Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, se salva no cargo? E por que a China deixou de lado a frieza e reagiu com o fígado após Eduardo Bolsonaro repetir Donald Trump e culpá-la pelo coronavírus? É o que se perguntam diplomatas brasileiros diante da crise bilateral. Suas respostas? Araújo está na corda bamba, e o fígado seria um capítulo da guerra geopolítica entre Estados Unidos e China cuja síntese hoje é a revolucionária tecnologia 5G.
A tensão sino-americana foi exposta de forma crua em fevereiro, na Conferência de Segurança de Munique, realizada todo ano desde 1963. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o de Defesa, Mark Esper, bateram sem dó no rival, retratado como ameaça ao Ocidente. A China é “a principal preocupação do Pentágono”, disse Esper, com práticas “malignas” que têm na Huawei e no 5G seu “cartão de visitas”. O mundo que se prepare “para uma guerra de alta intensidade”.
“O Ocidente também precisa evitar a crença subconsciente na superioridade de sua civilização e abandonar seus preconceitos e ansiedades em relação à China”, afirmou em seguida o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi. Com uma civilização de 5 mil anos, comentou ele, seu país não copiará o Ocidente. E avisou: “A China fortalecerá ainda mais a coordenação estratégica com a Rússia” e “aprofundará a cooperação com a Europa em geral”.
Eis o pano de fundo da crise entre Brasil e China, que deixa a cabeça de Araújo a prêmio. No Itamaraty, a demissão dele não é considerada improvável depois da posição pública manifestada pelo grupo Bandeirantes em seu maior telejornal. O ministro foi chamado de “inepto”, “despreparado”, “idiotizado”, “incapaz de responder pelo cargo” e “obstáculo” nas relações com a China”. “Por quanto tempo ainda veremos um idiota ocupar a cadeira de Rio Branco?”, questionou a emissora.
O editorial foi visto em salas do Itamaraty como uma declaração quase oficial do agronegócio, já que o dono da Band, Johnny Saad, tem interesses na área, e a China é o maior cliente dos fazendeiros daqui. A emissora acaba de inaugurar mais um canal rural (AgroNews) – já possuía o Terra Viva. Mais: em novembro de 2019, fechara um acordo com a TV estatal chinesa, de produção e troca de conteúdo.
“Bananão vai pagar pelo bananinha”, afirma um diplomata. “Bananão” foi uma referência nada elogiosa a Araújo. E “bananinha” foi como o vice-presidente, Hamilton Mourão, referiu-se a Eduardo, ao falar da “acusação” do “zero três” à China na pandemia. Para o general, o comentário do deputado chamou a atenção apenas porque o sobrenome dele é Bolsonaro, não “bananinha”.
Há muita “torcida” pela demissão de Araújo entre diplomatas, comenta um deles, experiente. “Boa parte dos diplomatas e parlamentares adoraria ter um chanceler mais ‘normal’ no Itamaraty”, diz outro, mais jovem. “Seria cortar na própria carne. Ele (Araújo) voltou a estar muito pressionado, no centro das críticas, mas está bem com o chefe (Jair Bolsonaro)”, diz um terceiro, mais cético.
Para este cético, há algum interesse chinês “muito sensível” atingido pelo Brasil, sem relação com o coronavírus, por trás da reação da China, uma diplomacia em geral pragmática. “O ataque foi muito violento. Essa resposta não saiu da embaixada, passou por instâncias na China, talvez até pelo presidente Xi Jinping”, diz Hussein Kalout, professor de Relações Internacionais e secretário de Assuntos Estratégicos no governo Michel Temer.
Recorde-se a história: Eduardo tuitou em 18 de março que “a culpa é da China” pela pandemia, por ter escondido informação. A embaixada chinesa em Brasília reagiu em seguida via Twitter: palavras “irresponsáveis”, de inspiração americana, enquanto o embaixador Yang Wanming exigia de Eduardo que as “retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês”.
Araújo surge dia 19. Em comunicado, disse que Eduardo não falava pelo Brasil e que a reação do embaixador havia sido “desproporcional” e contra “a boa prática diplomática”. Cobrou uma “retratação”, até por Wanming ter retuitado um comentário de que a família Bolsonaro “é o grande veneno” no Brasil, ataque a Jair Bolsonaro por tabela. “Eduardo Bolsonaro tem que pedir desculpa ao povo chinês”, insistiu a embaixada.
Na visão de um diplomata, a virulência e a inflexibilidade da reação chinesa podem ser entendidas pela “guerra de narrativas sobre a responsabilidade pela pandemia. (Donald) Trump insiste em falar do vírus chinês, e a China diz que foi os Estados Unidos que criaram o coronavírus em laboratório”. E prossegue: “Tomar o lado do Trump só podia dar nisso”.
Trump martela a tecla do “vírus chinês” por uma razão óbvia, em primeiro lugar: foi uma cidade do gigante asiático que se tornou o epicentro do covid-19, Wuhan, na virada de 2019 para 2020. Além disso, o comportamento inicial pouco transparente de Pequim alimentou desconfianças. A “acusação” de Eduardo Bolsonaro sobre culpa tem a ver com esse comportamento.
A China apontou o dedo para os EUA em 12 de março. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, tuitou: “Quando o paciente zero começou nos EUA? Quantas pessoas estão infectadas? Quais são os nomes dos hospitais? Pode ser que o Exército americano tenha levado a epidemia a Wuhan”.
A cidade sediou os Jogos Militares de 2019, de 18 a 27 de outubro. Havia uma numerosa equipe americana. O primeiro caso de coronavírus ali é de dezembro. No dia da abertura dos jogos, houve em Nova York um debate em um hotel sobre “um surto de um novo coronavírus” transmitido de morcegos e porcos para pessoas, depois de pessoa a pessoa, “levando a uma pandemia grave”.
O encontro foi batizado de “Evento 201”. Segundo o site do evento, servia para discutir o que fazer em saúde e na economia num cenário de pandemia de coronavírus. Era uma simulação na qual o vírus surgia em uma fazenda de porcos no Brasil. Morriam 65 milhões de pessoas. Participaram empresários graúdos, gente da área de saúde e de governos. O evento foi patrocinado pelo Fórum Econômico Mundial, a Fundação Bill Gates e pelo Centro para Segurança em Saúde.
Eduardo Bolsonaro ter seguido os EUA e acusado a China de culpada pelo coronavírus seria o único motivo por trás da reação dura de Pequim contra o Brasil? “Os chineses só agem dessa forma quando há uma ameaça concreta e importante a suas prioridades geoestratégicas. Não foi honra”, diz um diplomata brasileiro. “Pode ser o 5G, mas aposto em uma tensão geopolítica mais ampla (entre EUA e China).”
Seria a Venezuela? Enquanto desdenhava do coronavírus, Trump reuniu-se no início de março com Ivan Duque, presidente da Colômbia, na semana seguinte com Jair Bolsonaro para conversar sobre a derrubada de Nicolás Maduro. Militares colombianos e americanos realizaram em seguida exercícios conjuntos (ensaio para combates) na Colômbia, país vizinho da Venezuela. Tinham feito em fevereiro também, com a presença de observadores brasileiros.
E a China nisso? Até 2019, tinha direcionado à Venezuela 47% de seus 141 bilhões de dólares em empréstimos na América Latina. Compra quase 60% da produção petrolífera venezuelana e destina para lá 90% das vendas de armas na América Latina. Como é apoiada também pela Rússia, inclusive militarmente, a Venezuela tornou-se uma ponta de lança do Leste nas barbas do Tio Sam, como Cuba no tempo da Guerra Fria.
Na viagem a Miami para encontrar Trump, Bolsonaro visitou o Comando Militar do Sul dos EUA, em cuja “jurisdição” está a Venezuela, e seu comandante, o almirante Craig Feller. O almirante declarou dias depois, perante o Congresso americano, que o acordo militar assinado por Brasil e EUA durante a visita de Bolsonaro ajuda a conter a presença chinesa na América do Sul.
É um tipo de acordo que traz à mesa a disputa na tecnologia 5G. “Para uma parceria militar com os Estados Unidos, como é que eles vão poder confiar (no compartilhamento de informações) se houver interferência da China?”, disse Eduardo Bolsonaro ao Globo de 11 de fevereiro, cerca de um mês antes da viagem do pai a Miami.
Eduardo, que quase foi designado embaixador em Washington, é porta-voz do interesse americano no Brasil. Sua declaração ao Globo repete o que os EUA disseminam: nenhum país pode confiar na tecnologia chinesa do 5G, pois esta se prestaria a espionagem, roubo de informações. A maior fornecedora de equipamento de 5G do mundo é a chinesa Huawei. É privada, mas os EUA dizem que obedece o governo em Pequim, por ter sido fundada por um ex-general chinês.
Ernesto Araújo já levantou objeções ao uso do 5G chinês aqui. O governo planeja realizar no segundo semestre o leilão de uma “faixa do céu” para o uso de 5G no Brasil, talvez o maior leilão do tipo no planeta. A Huawei não participará – quem participa são operadoras de telefonia -, mas pode vender celulares, antenas de transmissão de dados, equipamentos para as teles depois.
Se Eduardo e Araújo são anti-Huawei, Hamilton Mourão faz o oposto. Em 13 de março, o vice-presidente recebeu o mais alto executivo da empresa, Ken Hu, e os presidentes no Brasil, Yao Wei, e na América Latina, Zhou Zhilei. Wei e Zhilei já tinham estado com Jair Bolsonaro, em 18 de novembro, cinco dias depois da passagem por Brasília de Xi Jinping, o líder chinês.
Jinping fora a Brasília para o encontro anual dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. E aproveitou a oportunidade para uma visita oficial ao País, em retribuição à ide de Bolsonaro a Pequim no mês anterior. A aproximação entre eles foi intermedia por Mourão. O vice tinha viajado à China em maio. Na volta, deixou claro: o Brasil não vetaria a Huawei no 5G.
A tensão sino-americana foi exposta de forma crua em fevereiro, na Conferência de Segurança de Munique, realizada todo ano desde 1963. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o de Defesa, Mark Esper, bateram sem dó no rival, retratado como ameaça ao Ocidente. A China é “a principal preocupação do Pentágono”, disse Esper, com práticas “malignas” que têm na Huawei e no 5G seu “cartão de visitas”. O mundo que se prepare “para uma guerra de alta intensidade”.
“O Ocidente também precisa evitar a crença subconsciente na superioridade de sua civilização e abandonar seus preconceitos e ansiedades em relação à China”, afirmou em seguida o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi. Com uma civilização de 5 mil anos, comentou ele, seu país não copiará o Ocidente. E avisou: “A China fortalecerá ainda mais a coordenação estratégica com a Rússia” e “aprofundará a cooperação com a Europa em geral”.
Eis o pano de fundo da crise entre Brasil e China, que deixa a cabeça de Araújo a prêmio. No Itamaraty, a demissão dele não é considerada improvável depois da posição pública manifestada pelo grupo Bandeirantes em seu maior telejornal. O ministro foi chamado de “inepto”, “despreparado”, “idiotizado”, “incapaz de responder pelo cargo” e “obstáculo” nas relações com a China”. “Por quanto tempo ainda veremos um idiota ocupar a cadeira de Rio Branco?”, questionou a emissora.
O editorial foi visto em salas do Itamaraty como uma declaração quase oficial do agronegócio, já que o dono da Band, Johnny Saad, tem interesses na área, e a China é o maior cliente dos fazendeiros daqui. A emissora acaba de inaugurar mais um canal rural (AgroNews) – já possuía o Terra Viva. Mais: em novembro de 2019, fechara um acordo com a TV estatal chinesa, de produção e troca de conteúdo.
“Bananão vai pagar pelo bananinha”, afirma um diplomata. “Bananão” foi uma referência nada elogiosa a Araújo. E “bananinha” foi como o vice-presidente, Hamilton Mourão, referiu-se a Eduardo, ao falar da “acusação” do “zero três” à China na pandemia. Para o general, o comentário do deputado chamou a atenção apenas porque o sobrenome dele é Bolsonaro, não “bananinha”.
Há muita “torcida” pela demissão de Araújo entre diplomatas, comenta um deles, experiente. “Boa parte dos diplomatas e parlamentares adoraria ter um chanceler mais ‘normal’ no Itamaraty”, diz outro, mais jovem. “Seria cortar na própria carne. Ele (Araújo) voltou a estar muito pressionado, no centro das críticas, mas está bem com o chefe (Jair Bolsonaro)”, diz um terceiro, mais cético.
Para este cético, há algum interesse chinês “muito sensível” atingido pelo Brasil, sem relação com o coronavírus, por trás da reação da China, uma diplomacia em geral pragmática. “O ataque foi muito violento. Essa resposta não saiu da embaixada, passou por instâncias na China, talvez até pelo presidente Xi Jinping”, diz Hussein Kalout, professor de Relações Internacionais e secretário de Assuntos Estratégicos no governo Michel Temer.
Recorde-se a história: Eduardo tuitou em 18 de março que “a culpa é da China” pela pandemia, por ter escondido informação. A embaixada chinesa em Brasília reagiu em seguida via Twitter: palavras “irresponsáveis”, de inspiração americana, enquanto o embaixador Yang Wanming exigia de Eduardo que as “retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês”.
Araújo surge dia 19. Em comunicado, disse que Eduardo não falava pelo Brasil e que a reação do embaixador havia sido “desproporcional” e contra “a boa prática diplomática”. Cobrou uma “retratação”, até por Wanming ter retuitado um comentário de que a família Bolsonaro “é o grande veneno” no Brasil, ataque a Jair Bolsonaro por tabela. “Eduardo Bolsonaro tem que pedir desculpa ao povo chinês”, insistiu a embaixada.
Na visão de um diplomata, a virulência e a inflexibilidade da reação chinesa podem ser entendidas pela “guerra de narrativas sobre a responsabilidade pela pandemia. (Donald) Trump insiste em falar do vírus chinês, e a China diz que foi os Estados Unidos que criaram o coronavírus em laboratório”. E prossegue: “Tomar o lado do Trump só podia dar nisso”.
Trump martela a tecla do “vírus chinês” por uma razão óbvia, em primeiro lugar: foi uma cidade do gigante asiático que se tornou o epicentro do covid-19, Wuhan, na virada de 2019 para 2020. Além disso, o comportamento inicial pouco transparente de Pequim alimentou desconfianças. A “acusação” de Eduardo Bolsonaro sobre culpa tem a ver com esse comportamento.
A China apontou o dedo para os EUA em 12 de março. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, tuitou: “Quando o paciente zero começou nos EUA? Quantas pessoas estão infectadas? Quais são os nomes dos hospitais? Pode ser que o Exército americano tenha levado a epidemia a Wuhan”.
A cidade sediou os Jogos Militares de 2019, de 18 a 27 de outubro. Havia uma numerosa equipe americana. O primeiro caso de coronavírus ali é de dezembro. No dia da abertura dos jogos, houve em Nova York um debate em um hotel sobre “um surto de um novo coronavírus” transmitido de morcegos e porcos para pessoas, depois de pessoa a pessoa, “levando a uma pandemia grave”.
O encontro foi batizado de “Evento 201”. Segundo o site do evento, servia para discutir o que fazer em saúde e na economia num cenário de pandemia de coronavírus. Era uma simulação na qual o vírus surgia em uma fazenda de porcos no Brasil. Morriam 65 milhões de pessoas. Participaram empresários graúdos, gente da área de saúde e de governos. O evento foi patrocinado pelo Fórum Econômico Mundial, a Fundação Bill Gates e pelo Centro para Segurança em Saúde.
Eduardo Bolsonaro ter seguido os EUA e acusado a China de culpada pelo coronavírus seria o único motivo por trás da reação dura de Pequim contra o Brasil? “Os chineses só agem dessa forma quando há uma ameaça concreta e importante a suas prioridades geoestratégicas. Não foi honra”, diz um diplomata brasileiro. “Pode ser o 5G, mas aposto em uma tensão geopolítica mais ampla (entre EUA e China).”
Seria a Venezuela? Enquanto desdenhava do coronavírus, Trump reuniu-se no início de março com Ivan Duque, presidente da Colômbia, na semana seguinte com Jair Bolsonaro para conversar sobre a derrubada de Nicolás Maduro. Militares colombianos e americanos realizaram em seguida exercícios conjuntos (ensaio para combates) na Colômbia, país vizinho da Venezuela. Tinham feito em fevereiro também, com a presença de observadores brasileiros.
E a China nisso? Até 2019, tinha direcionado à Venezuela 47% de seus 141 bilhões de dólares em empréstimos na América Latina. Compra quase 60% da produção petrolífera venezuelana e destina para lá 90% das vendas de armas na América Latina. Como é apoiada também pela Rússia, inclusive militarmente, a Venezuela tornou-se uma ponta de lança do Leste nas barbas do Tio Sam, como Cuba no tempo da Guerra Fria.
Na viagem a Miami para encontrar Trump, Bolsonaro visitou o Comando Militar do Sul dos EUA, em cuja “jurisdição” está a Venezuela, e seu comandante, o almirante Craig Feller. O almirante declarou dias depois, perante o Congresso americano, que o acordo militar assinado por Brasil e EUA durante a visita de Bolsonaro ajuda a conter a presença chinesa na América do Sul.
É um tipo de acordo que traz à mesa a disputa na tecnologia 5G. “Para uma parceria militar com os Estados Unidos, como é que eles vão poder confiar (no compartilhamento de informações) se houver interferência da China?”, disse Eduardo Bolsonaro ao Globo de 11 de fevereiro, cerca de um mês antes da viagem do pai a Miami.
Eduardo, que quase foi designado embaixador em Washington, é porta-voz do interesse americano no Brasil. Sua declaração ao Globo repete o que os EUA disseminam: nenhum país pode confiar na tecnologia chinesa do 5G, pois esta se prestaria a espionagem, roubo de informações. A maior fornecedora de equipamento de 5G do mundo é a chinesa Huawei. É privada, mas os EUA dizem que obedece o governo em Pequim, por ter sido fundada por um ex-general chinês.
Ernesto Araújo já levantou objeções ao uso do 5G chinês aqui. O governo planeja realizar no segundo semestre o leilão de uma “faixa do céu” para o uso de 5G no Brasil, talvez o maior leilão do tipo no planeta. A Huawei não participará – quem participa são operadoras de telefonia -, mas pode vender celulares, antenas de transmissão de dados, equipamentos para as teles depois.
Se Eduardo e Araújo são anti-Huawei, Hamilton Mourão faz o oposto. Em 13 de março, o vice-presidente recebeu o mais alto executivo da empresa, Ken Hu, e os presidentes no Brasil, Yao Wei, e na América Latina, Zhou Zhilei. Wei e Zhilei já tinham estado com Jair Bolsonaro, em 18 de novembro, cinco dias depois da passagem por Brasília de Xi Jinping, o líder chinês.
Jinping fora a Brasília para o encontro anual dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. E aproveitou a oportunidade para uma visita oficial ao País, em retribuição à ide de Bolsonaro a Pequim no mês anterior. A aproximação entre eles foi intermedia por Mourão. O vice tinha viajado à China em maio. Na volta, deixou claro: o Brasil não vetaria a Huawei no 5G.
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