Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Getúlio Vargas inventou a campanha política no rádio no Brasil.
Fernando Collor, na TV.
E Jair Bolsonaro, nas redes sociais.
“O Bolsonaro é o protagonista das redes. As redes políticas no Brasil giram em torno dessa máquina de comunicação construída por ele”, diz Felipe Nunes, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sócio da Quaest, empresa de análise do mundo digital.
“Acabar com a máquina de comunicação do Bolsonaro nas redes é acabar com ele.”
Essa avaliação ajuda a entender os esforços do clã presidencial para proteger suas milícias digitais, na mira de dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e da CPI das Fake News.
E a entender também por que há uma aliança da corte e do Congresso contra essas milícias, acusadas de espalhar mentiras e ódio sobre adversários do presidente, entre os quais o STF e parlamentares.
Um exemplo dos esforços a favor das milícias digitais foi a tentativa judicial do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de acabar com a CPI, recém prorrogada por 180 dias.
O juiz Gilmar Mendes, do STF, negou a liminar pedida.
E explicitou a existência de uma aliança de Supremo e Congresso, ao indicar que a CPI e os dois inquéritos do tribunal são complementares.
“Essas investigações são de vital importância para o desvendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organizadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como milícias digitais, que manipulam o debate público e violam a ordem democrática”, escreveu Mendes em sua decisão.
A saída de Sérgio Moro do governo resultou do empenho direto do presidente em favor das milícias digitais.
Ao pressionar o então ministro da Justiça a aceitar mudar o chefe da Polícia Federal (PF), o ex-capitão mandou-lhe uma mensagem que dizia “mais um motivo para a troca”.
Junto com a frase, a notícia de que um dos inquéritos do STF sobre as milícias chega perto de deputados bolsonaristas.
Moro não topou o que chamou de “interferência política” na PF e demitiu-se.
No dia de sua saída, quase conseguiu rivalizar com Bolsonaro nas redes sociais, afirma Felipe Nunes, com base em dados da Quaest. Mas aí foi alvo de ataques das redes milícias digitais bolsonaristas, até reclamou de uma campanha de fake news e encolheu nas redes.
“O bolsonarismo vive da capacidade de pautar a política brasileira todo dia com um tema, seja positivo ou negativo”, comenta Nunes.
“As redes (sociais) políticas no Brasil giram em torno da máquina de comunicação construída pelo Bolsonaro. Ele consegue falar diretamente com o eleitorado dele o tempo todo. Aponta o caminho de quem é o próximo adversário, o próximo alvo.”
Segundo ele, a briga Moro-Bolsonaro permitiu identificar que 30% da rede bolsonarista é de robôs escondidos em perfis falsos.
São estes que impulsionam as versões bolsonaristas nas redes.
O Twitter é a rede mais importante para o presidente, embora seja só a terceira com maior usuários (Facebook e Instagram têm mais).
É onde atuam mais os formadores de opinião e os interessados por política.
Fernando Collor, na TV.
E Jair Bolsonaro, nas redes sociais.
“O Bolsonaro é o protagonista das redes. As redes políticas no Brasil giram em torno dessa máquina de comunicação construída por ele”, diz Felipe Nunes, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sócio da Quaest, empresa de análise do mundo digital.
“Acabar com a máquina de comunicação do Bolsonaro nas redes é acabar com ele.”
Essa avaliação ajuda a entender os esforços do clã presidencial para proteger suas milícias digitais, na mira de dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e da CPI das Fake News.
E a entender também por que há uma aliança da corte e do Congresso contra essas milícias, acusadas de espalhar mentiras e ódio sobre adversários do presidente, entre os quais o STF e parlamentares.
Um exemplo dos esforços a favor das milícias digitais foi a tentativa judicial do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de acabar com a CPI, recém prorrogada por 180 dias.
O juiz Gilmar Mendes, do STF, negou a liminar pedida.
E explicitou a existência de uma aliança de Supremo e Congresso, ao indicar que a CPI e os dois inquéritos do tribunal são complementares.
“Essas investigações são de vital importância para o desvendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organizadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como milícias digitais, que manipulam o debate público e violam a ordem democrática”, escreveu Mendes em sua decisão.
A saída de Sérgio Moro do governo resultou do empenho direto do presidente em favor das milícias digitais.
Ao pressionar o então ministro da Justiça a aceitar mudar o chefe da Polícia Federal (PF), o ex-capitão mandou-lhe uma mensagem que dizia “mais um motivo para a troca”.
Junto com a frase, a notícia de que um dos inquéritos do STF sobre as milícias chega perto de deputados bolsonaristas.
Moro não topou o que chamou de “interferência política” na PF e demitiu-se.
No dia de sua saída, quase conseguiu rivalizar com Bolsonaro nas redes sociais, afirma Felipe Nunes, com base em dados da Quaest. Mas aí foi alvo de ataques das redes milícias digitais bolsonaristas, até reclamou de uma campanha de fake news e encolheu nas redes.
“O bolsonarismo vive da capacidade de pautar a política brasileira todo dia com um tema, seja positivo ou negativo”, comenta Nunes.
“As redes (sociais) políticas no Brasil giram em torno da máquina de comunicação construída pelo Bolsonaro. Ele consegue falar diretamente com o eleitorado dele o tempo todo. Aponta o caminho de quem é o próximo adversário, o próximo alvo.”
Segundo ele, a briga Moro-Bolsonaro permitiu identificar que 30% da rede bolsonarista é de robôs escondidos em perfis falsos.
São estes que impulsionam as versões bolsonaristas nas redes.
O Twitter é a rede mais importante para o presidente, embora seja só a terceira com maior usuários (Facebook e Instagram têm mais).
É onde atuam mais os formadores de opinião e os interessados por política.
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