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A dupla Bolsonaro-Guedes está desgraçando a vida dos trabalhadores. Ranking divulgado nesta segunda-feira (22) pela agência de classificação de risco Austin Rating comprova que o desemprego no Brasil, de 13,2% no trimestre encerrado em agosto, é mais que o dobro da média internacional, de 6,5%.
O levantamento compara os países que divulgaram dados de desemprego de agosto. Pelo ranking, a taxa de desocupação brasileira é a quarta maior de uma lista de 43 economias. O Brasil só ficou em uma posição melhor do que a da Costa Rica (15,2%), Espanha (14,6%) e Grécia (13,8%).
E as perspectivas para o futuro são sombrias. Ainda segundo a pesquisa, “vai demorar para que o mercado de trabalho do Brasil se recupere. A última vez em que tivemos uma taxa de desemprego de um dígito foi em 2015. Sempre tivemos um fator internacional ou doméstico adiando a recuperação”, afirma Alexandre Agostini, economista-chefe da Austin.
A volta da destrutiva minirreforma trabalhista
O analista realça que as projeções divulgadas em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que o país deve fechar 2021 com o desemprego em 13,8%, “o que colocaria o mercado de trabalho no Brasil entre os 15 piores do mundo”. Como solução, o serviçal dos rentistas propõe reduzir os tributos das empresas e arrochar os trabalhadores.
Como laranja do “deus-mercado”, Jair Bolsonaro adota a mesma atitude na questão do desemprego. Na semana passada, a Folha revelou que o governo não desistiu da sua minirreforma trabalhista – que foi derrotada pelo Senado em setembro passado. O objetivo da “deforma” é reduzir ou eliminar direitos como 13º salário e o pagamento do FGTS.
Como lembra o jornal – que em editorial apoiou a minirreforma – a proposta rejeitada incluía o programa Requip (regime de qualificação profissional), voltado aos jovens desempregados. Eles receberiam um bônus de até R$ 550, sem previsão de 13º pagamento da bolsa nem de Fundo de Garantia.
Outro tipo de contratação era o chamado de Programa Nacional de Prestação de Serviço Social Voluntário. Ele permitiria que prefeituras contratassem temporariamente pessoas para serviços. Nesse caso, não havia previsão de férias, nem 13º, nem FGTS. E ainda havia um terceiro tipo de contratação na deforma: o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore), que reduzia o recolhimento das empresas para o FGTS dos trabalhadores.
A minirreforma ainda previa que o acordo de redução da jornada de trabalho e corte do salário – adotado na pandemia – poderia ser permanente, a ser acionado em situações de calamidade pública. Diante dos dados sobre o desemprego, o governo volta a estudar a edição de uma medida provisória (MP) com o mesmo conteúdo já derrotado – segundo a Folha.
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