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Na semana passada, o Ministério Público do Trabalho (MPT) publicou uma recomendação aos empresários “para que não deem nem prometam vantagens aos seus empregados ou pessoas que buscam trabalho em suas empresas em troca de votos em seus candidatos nas eleições” – informa Leonardo Sakamoto no site UOL. A iniciativa visa dificultar a corriqueira prática da compra de voto feita pela cloaca burguesa nativa.
Segundo o colunista, “o MPT já começou a receber denúncias de assédio eleitoral. A recomendação vem a público após a repercussão de mensagens trocadas por empresários bolsonaristas em grupo de WhatsApp, fato revelado por uma série de reportagens do portal Metrópoles. Além da defesa de um golpe de Estado em caso de vitória de Lula, o grupo também discutiu uma sugestão de um dos membros para que fossem pagos ‘bônus’ a empregados que votassem alinhados a eles”.
Medidas administrativas e judiciais
O documento da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação do Trabalho do MPT recomenda que as empresas se abstenham de “ameaçar, constranger ou orientar pessoas que possuem relação de trabalho com sua organização ou mesmo aquelas que buscam trabalho a votar em candidatos ou candidatas”. A recomendação argumenta ainda que "o exercício do poder empresarial é limitado pelos direitos fundamentais da pessoa humana, o que torna ilícita qualquer prática que tenda a excluir ou restringir, dentre outras, a liberdade do voto das pessoas que ali trabalham”.
De acordo com as procuradoras Adriane Reis de Araújo e Melícia Mesel, coordenadora e vice-coordenadora do grupo, o descumprimento levará à adoção de medidas administrativas e judiciais por parte do MPT, sem prejuízo da apuração da responsabilidade criminal pelos órgãos competentes. “Ou seja, pode levar à condenação na Justiça do Trabalho e na Justiça Eleitoral. A recomendação vem acompanhada de uma campanha de comunicação para alertar aos trabalhadores sobre o que é assédio eleitoral e como denunciar ao MPT”.
Pecuarista corrompe em Tocantins
A iniciativa exigirá forte fiscalização e rigorosa punição. Além dos empresários bolsonaristas já investigados por decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há outros empresários já planejando a compra de votos em favor do “capetão” – um “laranja” da cloaca burguesa. No início de agosto, por exemplo, um vídeo obtido pela coluna Painel da Folha de S.Paulo mostrou um “pecuarista que promete salários extras a funcionários caso Bolsonaro vença”.
O ruralista Cyro de Toledo Júnior, vulgo Nelore Cyro, aparece dizendo aos funcionários da sua fazenda em Araguaçu, no Tocantins, que pagará salários a mais caso o fascista vença as eleições presidenciais. “Ele confirmou a conversa à coluna, mas disse que não se tratava de compra de votos. Segundo ele, foi uma tentativa de melhorar as condições de vida de seus funcionários. Toledo afirma que gastará R$ 90 mil com as bonificações caso o presidente seja reeleito”.
“Em suas redes sociais, ele afirma que trabalha com venda de gado nelore, touros PO (pura origem, com mapeamento genético de seus ancestrais) e cavalos manga-larga marchador. No vídeo, Cyro explica que os funcionários começarão a receber um 14º salário de acordo com o cumprimento de metas. Ele então complementa dizendo que, caso Bolsonaro vença, ele pagará um 15º salário. Se a vitória for no primeiro turno, Cyro se compromete a pagar um 16º salário”.
Questionado pela Folha, o cínico pecuarista afirma que “nós somos todos cabos eleitorais. Aqui na fazenda somos cabos do Bolsonaro. Vamos votar nele. Mas isso foi mais uma brincadeira. Será dado [o bônus], mas não vou dar dinheiro para político, vou dar dinheiro para os meus funcionários se ele ganhar. Só isso... Se o Bolsonaro ganhar, quero que eles tenham um Natal feliz. Não estou comprando voto de ninguém. Só que nós, em peso, votamos no Bolsonaro”. Até agora, nada foi feito para punir o ricaço ruralista.
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