Por João Guilherme Vargas Netto
A maior vitória sindical durante o século XXI (e me refiro a uma vitória no palco mundial) foi a conquista, a garantia e a legalização da política de valorização do salário mínimo no Brasil, agora abandonada pelo governo.
As centrais sindicais durante uma década travaram uma luta constante, unitária e opiniática com a realização das marchas à Brasília e a inestimável ajuda do Dieese exigindo a valorização, garantindo sua continuidade (nos governos FHC e Lula) e conquistando a lei que institucionalizou (com a presidente Dilma) a conquista.
Ao agirem assim as centrais sindicais demonstraram sua relevância na sociedade brasileira reivindicando uma política (e negociando sua validação) que ia muito além – em termos sociais – de suas bases organizadas e se concretizava em ganhos para milhões de trabalhadores (formais e informais), para os aposentados, para as prefeituras e, no fim das contas, para toda economia brasileira.
Na trágica situação da pandemia as centrais sindicais vêm desempenhando o mesmo e relevante papel – basta lembrar o 1º de Maio virtual.
Ao cumprirem agora a pauta dos cinco pontos centrais (vacina, ajuda emergencial aos trabalhadores e pequenas empresas, emprego, valorização sindical e solidariedade social) e trabalharem essa pauta com sindicatos, federações e confederações, o Fórum das Centrais se afirmou como a mais persistente, a mais abrangente e a mais popular das instituições nacionais, indo muito além de sua representação organizada e dando à sociedade uma lição de unidade e de preocupação efetiva com as dificuldades do povo.
Nas graves crises de uma nação algumas instituições encarnam a vontade nacional capaz de fazer frente a elas e vencê-las. O movimento sindical brasileiro – representante institucional da classe trabalhadora – tem se demonstrado distante da demofobia, da desorientação ideológica e da demagogia dos rentistas, dos empresários e do próprio governo e atuado como um verdadeiro polo de nacionalidade.
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