domingo, 7 de julho de 2024

Globo é responsável pelo bolsonarismo

O militar e a fé religiosa

Tomada de Jerusalém. Reprodução
Por Manuel Domingos Neto

Um vídeo circulou essa semana mostrando um auditório repleto de militares numa celebração religiosa falsamente apresentada como neopentecostal. Na verdade, tratava-se de rotineira celebração da Páscoa dos militares que, desde a Segunda Guerra Mundial, ocorre à margem do calendário da Igreja Católica.

A postagem maldosa inquietou brasileiros preocupados com as ameaças à democracia: de instituições militares e policiais contaminadas por fundamentalismos religiosos só cabe esperar aberrações sem limites.

Até a recente invasão da Faixa de Gaza, eu recorria à descrição da tomada de Jerusalém do bispo francês Raymond d’Agile para exemplificar a santificação do derramamento de sangue:

Bolívia e o golpe por tentativa e erro

Foto: Governo da Bolívia
Por Jair de Souza

Antes de entrar diretamente no assunto relativo à Bolívia, queria refrescar a memória de nossos leitores sobre um fato ocorrido há mais de 51 anos, em outro país.

Em 29/06/1973, durante a primeira experiência de construção do socialismo através das vias da democracia liberal que estava sendo levada adiante sob o comando de Salvador Allende, no Chile, houve uma rebelião militar encabeçada pelo Tenente-Coronel Roberto Souper, cujo objetivo declarado era pôr fim ao governo da Unidad Popular. Foi a movimentação que ficou conhecida como o “tanquetazo”.

Em poucas horas, o levantamento foi sufocado pelas forças que se mantiveram alinhadas às diretrizes do governo constitucional. À cabeça das tropas legalistas estava o então comandante geral do exército indicado pelo presidente Salvador Allende, o general Augusto Pinochet.

Os EUA e o mundo sob sua regência

Charge: Peter Kuper
Por Roberto Amaral, em seu blog:

“Roma desabara, afinal, ao peso de tanta grandeza e de tanto crime” (Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma)

No teatro elisabetano, o coro era figura sem presença na trama, inventada para anunciar ou esclarecer passagens futuras na tragédia ou no drama. Com a tosca aparição nas telas da CNN, no último 15 de junho, os atuais postulantes da Casa Branca ilustraram a decadência política da sociedade estadunidense, da qual são fruto legítimo, assim como foi produto inevitável o lento e previsível declínio do império romano, ensandecido pela loucura do poder supremo e universal.

Qualquer que seja o resultado das eleições dos EUA no próximo 5 de novembro, o constrangedor debate (pelo que anunciou) já pode se candidatar como um dos fatos históricos mais relevantes da década. Porque, na sua comédia e na sua tragédia, a cena bufa de atores medíocres mais do que revelar, em imagem de corpo inteiro, o declínio do império, projetou o inevitável fim de sua hegemonia, que não tem data para tomar forma, tanto quanto não se sabe o preço que ainda cobrará à humanidade, em sua marcha presente para um “fascismo de outro tipo”, que a imprensa e a academia batizaram de extrema-direita.

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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Qual a força da imprensa independente?

Milei mata a Télam e a comunicação pública

Charge: Serko em seu blog
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Os déspotas, sempre que chegam ao poder, atacam primeiramente a instituições de Cultura e de Comunicação Pública.

Assim fez Temer, em 2016, investindo contra o MinC e contra a EBC.

O governo de Javier Milei, o trêfego que governa a Argentina, anunciou ontem a morte definitiva da Télam, que há 70 anos figura entre as agências de notícias mais importantes do mundo.

"A Télam, como a conhecíamos, deixou de existir", tuitou o porta-voz presidencial Manuel Adorni no sábado. Depois veio o boletim oficial anunciando a vingança torpe de Milei contra a agência que considerava esquerdista.

A Télam “deixará de operar, tal como foi criada originalmente, nas atividades de serviços jornalísticos e como agência de notícias”, e passará a funcionar “com um novo enfoque estratégico, como agência de publicidade e propaganda” disse depois o boletim oficial.

Três indicadores do grau da democracia

Charge: Gilmar
Por João Guilherme Vargas Netto


Para meu uso adoto três indicadores para avaliar o grau de democracia política efetiva em uma sociedade: leitores de jornais, filiados a partidos políticos e sindicalizados. (Os indicadores são outros quando se trata de democracia sócio-econômica: um prato de comida, um emprego e uma sala de aula).

A leitura do jornal, reflexiva, que era para Hegel a oração da manhã do homem moderno, ainda hoje em tempo de redes sociais e de internet, é um indicador seguro de preocupação cidadã; compara-se o número de leitores com o número de alfabetizados.

A filiação a partidos políticos (mesmo que não represente a militância ou as votações) é um indicador para o papel desempenhado pelos partidos na vida democrática, aferindo-se a relação entre filiados e eleitores.