dado do Datafolha a demonstrar para quem governa o capitão: enquanto 47% da população apoia a reforma, esse número sobe para 73% entre os empresários (está na primeira pagina da Folha de hoje). Por que será?
Se a pesquisa for feita entre os mercadores do dinheiro grosso, os especuladores da Bolsa e do dólar, esse número certamente chegará a 100%, de preferência aprovando a capitalização.
Em todos os levantamentos da pesquisa, fica claro o lado que Bolsonaro escolheu no país dividido ao meio: o dos brancos mais ricos e mais escolarizados, no Sul/Sudeste.
A rejeição a Bolsonaro cresce entre os mais pobres, com menos instrução, pretos e pardos, no Norte/Nordeste.
Não por acaso, é entre os eleitores de Bolsonaro que mais gente acha que o brasileiro se aposenta cedo demais (15%). Entre os que votaram em Fernando Haddad, este índice cai para 6%.
Por faixa de renda, como informa o Painel da Folha, são os mais ricos, com renda acima de 10 salários mínimos, os que concordam que o brasileiro trabalha pouco tempo para se aposentar: 31%.
Certamente não é para esses devotos mais ricos que o presidente se dirige ao defender o trabalho infantil, pois os filhos deles só começam no batente depois de se formar, de preferência em boas faculdades estrangeiras.
É o filho do pobre que se vê obrigado a trabalhar cedo, muitas vezes em condições insalubres, para ajudar a família.
Lembro-me de uma reportagem que fiz muitos anos atrás sobre uma escola na periferia de São Paulo onde os alunos dormiam nas aulas.
O professor foi à casa deles para descobrir o que estava acontecendo: as crianças trabalhavam durante a madrugada para ajudar os pais numa olaria, onde eles moravam.
Sem nenhum plano de governo, o presidente fala e faz o que lhe vem na telha, sem se preocupar com o que dizem as leis e a Constituição, apenas ouvindo sua turma nos churrascos de fim de semana e nas festinhas nos quartéis.
Nas suas mais esdrúxulas decisões, sempre tem quem saia ganhando, nem que seja às custas da saúde e da vida dos que não fazem parte da seita.
Na contramão dos países civilizados, Bolsonaro resolveu agora elevar os benefícios fiscais para a indústria de refrigerantes, uma das razões da epidemia de obesidade que já atinge 59% das crianças brasileiras.
Para combater o contrabando de cigarros, o Ministério da Justiça estuda a redução dos impostos, na contramão das políticas antitabaco no mundo inteiro e aqui também, que reduziram drasticamente o consumo.
Quando corta drasticamente os recursos para a Educação, é a população mais pobre que ele atinge, porque os seus amigos ricos podem pagar boas escolas particulares.
O mesmo acontece na saúde, onde a rede pública é desmantelada, para que os planos de saúde possam aumentar sua freguesia e seus lucros.
Na visão caolha e calhorda da nova ordem, filho de pobre não precisa fazer faculdade, nem ter acesso a bons hospitais, reservados apenas aos eleitos.
No mesmo Datafolha, a Educação aparece como o principal problema do país hoje, com 15% das citações. Em segundo lugar, surge a saúde.
Bolsonaro não está preocupado com isso, nem com os milhões de desempregados.
Como outros governos que o antecederam, ele governa apenas para um terço da população, que o apoia.
Estamos percorrendo o caminho inverso da inclusão social e no mercado de trabalho, que resgatou milhões de famílias da fome e da miséria, para onde elas já estão voltando.
De “um país para todos”, o lema do governo Lula, agora somos novamente “um país para poucos”.
Isso não tem como dar certo. Uma hora a corda vai arrebentar.
Vida que segue.
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