Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Eu vi, ninguém me contou.
Desta vez, não era fake news, nem vídeo postado pelo 02.
Era o próprio, falando numa live assustadora, direto de Riad, já alta madrugada na Arábia Saudita.
Às 10 da noite daqui, alertado pela minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, fui direto ao Face do capitão para ver com meus próprios olhos.
Renatinha, que mora nos Estados Unidos, não perde uma live do capitão às quintas-feiras, mas agora era uma edição extra, como aqueles plantões da Globo.
Algo muito grave tinha acabado de acontecer, capaz de abalar os alicerces da República.
No final do Jornal Nacional de terça-feira, entrou uma reportagem envolvendo o nome do presidente Jair Bolsonaro no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Olhos injetados, fora de si, aos berros, o capitão partiu com os dois pés para cima da Globo e do governador fluminense Wilson Witzel, acusando-os de uma conspiração contra sua família para derrubá-lo do governo.
Em resumo foi isso, mas vale a pena ir ao Face da Renata Velloso para ler o comentário em que ela descreveu com detalhes o que foi aquilo, um show de pura demência.
Cabelo liso caindo na testa, só faltou o bigodinho para aquele homem descontrolado, tomado de fúria, ser confundido com o homólogo alemão, que arrastou o mundo para a guerra nos anos 30 do século passado.
Foram 23 minutos ininterruptos de puro terror, com um palavreado de beira do cais.
Custei a dormir nessa noite.
Fiquei me perguntando como o Brasil pode ter levado esse capitão à Presidência da República, assim como até hoje os alemães se perguntam como podem ter produzido um carrasco como Adolf Hitler, o fundador do nazismo.
Voltaram-me à lembrança as histórias da infância ouvidas de meus pais e da minha vó materna, que escaparam vivos dos horrores daquela guerra, onde morreu boa parte da família.
Até hoje, não assisto a filmes nem séries desta época, mas agora sou obrigado a conviver diariamente com a ameaça de ver a mesma desgraça acontecer em meu país.
Ninguém sabe como essa história vai terminar, se ao final quem vai vencer é a Globo ou o Bolsonaro, mas uma coisa é certa: o Brasil nunca mais será o mesmo depois desta tragédia que está completando nove meses e destruindo o país.
Parece que o bolsonarismo de raiz veio para ficar, pelo menos em parte do eleitorado fanatizado, como podemos constatar nas redes sociais e nas cartas de leitores nos jornais.
Inspirado no nazismo - “Deutschland Über Alles” - este “Brasil acima de tudo” é uma contrafação grotesca, uma cópia inverossímel, mas igualmente ameaçadora.
Oficiais subalternos, com uma trajetória militar medíocre, Jair e Adolf resolveram se vingar do mundo, com a diferença de que por aqui não temos nenhum inimigo externo à vista.
Os inimigos somos nós mesmos, os democratas que ainda resistem a essa insânia galopante, em meio a leões e hienas, exilados em seu próprio país.
Se alguém ainda tiver alguma dúvida, assista ao vídeo que está no Face do capitão.
Vida que segue.
Desta vez, não era fake news, nem vídeo postado pelo 02.
Era o próprio, falando numa live assustadora, direto de Riad, já alta madrugada na Arábia Saudita.
Às 10 da noite daqui, alertado pela minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, fui direto ao Face do capitão para ver com meus próprios olhos.
Renatinha, que mora nos Estados Unidos, não perde uma live do capitão às quintas-feiras, mas agora era uma edição extra, como aqueles plantões da Globo.
Algo muito grave tinha acabado de acontecer, capaz de abalar os alicerces da República.
No final do Jornal Nacional de terça-feira, entrou uma reportagem envolvendo o nome do presidente Jair Bolsonaro no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Olhos injetados, fora de si, aos berros, o capitão partiu com os dois pés para cima da Globo e do governador fluminense Wilson Witzel, acusando-os de uma conspiração contra sua família para derrubá-lo do governo.
Em resumo foi isso, mas vale a pena ir ao Face da Renata Velloso para ler o comentário em que ela descreveu com detalhes o que foi aquilo, um show de pura demência.
Cabelo liso caindo na testa, só faltou o bigodinho para aquele homem descontrolado, tomado de fúria, ser confundido com o homólogo alemão, que arrastou o mundo para a guerra nos anos 30 do século passado.
Foram 23 minutos ininterruptos de puro terror, com um palavreado de beira do cais.
Custei a dormir nessa noite.
Fiquei me perguntando como o Brasil pode ter levado esse capitão à Presidência da República, assim como até hoje os alemães se perguntam como podem ter produzido um carrasco como Adolf Hitler, o fundador do nazismo.
Voltaram-me à lembrança as histórias da infância ouvidas de meus pais e da minha vó materna, que escaparam vivos dos horrores daquela guerra, onde morreu boa parte da família.
Até hoje, não assisto a filmes nem séries desta época, mas agora sou obrigado a conviver diariamente com a ameaça de ver a mesma desgraça acontecer em meu país.
Ninguém sabe como essa história vai terminar, se ao final quem vai vencer é a Globo ou o Bolsonaro, mas uma coisa é certa: o Brasil nunca mais será o mesmo depois desta tragédia que está completando nove meses e destruindo o país.
Parece que o bolsonarismo de raiz veio para ficar, pelo menos em parte do eleitorado fanatizado, como podemos constatar nas redes sociais e nas cartas de leitores nos jornais.
Inspirado no nazismo - “Deutschland Über Alles” - este “Brasil acima de tudo” é uma contrafação grotesca, uma cópia inverossímel, mas igualmente ameaçadora.
Oficiais subalternos, com uma trajetória militar medíocre, Jair e Adolf resolveram se vingar do mundo, com a diferença de que por aqui não temos nenhum inimigo externo à vista.
Os inimigos somos nós mesmos, os democratas que ainda resistem a essa insânia galopante, em meio a leões e hienas, exilados em seu próprio país.
Se alguém ainda tiver alguma dúvida, assista ao vídeo que está no Face do capitão.
Vida que segue.
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