Por Jair de Souza
Precisamos ter muita consciência da gravidade do momento. O país está à beira de uma definição que pode significar muito para nosso futuro. O fascismo que chegou ao governo nas eleições manipuladas de 2018 agora quer assumir o poder sem limites. Ou seja, os fascistas que nos governam querem seguir no governo, mas com base em um Estado fascista totalitário.
Ao repassar a história, fica-nos muito claro que, para enfrentar o fascismo com possibilidades de vitória, existe a necessidade de uma ampla aliança de forças. Não porque os fascistas formem a maioria da população. Na verdade, revendo os fatos históricos, os regimes fascistas que chegaram ao poder não contavam com o apoio majoritário das populações de seus países ao assumir o governo.
A quem representa o fascismo? Em geral, as raízes do fascismo não se estendem muito além de certos setores de classe média baixa e de grupos desclassificados da sociedade, que sofrem os efeitos das crises capitalistas, mas não conseguem identificar os verdadeiros responsáveis por seu sofrimento. Ou seja, o número de adeptos de base do fascismo não costuma ser grande. O que realmente pesa é sua disposição para a prática da violência contra seus adversários.
O fascismo só se transforma em uma força significativa em momentos de caos social, quando a grande burguesia teme o avanço político das forças populares, e seus partidos e instituições políticas tradicionais já não conseguem dar conta do recado. Nesses momentos, eles tapam o nariz e aceitam entregar a defesa de seus privilégios às forças fascistas. Foi desse jeito que Mussolini chegou ao governo na Itália, foi assim que Hitler chegou ao governo na Alemanha e, quase como uma cópia dos processos anteriores, Bolsonaro chegou ao governo no Brasil da mesma maneira.
Curiosa e coincidentemente com o que ocorre no Brasil com Bolsonaro, as grandes burguesias que deram sustentação para a tomada de poder por Hitler e Mussolini também acreditavam que teriam condições de domesticar as bestas que estavam engendrando. Porém, agora como então, o monstro do fascismo se mostra quase que indomável.
Embora esteja totalmente identificado com os interesses econômicos da grande burguesia (no nosso caso, especialmente a financeira), Bolsonaro não quer ceder a batuta de comando a seus representantes tradicionais, e seu jeitão conflictivo não inspira a confiança desejada.
Se, por um lado, Bolsonaro atende em tudo as reivindicações econômicas do grande capital, sendo capaz de avançar até mais na implementação desses interesses do que seus representantes clássicos estariam dispostos a ir, por outro, para os trabalhadores só tem havido desgraças: retirada de direitos da CLT, inviabilização da aposentadoria, desmonte de programas sociais (Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida, Pro-Uni, etc.), manutenção por 20 anos do congelamento dos recursos para saúde e educação públicas, entre outras perdas.
Precisamos ter muita consciência da gravidade do momento. O país está à beira de uma definição que pode significar muito para nosso futuro. O fascismo que chegou ao governo nas eleições manipuladas de 2018 agora quer assumir o poder sem limites. Ou seja, os fascistas que nos governam querem seguir no governo, mas com base em um Estado fascista totalitário.
Ao repassar a história, fica-nos muito claro que, para enfrentar o fascismo com possibilidades de vitória, existe a necessidade de uma ampla aliança de forças. Não porque os fascistas formem a maioria da população. Na verdade, revendo os fatos históricos, os regimes fascistas que chegaram ao poder não contavam com o apoio majoritário das populações de seus países ao assumir o governo.
A quem representa o fascismo? Em geral, as raízes do fascismo não se estendem muito além de certos setores de classe média baixa e de grupos desclassificados da sociedade, que sofrem os efeitos das crises capitalistas, mas não conseguem identificar os verdadeiros responsáveis por seu sofrimento. Ou seja, o número de adeptos de base do fascismo não costuma ser grande. O que realmente pesa é sua disposição para a prática da violência contra seus adversários.
O fascismo só se transforma em uma força significativa em momentos de caos social, quando a grande burguesia teme o avanço político das forças populares, e seus partidos e instituições políticas tradicionais já não conseguem dar conta do recado. Nesses momentos, eles tapam o nariz e aceitam entregar a defesa de seus privilégios às forças fascistas. Foi desse jeito que Mussolini chegou ao governo na Itália, foi assim que Hitler chegou ao governo na Alemanha e, quase como uma cópia dos processos anteriores, Bolsonaro chegou ao governo no Brasil da mesma maneira.
Curiosa e coincidentemente com o que ocorre no Brasil com Bolsonaro, as grandes burguesias que deram sustentação para a tomada de poder por Hitler e Mussolini também acreditavam que teriam condições de domesticar as bestas que estavam engendrando. Porém, agora como então, o monstro do fascismo se mostra quase que indomável.
Embora esteja totalmente identificado com os interesses econômicos da grande burguesia (no nosso caso, especialmente a financeira), Bolsonaro não quer ceder a batuta de comando a seus representantes tradicionais, e seu jeitão conflictivo não inspira a confiança desejada.
Se, por um lado, Bolsonaro atende em tudo as reivindicações econômicas do grande capital, sendo capaz de avançar até mais na implementação desses interesses do que seus representantes clássicos estariam dispostos a ir, por outro, para os trabalhadores só tem havido desgraças: retirada de direitos da CLT, inviabilização da aposentadoria, desmonte de programas sociais (Bolsa-Família, Minha Casa Minha Vida, Pro-Uni, etc.), manutenção por 20 anos do congelamento dos recursos para saúde e educação públicas, entre outras perdas.
Em vista disto, os trabalhadores têm muitos motivos para somar forças com outros setores sociais para enfrentar o governo fascista. No entanto, o que desgraça a vida dos trabalhadores não é o jeitão imbecil de Bolsonaro, não é o palavreado chulo de Bolsonaro, nem a falta de modos de Bolsonaro. O que realmente conta para os trabalhadores é a recuperação dos direitos fundamentais que foram perdidos no período pós-golpe.
Se a grande burguesia tivesse força para livrar-se de Bolsonaro por sua própria conta, não estaria buscando apoio no campo popular. Se a esquerda trabalhista fosse capaz de derrotar o governo fascista sozinha, não teria nada a tratar com a burguesia. Como todos dependem da contribuição mútua para poder sair do atual estado de penúria, é preciso que seus representantes se juntem para negociar os termos da aliança a ser formada. Reitero, os entendimentos só podem ser aceitos se forem negociados por representantes legítimos de cada força. Deixar de levar em conta a posição de quem representa mais de 30% do povo para não assustar os representantes do grande capital é inadmissível.
Uma frente de setores heterogêneos significa que nenhum setor pode exigir a satisfação de 100% de suas reivindicações. No manifesto mais divulgado até o momento, o que se podia constatar claramente eram tão somente as exigências da grande burguesia em sua plenitude e nada, absolutamente nada, em favor da classe trabalhadora.
Participar de uma frente sem exigir nada de substancial seria uma catástrofe sem dimensões para o conjunto dos trabalhadores. Os dirigentes populares que viessem a firmar um acordo nessas bases deveriam entender que estariam atuando como verdadeiros inimigos do povo trabalhador.
* Jair de Souza é economista formado pela UFRJ e mestre em linguística também pela UFRJ.
Se a grande burguesia tivesse força para livrar-se de Bolsonaro por sua própria conta, não estaria buscando apoio no campo popular. Se a esquerda trabalhista fosse capaz de derrotar o governo fascista sozinha, não teria nada a tratar com a burguesia. Como todos dependem da contribuição mútua para poder sair do atual estado de penúria, é preciso que seus representantes se juntem para negociar os termos da aliança a ser formada. Reitero, os entendimentos só podem ser aceitos se forem negociados por representantes legítimos de cada força. Deixar de levar em conta a posição de quem representa mais de 30% do povo para não assustar os representantes do grande capital é inadmissível.
Uma frente de setores heterogêneos significa que nenhum setor pode exigir a satisfação de 100% de suas reivindicações. No manifesto mais divulgado até o momento, o que se podia constatar claramente eram tão somente as exigências da grande burguesia em sua plenitude e nada, absolutamente nada, em favor da classe trabalhadora.
Participar de uma frente sem exigir nada de substancial seria uma catástrofe sem dimensões para o conjunto dos trabalhadores. Os dirigentes populares que viessem a firmar um acordo nessas bases deveriam entender que estariam atuando como verdadeiros inimigos do povo trabalhador.
* Jair de Souza é economista formado pela UFRJ e mestre em linguística também pela UFRJ.
1 comentários:
Parabéns pelo comentário.
Gostaria de saber a opinião do Miro.
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