quinta-feira, 23 de abril de 2020
O coveiro e o carniceiro
Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus Foto: Edmar Barros/AP |
Depois de uma semana de recolhimento desde que assumiu o cargo, o novo ministro da saúde finalmente reapareceu e mostrou a que veio.
Na reaparição, Nelson Teich confirmou que tem todas as credenciais para ser um ministro sob medida para o necro-governo do genocida Bolsonaro [aqui].
Continua difícil, por enquanto, entender quais foram as motivações pessoais e profissionais – ou os interesses negociais – que levaram Nelson Teich a aceitar ficar encaixotado dentro do pacote fechado que Bolsonaro lhe impôs.
Ele ganhou o cargo assumindo de antemão o compromisso de implementar a estratégia genocida previamente definida, e de ser tutelado por um general como seu vice-ministro – ou o general como o ministro real, enquanto ele, como “médico” [ou empresário da saúde privada], empresta um verniz técnico à operação.
Bolsonaro barganha com a velha política
Editorial do site Vermelho:
Diante do perda de apoio crescente do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e na sociedade, ele se movimenta para tentar enfraquecer o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vem defendendo as prerrogativas constitucionais do Poder Legislativo e apoiando a orientação de isolamento social.
Bolsonaro ataca o Congresso, mas pratica ao surrado toma lá dá cá para tentar obter apoio de setores do parlamento. Negocia abertamente com Roberto Jeferson, símbolo da chamada “velha política” que Bolsonaro demagogicamente amaldiçoa.
Diante do perda de apoio crescente do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e na sociedade, ele se movimenta para tentar enfraquecer o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vem defendendo as prerrogativas constitucionais do Poder Legislativo e apoiando a orientação de isolamento social.
Bolsonaro ataca o Congresso, mas pratica ao surrado toma lá dá cá para tentar obter apoio de setores do parlamento. Negocia abertamente com Roberto Jeferson, símbolo da chamada “velha política” que Bolsonaro demagogicamente amaldiçoa.
Uma grande iniciativa para o 1º de Maio
Por João Guilherme Vargas Netto
Quando todas as centrais sindicais resolveram comemorar o 1º de Maio sem ajuntamento físico de pessoas, mas com suporte eletrônico, demonstraram sua capacidade de usar as novas tecnologias em benefício dos trabalhadores e de sua liderança, dando vazão ao sentimento unitário de luta que as anima.
Acresce-se a este procedimento elogiável a dupla correção do conteúdo afirmado das manifestações (Saúde, Emprego, Renda e Democracia) e a ampliação do leque de personalidades políticas convidadas a participarem do evento, além dos artistas que ao longo dos anos abrilhantaram as comemorações.
Quando todas as centrais sindicais resolveram comemorar o 1º de Maio sem ajuntamento físico de pessoas, mas com suporte eletrônico, demonstraram sua capacidade de usar as novas tecnologias em benefício dos trabalhadores e de sua liderança, dando vazão ao sentimento unitário de luta que as anima.
Acresce-se a este procedimento elogiável a dupla correção do conteúdo afirmado das manifestações (Saúde, Emprego, Renda e Democracia) e a ampliação do leque de personalidades políticas convidadas a participarem do evento, além dos artistas que ao longo dos anos abrilhantaram as comemorações.
O legado de Lenin
Por Umberto Martins
Há 150 anos, no dia 22 de abril de 1870, nascia Vladimir Ilitch Lenin, o grande teórico e comandante da revolução soviética. Lenin revolucionou a ideologia marxista, promovendo ao mesmo tempo uma ruptura com o marxismo oficial ou hegemônico da época, liderado pelo alemão Karl Kaustky, e o resgate e a continuidade do espírito revolucionário da doutrina formulada por Marx e Engels.
Enaltecendo a originalidade e ousadia do pensamento leninista, o filósofo italiano Antonio Gramsci escreveu, em 1917, um artigo sugestivamente intitulado “A revolução contra O capital”. As previsões usuais entre os marxistas era de que um acontecimento do gênero (revolução socialista) só seria possível nos países capitalistas mais avançados, o que não era o caso da Rússia.
Há 150 anos, no dia 22 de abril de 1870, nascia Vladimir Ilitch Lenin, o grande teórico e comandante da revolução soviética. Lenin revolucionou a ideologia marxista, promovendo ao mesmo tempo uma ruptura com o marxismo oficial ou hegemônico da época, liderado pelo alemão Karl Kaustky, e o resgate e a continuidade do espírito revolucionário da doutrina formulada por Marx e Engels.
Enaltecendo a originalidade e ousadia do pensamento leninista, o filósofo italiano Antonio Gramsci escreveu, em 1917, um artigo sugestivamente intitulado “A revolução contra O capital”. As previsões usuais entre os marxistas era de que um acontecimento do gênero (revolução socialista) só seria possível nos países capitalistas mais avançados, o que não era o caso da Rússia.
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Mortes em alta, isolamento em baixa
Por Fernando Brito, em seu blog:
Passaram hoje de 45 mil as mortes de norte-americanos por conta do novo coronavírus.
Rapidamente, o “grande irmão do Norte” aproxima-se das perdas de 58 mil cidadãos que se foram na insana Guerra do Vietnã, em seis anos de envolvimento total, desde Lyndon Johnson até Richard Nixon.
Em dois meses, não em cinco anos, como então.
Apenas nas últimas 24 horas, 2805 mortes, um recorde.
No entanto, no auge de uma guerra contra uma maré infecciosa, tudo o que se ouve é se pedir que as pessoas saiam de suas trincheiras domésticas, levantem-se e vão morrer no contágio.
Passaram hoje de 45 mil as mortes de norte-americanos por conta do novo coronavírus.
Rapidamente, o “grande irmão do Norte” aproxima-se das perdas de 58 mil cidadãos que se foram na insana Guerra do Vietnã, em seis anos de envolvimento total, desde Lyndon Johnson até Richard Nixon.
Em dois meses, não em cinco anos, como então.
Apenas nas últimas 24 horas, 2805 mortes, um recorde.
No entanto, no auge de uma guerra contra uma maré infecciosa, tudo o que se ouve é se pedir que as pessoas saiam de suas trincheiras domésticas, levantem-se e vão morrer no contágio.
Um caminho perigoso e sem volta
Por Eric Nepomuceno
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
Dizem que Luiz XIV, o monarca do absolutismo francês, disse o que ninguém conseguiu provar que disse: “O Estado sou eu”. Anos depois, morreu de gangrena.
Jair Messias diz que não disse o que disse e foi gravado e mostrado para quem quisesse ver.
Na manhã seguinte, se desdisse.
Até aí, nada de novo: em sua versão tão peculiar de integridade, já chegou a desmentir o que havia dito não no dia anterior, mas horas antes.
Agora, uma inovação: ao dizer que não tinha ido apoiar a manifestação de extrema-direita que pedia um golpe militar com ele no poder, Jair Messias lançou sua versão pessoal da tal frase.
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