segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Bancários enfrentam os agiotas golpistas

Por Altamiro Borges

A partir desta terça-feira (6), os bancários de todo o Brasil entram em greve por tempo indeterminado contra a intransigência patronal. A pauta de reivindicação da categoria foi entregue no início de agosto e, após cinco rodadas de negociação, a federação dos banqueiros (Fenaban) fez uma contraproposta humilhante e provocativa. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 14,78% (aumento real de 5%) e bancos propuseram apenas 6,5% – o que representa uma perda nos salários de 2,8%, com base na inflação de 9,57%. Diante do impasse, os bancários decidiram em assembleias enfrentar os agiotas financeiros, os principais pivôs do “golpe dos corruptos” que têm como maior objetivo arrochar os assalariados.

Reforma da Previdência: Acorda midiota!

Por Altamiro Borges

A jornalista Mônica Bergamo publicou nesta segunda-feira (5) na Folha fascista – o jornal da abjeta famiglia Frias que apoiou o golpe de 1964, chamou a sanguinária ditadura militar de “ditabranda” e prega maior repressão contra os manifestantes que exigem o “Fora Temer – uma nota que deveria servir de alerta até para os “midiotas” mais tapados:

“O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aconselhou o governo a não mandar para o parlamento a proposta que estabelece a idade mínima das aposentadorias antes das eleições municipais. Michel Temer tem dado declarações de que o projeto sobre o tema será enviado ainda em setembro”.


Os 100 mil na Paulista e a ditadura Temer

1964 e 2016: o mesmo golpe de classe

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Entre o golpe de 1964 e o golpe de 2016 há uma conaturalidade estrutural. Ambos são golpe de classe, dos donos do dinheiro e do poder: o primeiro usa os militares, o outro o parlamento. Os meios são diferentes mas o resultado é o mesmo: um golpe com a ruptura democrática e violação da sobernia popular.

Vejamos o golpe de 1964. René Armand Dreifuss em sua monumental tese na Universidade de Glasglow: “1964: a conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe” (Vozes 1981), um livro de 814 páginas das quais 326 são de documentos originais, deixou claro: “o que houve no Brasil não foi um golpe militar, mas um golpe de classe com uso da força militar”(p.397).

Marcha contra Macri prepara greve geral

Do site Carta Maior:

A Argentina viveu, nesta sexta-feira (2/9), mais uma multitudinária manifestação contra a administração do presidente Mauricio Macri. A chamada Marcha Federal reuniu mais de 200 mil opositores ao atual governo no centro de Buenos Aires, além de outros protestos menores que se replicaram em outras províncias do país.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas contra uma política econômica macrista. Medidas que vão do aumento das tarifas de serviços básicos (água, gás e energia elétrica) ao corte de despesas com programas sociais, além de outros ajustes que levaram ao aumento do desemprego, da inflação e também dos níveis de pobreza.

Mídia e PM: destaques negativos do protesto

Foto: Jornalistas Livres
Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Mais de 100 mil manifestantes marcharam, neste domingo (4), da Avenida Paulista ao Largo da Batata, em São Paulo, para rechaçar o golpe que alçou Michel Temer à presidência do país. Ao longo dos pouco mais de 5km, a multidão entoou, de forma pacífica, palavras de ordem como "Fora Temer", "Nenhum direito a menos" e "Diretas Já". Mas não teve jeito: a Polícia Militar e a mídia mantiveram a tradição e foram os destaques negativos de mais um capítulo da luta em defesa da democracia.

Ministro da Cultura vira alvo: “golpista”



Por Altamiro Borges

Todo metido a valentão, o vaidoso Marcelo Calero, ministro da Cultura, está virando um dos principais alvos dos protestos contra o “golpe dos corruptos”. Na noite de sexta-feira (2), durante o festival de cinema de Petrópolis (RJ), ele foi vaiado e chamado de golpista pela plateia. Irritadinho, ele insultou os presentes e fez gestos ofensivos com as mãos. Segundo relatos, o cínico chegou a afirmar que “sou golpista sim, com muito orgulho”. Até quem não participou do protesto aplaudiu os manifestantes e deu as costas ao truculento. A sua valentia, porém, não durou muito tempo e o sujeito teve que deixar o auditório escoltado por seguranças.

O papel dos EUA no golpe contra Dilma

Temer é o nosso Mick Jagger das previsões

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Michel Temer havia chamado de inexpressivas as manifestações que protestam contra o processo de impeachment que o conduziu ao poder presidencial. ''São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso.''

Daí, neste domingo (4), manifestações reuniram uma multidão de pessoas em várias cidades do país contra o seu governo e a favor de eleições diretas para a Presidência da República. Apenas em São Paulo, os organizadores do evento estimaram em 100 mil almas.

Acredito que, sem querer, tropeçamos em uma descoberta científica que pode mudar a história do país: o desdém de Michel, com ou sem o uso de mesóclises, é capaz de levar à mobilização popular.

A prova do crime do impeachment de Dilma

Por Marcelo Zero

Passou despercebida uma mudança muito significativa que ocorreu no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017, enviado pelo governo golpista ao Congresso Nacional.

No caput do artigo 4º agora se lê que os decretos suplementares são permitidos desde que estejam “de acordo com a meta de resultado primário fixada para o exercício de 2017”. Na LOA de 2015, esse mesmo artigo tinha uma redação diferente. Naquele ano, a redação dizia que os decretos suplementares seriam permitidos “desde que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o exercício de 2015”.

Um golpe com sangue nos olhos

Por Flávia Martinelli, no site dos Jornalistas Livres:

Começou com sangue nos olhos. Um globo ocular dilacerado, cego e, por uma dessas ironias amaldiçoadas, esquerdo. Deborah Fabri, a estudante de 19 anos atingida por estilhaços de bala na primeira manifestação depois do golpe, foi perfurada em muito mais do que em seu direito de se manifestar. Figura de linguagem já não cabe mais na retórica da repressão inaugurada pelo golpista.

Houve também uma câmera fotográfica destroçada. A quantidade pedaços quebrados denuncia a ira do arremesso. E, ainda, centenas de olhos inflamados por spray de pimenta. Choro de gás e de inconformidade. “Mão na cabeça e cara virada pro muro, filho da puta! Olha pro chão, vândalo do caralho!”, é a clássica ordem de prisão policial da tropa de Geraldo Alckmin. E não dá para esquecer do olhar dos refletores do poder.

Temer: ou não governa ou cai!

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Com a consumação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade e com a violação da Constituição, o que caracteriza o golpe, o país se encaminha para uma perigosa e irresponsável aventura política cuja desfecho é imprevisível. Mesmo que a democracia brasileira seja jovem, padecendo de enfermidades de nascença e muito imperfeita, não se pode brincar de democracia violentando a soberania popular e caçando 54 milhões de votos.

"Dona Folha" não sabe mais contar?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.

O que levou Lauro Jardim a ser alcagueta?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Conheço Lauro Jardim. Levei-o para a revista Exame, de onde ele saiu para a Veja, e depois para a Globo.

É um bom cara. Não fosse, não o teria contratado. Ou o teria demitido logo. Caráter sempre foi um requisito indispensável nas equipes que montei ao longo de 25 anos como editor de revistas.

Lauro está longe de ser um canalha fundamental, como Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo.

Tudo isso dito, pergunto: o que teria acontecido com o bom, sorridente Lauro para cometer uma barbaridade como a publicação do endereço em que Dilma vai morar no Rio de Janeiro?

A mídia golpista e a repressão ao povo

Editorial do site Vermelho:

A imagem da televisão era reveladora e constrangedora. Uma equipe de reportagem da Globo News acompanhava, ao vivo, em São Paulo a repressão à manifestação ocorrida, na noite do fatídico dia 31 de agosto, contra o golpe. Protegido pela tropa de choque da PM, o repórter narrava o empenho dos manifestantes em escapar da "caçada policial" pelas ruas do centro da capital paulista. E bradava: são “arruaceiros” e “baderneiros”.

"Diretas Já" farão tremer o chão de Temer

Por Bepe Damasco, em seu blog:                      

Não adianta criminalizar as manifestações do Fora Temer que ocorrem em todo o país, como fazem os jornalões a serviço da plutocracia. Tampouco as porradas da polícia fascista de Alckmin afastarão os patriotas das ruas. A repressão brutal e criminosa chegou até a cegar uma jovem manifestante. Mas quem está do lado certo da história não esmorece.

Ao contrário, a violência do Estado contra cidadãos, coisa típica de regimes de exceção como o que vivemos, terá o condão de engrossar cada vez mais os protestos. E da paisagem das ações de resistência democrática já brotam as faixas e palavras de ordem com potencial para unificar os progressistas, por um lado, e provocar um terremoto sob os pés dos canalhas que roubaram 54 milhões de votos: Diretas Já.

Mídia construiu a narrativa do golpe

Por Ivana Bentes, no site The Intercept Brasil:

Eis que a profecia autorrealizável se cumpriu. “PT deixa o governo após 13 anos” é a frase-slogan de triunfo de um grupo político 4 vezes derrotado nas eleições e estampado neste 31 de agosto de 2016 no site da Globo, deixando claro o que estava em jogo no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A operação jurídico-midiática que viabilizou o impeachment também explicitou um fato sabido: o negócio da mídia brasileira não é jornalismo e nem notícias, é construção de crise, instabilidade e “normalidade”. É o que podemos chamar também de novelização das notícias e uma tentativa exaustiva de “direção de realidade”.

Marcela, a Maria Antonieta do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Um dia após a consumação do golpe no Brasil, o jornal suíço “Tagesanzeiger” ironiza o mais famoso ‘conto de fadas’ brasileiro: Die brasilianische Marie Antoinette.

Marcela Temer é comparada à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido.

Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.

Assim se constrói um novo consenso

Por Priscila Figueiredo, no site Outras Palavras:

Na edição do Jornal da Globo da última quarta-feira, quando a votação dos senadores decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff, William Waack surgiu como tendo tirado um grande peso das costas. Não só ele, na verdade. A sua locução mais tarde, no bloco tradicional dos gols da rodada, continuaria naturalmente a tonalidade do bloco político. O céu se abriu no jornal e quase sem nuvens seguiria no programa seguinte, com Jô Soares e sua bancada agora de seis moças, risonhas e concertadas. Não se percebia nem sinal de rivalidade ou outra dissonância - estavam todos eram indignados com o fatiamento da votação pelo ministro Lewandovsky: “A Constituição de 88 foi rasgada!”, dizia o humorista. 

O jornalismo barnabé e o golpe

Por Mario Vitor Santos, na revista CartaCapital:

Este golpe não aconteceria sem a liderança da mídia. Ela foi a protagonista de primeira hora. Desde cedo, os jornais se incomodavam com o que consideravam “fraqueza” da oposição aos governos petistas e se dispuseram assim a substituí-la.

Para a ruptura institucional de agora, a mídia foi mais importante do que Eduardo Cunha. Antes de Cunha reunir as condições para desatar o impeachment, a mídia já tinha cerrado fileiras, engatado o revezamento de esforços complementares.