Por Altamiro Borges
Os generais voltaram ao poder com o capitão Bolsonaro e hoje assumem várias funções no laranjal. São sete ministros, um vice-presidente e quase 3 mil milicos em cargos governamentais. Com tanta sede de poder, a imagem das Forças Armadas fica cada dia mais comprometida. Depois não adianta reclamar do desastre!
Em plena pandemia do coronavírus, os milicos ocuparam o Ministério da Saúde e serão cobrados pelo avanço das mortes e da tragédia. Com a posse do sinistro Nelson Tech – já batizado de "Nelson Reich" –, houve uma "intervenção fardada" no setor, conforme aponta notinha da Folha.
A troca de técnicos por militares
Os generais voltaram ao poder com o capitão Bolsonaro e hoje assumem várias funções no laranjal. São sete ministros, um vice-presidente e quase 3 mil milicos em cargos governamentais. Com tanta sede de poder, a imagem das Forças Armadas fica cada dia mais comprometida. Depois não adianta reclamar do desastre!
Em plena pandemia do coronavírus, os milicos ocuparam o Ministério da Saúde e serão cobrados pelo avanço das mortes e da tragédia. Com a posse do sinistro Nelson Tech – já batizado de "Nelson Reich" –, houve uma "intervenção fardada" no setor, conforme aponta notinha da Folha.
A troca de técnicos por militares
“A troca de funcionários do Ministério da Saúde por militares, promovida por Nelson Teich, foi vista com perplexidade por técnicos da pasta, que interpretam a manobra como uma intervenção fardada inédita e grave por ocorrer no meio de uma pandemia com milhares de mortos no país", informa o jornal.
Um dos técnicos exonerados pelos generais de ocupação, Francisco Bernd, que trabalhava no ministério desde 1985, disse à Folha que nunca viu "uma mudança tão drástica, com a chegada de pessoas tão estranhas à Saúde". Para ele, "os militares que chegam não têm absolutamente nenhuma experiência histórica na Saúde"
"O próprio Teich não tem experiência em gestão pública", afirma Francisco Bernd, que integrava a secretaria-executiva do Ministério da Saúde e foi substituído pelo tenente-coronel Jorge Luiz Kormann. Para ele, a ocupação fardada não terá êxito na gestão do setor em plena pandemia.
“Nelson Reich” é tutelado por generais
A ocupação militar da bilionária e complexa área da saúde federal ocorre em ritmo acelerado. Logo após ter enxotado Luiz Henrique Mandetta, o "capetão" Bolsonaro impôs ao seu novo capacho, "Nelson Reich", a indicação do general Eduardo Pazuello para ocupar o posto de número 2 do Ministério da Saúde.
Na sequência, a ocupação fardada prosseguiu, reforçando os temores entre os técnicos da Saúde. Na semana passada, Nelson "Reich" nomeou mais cinco nomes de origem militar para cargos de direção do ministério. As nomeações foram publicadas em edição extra no Diário Oficial da União.
A ostensiva presença militar na área da saúde ocorre no momento mais delicado do avanço do coronavírus no país – com o aumento das mortes e o risco do colapso dos hospitais. Os generais, que se travestem de técnicos e competentes, terão de enfrentar o capitão negacionista e o caos no laranjal palaciano.
Novo epicentro mundial da pandemia
No mundo inteiro, o Brasil já é visto como provável novo epicentro da pandemia. Na quinta-feira (7), a revista britânica The Lancet, publicação científica conceituadíssima, afirmou em duro editorial que Jair Bolsonaro é a maior ameaça no combate à Covid-19. Não há milico que salve a reputação do pária internacional.
O editorial da Lancet enfatiza que o presidente brasileiro "semeia confusão, desprezando e desencorajando abertamente as medidas de distanciamento físico e confinamento". O texto ainda crítica a inabilidade do governo, que demite "influentes ministros" em plena crise e gera clima de forte radicalização política no país.
Em entrevista à Folha, o médico Richard Horton, editor da revista Lancet, explicou as razões do editorial tão crítico. "É desesperador que o governo não esteja seguindo as recomendações das comunidades médica e científica do país”. Ele também criticou os ataques negacionistas de Jair Bolsonaro à ciência.
“Há cientistas brasileiros que são líderes globais em muitos domínios, e esse é um recurso poderoso no qual um país deve se apoiar para o bem da sua população. É por isso que eu chamo o comportamento de Bolsonaro de traição a seu povo. E isso é imperdoável”, afirma Richard Horton.
Um dos técnicos exonerados pelos generais de ocupação, Francisco Bernd, que trabalhava no ministério desde 1985, disse à Folha que nunca viu "uma mudança tão drástica, com a chegada de pessoas tão estranhas à Saúde". Para ele, "os militares que chegam não têm absolutamente nenhuma experiência histórica na Saúde"
"O próprio Teich não tem experiência em gestão pública", afirma Francisco Bernd, que integrava a secretaria-executiva do Ministério da Saúde e foi substituído pelo tenente-coronel Jorge Luiz Kormann. Para ele, a ocupação fardada não terá êxito na gestão do setor em plena pandemia.
“Nelson Reich” é tutelado por generais
A ocupação militar da bilionária e complexa área da saúde federal ocorre em ritmo acelerado. Logo após ter enxotado Luiz Henrique Mandetta, o "capetão" Bolsonaro impôs ao seu novo capacho, "Nelson Reich", a indicação do general Eduardo Pazuello para ocupar o posto de número 2 do Ministério da Saúde.
Na sequência, a ocupação fardada prosseguiu, reforçando os temores entre os técnicos da Saúde. Na semana passada, Nelson "Reich" nomeou mais cinco nomes de origem militar para cargos de direção do ministério. As nomeações foram publicadas em edição extra no Diário Oficial da União.
A ostensiva presença militar na área da saúde ocorre no momento mais delicado do avanço do coronavírus no país – com o aumento das mortes e o risco do colapso dos hospitais. Os generais, que se travestem de técnicos e competentes, terão de enfrentar o capitão negacionista e o caos no laranjal palaciano.
Novo epicentro mundial da pandemia
No mundo inteiro, o Brasil já é visto como provável novo epicentro da pandemia. Na quinta-feira (7), a revista britânica The Lancet, publicação científica conceituadíssima, afirmou em duro editorial que Jair Bolsonaro é a maior ameaça no combate à Covid-19. Não há milico que salve a reputação do pária internacional.
O editorial da Lancet enfatiza que o presidente brasileiro "semeia confusão, desprezando e desencorajando abertamente as medidas de distanciamento físico e confinamento". O texto ainda crítica a inabilidade do governo, que demite "influentes ministros" em plena crise e gera clima de forte radicalização política no país.
Em entrevista à Folha, o médico Richard Horton, editor da revista Lancet, explicou as razões do editorial tão crítico. "É desesperador que o governo não esteja seguindo as recomendações das comunidades médica e científica do país”. Ele também criticou os ataques negacionistas de Jair Bolsonaro à ciência.
“Há cientistas brasileiros que são líderes globais em muitos domínios, e esse é um recurso poderoso no qual um país deve se apoiar para o bem da sua população. É por isso que eu chamo o comportamento de Bolsonaro de traição a seu povo. E isso é imperdoável”, afirma Richard Horton.
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