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Quando faltam duas semanas para a corrida definitiva de 150 milhões de eleitores às urnas, cabe reconhecer que o mapa eleitoral segue basicamente o mesmo, sem alterações significativas há um ano e dois meses.
Não custa reconhecer o fato fundamental, anterior ao início da própria campanha. Em 2018, através de uma magérrima maioria de 6 votos contra 5, o STF impediu a candidatura de Lula na campanha presidencial daquele ano - decisão estapafúrdia que, por razões que ninguém precisa explicar aqui, abriu caminho para a eleição de Bolsonaro no ano seguinte.
Não é de estranhar que, em 2021, quando a incurável natureza maligna do governo Bolsonaro já se tornara uma evidencia aos olhos da maioria dos brasileiros, os direitos políticos surrupiados de Lula tenham sido devolvidos pelo plenário do STF num ambiente de reparação, acrescentando um claro valor moral a campanha, em 2022.
Como se isso fosse pouco, o primeiro turno encerrou-se sem que Bolsonaro fosse capaz de atrair qualquer liderança capaz de trazer um cesto de votos de bom tamanho na bagagem. Pelo contrário.
Nos últimos dias a adesão à candidatura Lula adquiriu um volume tal que gera um outro tipo de preocupação, inevitável em situações desse tipo.
Como será possível combinar as reivindicações e interesses das forças que acabam de chegar com as necessidades da população sofrida que acompanhou Lula nas horas difíceis e acaba de ser submetida ao programa de fome, miséria e bala do bolsonarismo?
Até o momento, Bolsonaro não demonstrou demonstrou disposição nem fôlego para mudar o jogo pelo único caminho aceitável - a conquista de votos. Numa desvantagem eleitoral clara, seu comportamento recente gera as dúvidas de sempre, as mesmas que foram traduzidas pela fabula do sapo e do escorpião.
Bolsonaro não explicou, até agora, o que pretende fazer com o "teste de integridade" a checagem da totalização dos votos do Ministério da Defesa, comparando as informações de 400 boletins de urna com os dados enviados ao TSE para contagem dos votos do primeiro turno. Surgiu alguma irregularidade? Em qualquer caso, por que nada é divulgado nem explicado?
Ele também deixa suspeitas inevitáveis sobre uma convocação a seus eleitores, orientados a permanecer nos locais de votação, e ali acompanhar a apuração do segundo turno.
Enfrentando uma dificuldade até agora intransponível para vencer a eleição na urna, como se espera em toda democracia, estas mensagens sugerem uma óbvia pela baderna.
Alguma dúvida?
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