Por Altamiro Borges
Na edição desta semana, a Veja informa que o Ministério Público de São Paulo "quer investigar Valdemiro Santiago por vender falsa cura de Covid-19". Segundo a revista, que acompanhou um culto com quase 3 mil evangélicos, "o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus pede R$ 1.000 por uma semente milagrosa de feijão".
"Nova estratégia para arrecadar dízimos, a comercialização de 'semente' milagrosa de feijão fez o procurador Wellington Saraiva pedir ao Ministério Público de São Paulo que denuncie o autodenominado apóstolo Valdemiro Santiago por suposta prática de estelionato", descreve a reportagem.
A revista acompanhou um "culto evangélico" em que o explorador da fé juntou 3 mil pessoas em ambiente fechado e pediu mil reais pela tal semente milagrosa. “Ela vai fazer prosperar e evitar todos os problemas”, pregou Valdemiro Santiago, referindo-se explicitamente à cura do coronavírus.
No tal culto, "mais de 50 obreiros com várias sementes nas mãos passam pelas fileiras lotadas ofertando o produto, vendido em dinheiro ou com máquina de cartão de crédito". A revista relata que o chefão da Igreja Mundial do Poder de Deus também criticou os que defendem a quarentena contra a pandemia.
Charlatanismo e crime de estelionato
Ainda segundo a Veja, "Valdemiro Santiago define a Covid-19 como 'Exu Corona' e afirma que o número de mortos no Brasil é fake news. 'Isso é coisa do maligno'... Quem cura é Deus, não a ciência', praguejou". Será que a investigação do Ministério Público resultará em punição por estelionato e charlatanismo?
Em outra matéria, o site UOL informa que a investigação do MP usará um vídeo postado no YouTube no qual o "religioso" pede o "propósito de R$ 1 mil" pela semente, além de exibir suposto exame que comprovaria que uma pessoa se curou da Covid-19 após usar a planta "milagrosa".
A semente inclusive estava à venda no site oficial da Igreja Mundial. Na notícia-crime enviada ao Ministério Público, o procurador Wellington Saraiva alega que, por envolver comércio de produto, o ato não se encaixa como prática religiosa e caracterizaria crime de estelionato. O "apóstolo", amigo do "capetão", será punido?
Anistia das dívidas das igrejas evangélicas
Se depender do “capetão”, Valdemiro e outros charlatães seguirão livres e soltos, inclusive sendo convidados para solenidades oficiais. Bolsonaro, que se diz católico, tem feito de tudo para estreitar as relações com os evangélicos. No mês passado, por exemplo, ele até acionou a Receita para anistiar dívidas de igrejas.
Segundo matéria da Folha, em 27 de abril, “o secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, foi chamado por Bolsonaro para uma reunião no Palácio do Planalto com o deputado David Soares (DEM-SP), filho de R.R. Soares (fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus)”. Essa seita deve R$ 127 milhões à União.
Ela não é a única endividada. “Somente no Fisco, o total de débitos pendentes de entidades religiosas é de aproximadamente R$ 1 bilhão, conforme informação colhida pelos auditores a pedido do Congresso há seis meses. Na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, havia outros R$ 462 milhões em dívidas registradas”.
Na ocasião, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) divulgou nota criticando a negociata. “É com espanto que vemos essa investida do presidente da República, que atropela as leis para, em benefício de alguns contribuintes, atentar contra a administração pública e o equilíbrio do sistema tributário”.
As negociatas e o vaidoso “pastor” Feliciano
“Isso é ainda mais grave por acontecer na sequência das graves denúncias de tentativas de ingerência na Polícia Federal, que motivaram abertura de inquérito no STF [Supremo Tribunal Federal]. O caso é exemplo da necessidade de revestir órgãos de Estado, como a Receita, de urgente proteção institucional”, diz a nota.
Questionado pela Folha sobre as negociatas de Bolsonaro, outro exótico “pastor”, deputado Marco Feliciano, afirmou que o governo apenas buscava fazer justiça. “O Fisco na era do PT perseguiu as igrejas, fazendo contorcionismo para burlar a imunidade tributária garantida na Constituição aos templos de qualquer culto”.
Na visão do vaidoso e egocêntrico parlamentar fascista, “as igrejas ainda não alcançaram o que querem e a disputa pode parar na Justiça. ‘Apesar do esforço dos presidentes Temer e Bolsonaro para uma conciliação, nada andou. A Receita age unilateralmente. Acho que a União vai perder no Judiciário’, afirmou” à Folha.
Na edição desta semana, a Veja informa que o Ministério Público de São Paulo "quer investigar Valdemiro Santiago por vender falsa cura de Covid-19". Segundo a revista, que acompanhou um culto com quase 3 mil evangélicos, "o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus pede R$ 1.000 por uma semente milagrosa de feijão".
"Nova estratégia para arrecadar dízimos, a comercialização de 'semente' milagrosa de feijão fez o procurador Wellington Saraiva pedir ao Ministério Público de São Paulo que denuncie o autodenominado apóstolo Valdemiro Santiago por suposta prática de estelionato", descreve a reportagem.
A revista acompanhou um "culto evangélico" em que o explorador da fé juntou 3 mil pessoas em ambiente fechado e pediu mil reais pela tal semente milagrosa. “Ela vai fazer prosperar e evitar todos os problemas”, pregou Valdemiro Santiago, referindo-se explicitamente à cura do coronavírus.
No tal culto, "mais de 50 obreiros com várias sementes nas mãos passam pelas fileiras lotadas ofertando o produto, vendido em dinheiro ou com máquina de cartão de crédito". A revista relata que o chefão da Igreja Mundial do Poder de Deus também criticou os que defendem a quarentena contra a pandemia.
Charlatanismo e crime de estelionato
Ainda segundo a Veja, "Valdemiro Santiago define a Covid-19 como 'Exu Corona' e afirma que o número de mortos no Brasil é fake news. 'Isso é coisa do maligno'... Quem cura é Deus, não a ciência', praguejou". Será que a investigação do Ministério Público resultará em punição por estelionato e charlatanismo?
Em outra matéria, o site UOL informa que a investigação do MP usará um vídeo postado no YouTube no qual o "religioso" pede o "propósito de R$ 1 mil" pela semente, além de exibir suposto exame que comprovaria que uma pessoa se curou da Covid-19 após usar a planta "milagrosa".
A semente inclusive estava à venda no site oficial da Igreja Mundial. Na notícia-crime enviada ao Ministério Público, o procurador Wellington Saraiva alega que, por envolver comércio de produto, o ato não se encaixa como prática religiosa e caracterizaria crime de estelionato. O "apóstolo", amigo do "capetão", será punido?
Anistia das dívidas das igrejas evangélicas
Se depender do “capetão”, Valdemiro e outros charlatães seguirão livres e soltos, inclusive sendo convidados para solenidades oficiais. Bolsonaro, que se diz católico, tem feito de tudo para estreitar as relações com os evangélicos. No mês passado, por exemplo, ele até acionou a Receita para anistiar dívidas de igrejas.
Segundo matéria da Folha, em 27 de abril, “o secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, foi chamado por Bolsonaro para uma reunião no Palácio do Planalto com o deputado David Soares (DEM-SP), filho de R.R. Soares (fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus)”. Essa seita deve R$ 127 milhões à União.
Ela não é a única endividada. “Somente no Fisco, o total de débitos pendentes de entidades religiosas é de aproximadamente R$ 1 bilhão, conforme informação colhida pelos auditores a pedido do Congresso há seis meses. Na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, havia outros R$ 462 milhões em dívidas registradas”.
Na ocasião, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) divulgou nota criticando a negociata. “É com espanto que vemos essa investida do presidente da República, que atropela as leis para, em benefício de alguns contribuintes, atentar contra a administração pública e o equilíbrio do sistema tributário”.
As negociatas e o vaidoso “pastor” Feliciano
“Isso é ainda mais grave por acontecer na sequência das graves denúncias de tentativas de ingerência na Polícia Federal, que motivaram abertura de inquérito no STF [Supremo Tribunal Federal]. O caso é exemplo da necessidade de revestir órgãos de Estado, como a Receita, de urgente proteção institucional”, diz a nota.
Questionado pela Folha sobre as negociatas de Bolsonaro, outro exótico “pastor”, deputado Marco Feliciano, afirmou que o governo apenas buscava fazer justiça. “O Fisco na era do PT perseguiu as igrejas, fazendo contorcionismo para burlar a imunidade tributária garantida na Constituição aos templos de qualquer culto”.
Na visão do vaidoso e egocêntrico parlamentar fascista, “as igrejas ainda não alcançaram o que querem e a disputa pode parar na Justiça. ‘Apesar do esforço dos presidentes Temer e Bolsonaro para uma conciliação, nada andou. A Receita age unilateralmente. Acho que a União vai perder no Judiciário’, afirmou” à Folha.
0 comentários:
Postar um comentário