Reproduzo artigo de João Franzin, da Agência Sindical:
Toda luta tem um centro, um fator que decide. Numa eleição, esse fator é a quantidade de votos.
O Brasil tem hoje cerca de 130 milhões de eleitores. Destes, mais de 29 milhões estão concentrados no Estado de São Paulo.
O movimento sindical, que, em sua esmagadora maioria, está com Dilma, precisa ficar atento a esse fato, ou seja, aos mais de 29 milhões de paulistas, onde 51,99% são votos femininos.
Deve levar em conta, também, que, hoje, José Serra, ganha a batalha nesse terreno, pela forte presença do PSDB entre os paulistas, pela hegemonia do partido que já dura duas décadas e pelo fato óbvio de que Serra é amplamente conhecido do povo paulista.
Portanto, é aqui, no Estado mais rico e estruturado da União, que a campanha de Dilma deve ir pra ofensiva com o movimento sindical. É uma ação, que se fosse eu, faria assim:
1)Divulgaria amplamente, entre os próprios trabalhadores, os ganhos dos trabalhadores e do povo mais pobre durante o governo Lula;
2)Compararia, mais com números e menos com discursos, os governos Lula e FHC;
3)Organizaria ações específicas para a mulher trabalhadora, porque, além de ser maioria no eleitorado, é junto às eleitoras que Dilma tem pior performance.
Isso ajuda. Mas não basta. O trabalhador formal já tem, de certa forma, consciência dos avanços com Lula. Falta fazer com que ele multiplique esse conhecimento para seu círculo profissional, familiar e social.
É preciso crescer ainda mais para baixo. Há uma grande faixa da população de pobres, de informais, de moradores das periferias extremas que não têm consciência clara dos avanços por meio dos aumentos no salário mínimo, dos ganhos dos aposentados, dos benefícios do luz para todos, do bolsa-família e de outros avanços. É nessa faixa que Dilma pode crescer mais. E o movimento sindical é uma das poucas forças da sociedade que pode chegar nesse povão e que sabe como conversar com essa gente.
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