Por Milton Alves, no site Curitiba Suburbana:
Aos mais novos é bom lembrar que a atriz Regina Duarte já foi a namoradinha do Brasil. Em “Malu Mulher,” Regina Duarte brilhou representando a mulher contemporânea, lutando por seus espaços e direitos – quebrando tabus. A série, que estreou em maio de 1979, dirigida pelo genial Daniel Filho, empolgou toda uma geração. Era o início da chamada “abertura política” da ditadura, as greves no ABC, a reorganização das entidades populares, o abrandamento da censura …Era o clima.
Os jovens da minha geração, muitos em processo de engajamento político (como eu), acompanhávamos os episódios entre uma passeata, assembleia ou festinha, que sempre aconteciam durante a noite. E aquele ano foi intenso: campanha de solidariedade aos grevistas do ABC, Campanha da Anistia, Congresso de fundação da UNE, retomada do movimento secundarista, a luta por meia passagem no transporte coletivo, os mutirões de venda da imprensa alternativa… E por aí vai. Eram muitas atividades e não faltavam energias para todos nós, adolescentes de 15, 16, 17, 18 anos…
No recreio (intervalo hoje), durante o tradicional ping pong, lá no Deodoro de Mendonça, comentávamos os episódios de Malu Mulher e a nossa “vanguardinha militante” planejava a participação na próxima passeata ou os passos para a formação do nosso grêmio livre. Alguns, digamos mais “alienados”, revelavam seus primitivos sonhos eróticos com a Malu, uma balzaquiana…
Anos depois, Regina Duarte foi a viúva sem nunca ter sido…A exuberante e fogosa Viúva Porcina, disputada por um coronel bronco apaixonado, o Sinhozinho Malta (Lima Duarte), e o sedutor e escorregadio Roque Santeiro (vivido pelo saudoso José Wilker). A novela foi um sucesso absoluto de crítica e de público, representava os novos ares da democracia. A obra de Dias Gomes e Agnaldo Silva ficou anos congelada pela censura. A novela marcou uma época na televisão brasileira e ressaltou mais ainda a expertise da Rede Globo no gênero, tornando as produções brasileiras uma das commodities mais apreciadas pelo mundo afora.
Anos depois, Regina Duarte estoura e ganha novamente o imaginário de milhões de brasileiros e brasileiros na novela Vale Tudo. Vivendo a Raquel, uma batalhadora que para sobreviver tem que vender sanduíches na praia até conquistar o seu próprio restaurante, chamado Paladar. Aliás, um registro: Essa novela inspirou os chamados “paladares” cubanos, pequenos restaurantes privados que surgiram em Havana nos anos 90 e foram legalizados como negócios pelo governo.
Regina Duarte, com seus personagens Viúva Porcina e Raquel, ficou muito popular em Cuba. Regina Duarte chegou a ser recebida pelo comandante Fidel Castro em Havana…Ainda teve a espalhafatosa Rainha da Sucata…
A “namoradinha do Brasil” porém iniciou em 2002 uma nova fase. No auge da campanha eleitoral daquele ano, Regina Duarte surge no Horário Eleitoral do tucano José Serra brandando o ” tô com medo de Lula e da vitória do PT”. A atriz ficou isolada entre os seus pares, que maciçamente apoiavam Lula.
Daí em diante, Regina adota um figurino raivosamente anti-PT e, cada vez mais, agressivo. Até abraçar o bolsonarismo. Com a queda do estúpido e bisonho aprendiz de nazista Roberto Alvim, da secretaria de Cultura do governo federal, a ex-namoradinha recebeu o convite de Bolsonaro para ocupar a pasta.
Que personagem Regina Duarte vai encarnar, caso assuma a secretaria, neste filme de terror que é o governo Bolsonaro? Fica a pergunta.
Aos mais novos é bom lembrar que a atriz Regina Duarte já foi a namoradinha do Brasil. Em “Malu Mulher,” Regina Duarte brilhou representando a mulher contemporânea, lutando por seus espaços e direitos – quebrando tabus. A série, que estreou em maio de 1979, dirigida pelo genial Daniel Filho, empolgou toda uma geração. Era o início da chamada “abertura política” da ditadura, as greves no ABC, a reorganização das entidades populares, o abrandamento da censura …Era o clima.
Os jovens da minha geração, muitos em processo de engajamento político (como eu), acompanhávamos os episódios entre uma passeata, assembleia ou festinha, que sempre aconteciam durante a noite. E aquele ano foi intenso: campanha de solidariedade aos grevistas do ABC, Campanha da Anistia, Congresso de fundação da UNE, retomada do movimento secundarista, a luta por meia passagem no transporte coletivo, os mutirões de venda da imprensa alternativa… E por aí vai. Eram muitas atividades e não faltavam energias para todos nós, adolescentes de 15, 16, 17, 18 anos…
No recreio (intervalo hoje), durante o tradicional ping pong, lá no Deodoro de Mendonça, comentávamos os episódios de Malu Mulher e a nossa “vanguardinha militante” planejava a participação na próxima passeata ou os passos para a formação do nosso grêmio livre. Alguns, digamos mais “alienados”, revelavam seus primitivos sonhos eróticos com a Malu, uma balzaquiana…
Anos depois, Regina Duarte foi a viúva sem nunca ter sido…A exuberante e fogosa Viúva Porcina, disputada por um coronel bronco apaixonado, o Sinhozinho Malta (Lima Duarte), e o sedutor e escorregadio Roque Santeiro (vivido pelo saudoso José Wilker). A novela foi um sucesso absoluto de crítica e de público, representava os novos ares da democracia. A obra de Dias Gomes e Agnaldo Silva ficou anos congelada pela censura. A novela marcou uma época na televisão brasileira e ressaltou mais ainda a expertise da Rede Globo no gênero, tornando as produções brasileiras uma das commodities mais apreciadas pelo mundo afora.
Anos depois, Regina Duarte estoura e ganha novamente o imaginário de milhões de brasileiros e brasileiros na novela Vale Tudo. Vivendo a Raquel, uma batalhadora que para sobreviver tem que vender sanduíches na praia até conquistar o seu próprio restaurante, chamado Paladar. Aliás, um registro: Essa novela inspirou os chamados “paladares” cubanos, pequenos restaurantes privados que surgiram em Havana nos anos 90 e foram legalizados como negócios pelo governo.
Regina Duarte, com seus personagens Viúva Porcina e Raquel, ficou muito popular em Cuba. Regina Duarte chegou a ser recebida pelo comandante Fidel Castro em Havana…Ainda teve a espalhafatosa Rainha da Sucata…
A “namoradinha do Brasil” porém iniciou em 2002 uma nova fase. No auge da campanha eleitoral daquele ano, Regina Duarte surge no Horário Eleitoral do tucano José Serra brandando o ” tô com medo de Lula e da vitória do PT”. A atriz ficou isolada entre os seus pares, que maciçamente apoiavam Lula.
Daí em diante, Regina adota um figurino raivosamente anti-PT e, cada vez mais, agressivo. Até abraçar o bolsonarismo. Com a queda do estúpido e bisonho aprendiz de nazista Roberto Alvim, da secretaria de Cultura do governo federal, a ex-namoradinha recebeu o convite de Bolsonaro para ocupar a pasta.
Que personagem Regina Duarte vai encarnar, caso assuma a secretaria, neste filme de terror que é o governo Bolsonaro? Fica a pergunta.
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