Charge: Maarten Wolterink |
Uma sina parece ter sido impregnada ao Brasil quando, há 80 anos, o escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942) o definiu, em seu livro icônico, como “o país do futuro”. Zweig não viveu o suficiente para ver o melhor da saga brasileira. Não viu, por exemplo, o Brasil se tornar, entre 1930 e 1980, a nação do Ocidente que mais cresceu no mundo, impulsionada por uma industrialização acelerada e por investimentos estatais de monta. Tampouco alcançou a era Lula, na qual a imagem do País no exterior estava no auge, com direito a sediar a primeira Olimpíada na América do Sul.
Em 2009, a capa da tradicional revista The Economist estampava o Cristo Redentor decolando do Corcovado, no Rio de Janeiro, sob a legenda “Brazil takes off” (“O Brasil decola”). A economia registrava quase pleno emprego, inflação sob controle, crescimento econômico acima da média das décadas anteriores e reservas internacionais multiplicadas em poucos anos. Talvez o País estivesse o mais próximo possível de seu “destino manifesto”.
Lá se vão 12 anos – e o vaticínio de Zweig nunca pareceu tão irrealista. Sobrevieram mais seis capas da Economist sobre o Brasil, todas com a imagem do Cristo a metaforizar o País, todas negativas. A última delas, de junho deste ano, mostrava a megaestátua carioca com uma máscara de oxigênio – a reportagem foi concluída quando a pandemia de Covid-19 no País registrava uma média superior a 2 mil mortes por dia. A criminosa negligência do governo Jair Bolsonaro, dissecada na CPI da Covid no Senado, cobrava do Brasil um preço altíssimo e fazia sangrar nossa imagem no exterior. Mas não era tudo.
O que os olhos de fora veem agora (e o que os brasileiros sentem diuturnamente na própria pele) é a crescente corrosão do presente e do futuro do País – um Brasil em colapso. Mesmo com o arrefecimento da crise sanitária por força da vacinação – a qual, aliás, Bolsonaro tentou boicotar –, a economia, contraditoriamente, segue estagnada, sem perspectiva.
Em agosto, segundo a agência de classificação de risco Austin Rating, a taxa de desemprego no Brasil (de 13,2%) era mais que o dobro da taxa média internacional (6,5%). Num ranking com 44 países, o Brasil era o quarto com mais desempregados em termos proporcionais. Outro levantamento da Austin Rating, com base em dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), apontou que, entre 111 nações, o Brasil tinha a 21ª pior taxa de desemprego do mundo.
A falta de postos de trabalhos se dá num período em que o País já sofre com a inflação, a carestia, o avanço da fome e da pobreza, entre outras mazelas. Conforme revelou o Vermelho, o brasileiro precisa trabalhar hoje mais de 25 horas a mais para comprar a mesma quantidade de comida que consumia no início do governo Bolsonaro.
“De acordo com levantamento realizado pelo Dieese para o Portal Vermelho, no início do governo Bolsonaro, o custo da alimentação de um trabalhador estava em R$ 467,65 enquanto o salário mínimo foi fixado em R$ 998. Ou seja, era suficiente para comprar 2,1 cestas”, indica a matéria. “Em setembro de 2021, a cesta já chegava a R$ 673,45 para um salário de R$ 1.100, conseguindo o mínimo adquirir 1,6 cesta.”
Segundo Patrícia Lino Costa, supervisora da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o fim da política de valorização do salário mínimo está por trás da redução do poder de compra dos brasileiros. Bolsonaro não é o primeiro presidente abandonar essa política, mas a desvalorização do mínimo sob seu governo coincide com a disparada da inflação. É praticamente inevitável que, em 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a taxa oficial de inflação no Brasil) passe de dois dígitos – o que não ocorre desde 2015.
Claro que este Brasil está muito longe daquele “país do futuro” vislumbrado por Stefan Zweig – e cada vez mais estará enquanto Bolsonaro permanecer na Presidência da República. Seu governo ultraliberal, predador e antipovo compromete o hoje e o amanhã do Brasil, numa espiral de destruição e retrocessos que precisa ser combatida. O #ForaBolsonaro é o centro da luta pela salvação do Brasil – o Brasil do presente, o Brasil do futuro.
Em 2009, a capa da tradicional revista The Economist estampava o Cristo Redentor decolando do Corcovado, no Rio de Janeiro, sob a legenda “Brazil takes off” (“O Brasil decola”). A economia registrava quase pleno emprego, inflação sob controle, crescimento econômico acima da média das décadas anteriores e reservas internacionais multiplicadas em poucos anos. Talvez o País estivesse o mais próximo possível de seu “destino manifesto”.
Lá se vão 12 anos – e o vaticínio de Zweig nunca pareceu tão irrealista. Sobrevieram mais seis capas da Economist sobre o Brasil, todas com a imagem do Cristo a metaforizar o País, todas negativas. A última delas, de junho deste ano, mostrava a megaestátua carioca com uma máscara de oxigênio – a reportagem foi concluída quando a pandemia de Covid-19 no País registrava uma média superior a 2 mil mortes por dia. A criminosa negligência do governo Jair Bolsonaro, dissecada na CPI da Covid no Senado, cobrava do Brasil um preço altíssimo e fazia sangrar nossa imagem no exterior. Mas não era tudo.
O que os olhos de fora veem agora (e o que os brasileiros sentem diuturnamente na própria pele) é a crescente corrosão do presente e do futuro do País – um Brasil em colapso. Mesmo com o arrefecimento da crise sanitária por força da vacinação – a qual, aliás, Bolsonaro tentou boicotar –, a economia, contraditoriamente, segue estagnada, sem perspectiva.
Em agosto, segundo a agência de classificação de risco Austin Rating, a taxa de desemprego no Brasil (de 13,2%) era mais que o dobro da taxa média internacional (6,5%). Num ranking com 44 países, o Brasil era o quarto com mais desempregados em termos proporcionais. Outro levantamento da Austin Rating, com base em dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), apontou que, entre 111 nações, o Brasil tinha a 21ª pior taxa de desemprego do mundo.
A falta de postos de trabalhos se dá num período em que o País já sofre com a inflação, a carestia, o avanço da fome e da pobreza, entre outras mazelas. Conforme revelou o Vermelho, o brasileiro precisa trabalhar hoje mais de 25 horas a mais para comprar a mesma quantidade de comida que consumia no início do governo Bolsonaro.
“De acordo com levantamento realizado pelo Dieese para o Portal Vermelho, no início do governo Bolsonaro, o custo da alimentação de um trabalhador estava em R$ 467,65 enquanto o salário mínimo foi fixado em R$ 998. Ou seja, era suficiente para comprar 2,1 cestas”, indica a matéria. “Em setembro de 2021, a cesta já chegava a R$ 673,45 para um salário de R$ 1.100, conseguindo o mínimo adquirir 1,6 cesta.”
Segundo Patrícia Lino Costa, supervisora da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o fim da política de valorização do salário mínimo está por trás da redução do poder de compra dos brasileiros. Bolsonaro não é o primeiro presidente abandonar essa política, mas a desvalorização do mínimo sob seu governo coincide com a disparada da inflação. É praticamente inevitável que, em 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a taxa oficial de inflação no Brasil) passe de dois dígitos – o que não ocorre desde 2015.
Claro que este Brasil está muito longe daquele “país do futuro” vislumbrado por Stefan Zweig – e cada vez mais estará enquanto Bolsonaro permanecer na Presidência da República. Seu governo ultraliberal, predador e antipovo compromete o hoje e o amanhã do Brasil, numa espiral de destruição e retrocessos que precisa ser combatida. O #ForaBolsonaro é o centro da luta pela salvação do Brasil – o Brasil do presente, o Brasil do futuro.
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