Por Altamiro Borges
A política de juros estratosféricos e de total libertinagem cambial continua atraindo bilhões de dólares do exterior. Somente nos dois primeiros meses deste ano, até 4 de maço, a entrada líquida de moeda estrangeira (diferença entre ingressos e saídas) foi de US$ 24,356 bilhões, mais que o verificado em todo o ano de 2010 (US$ 24,354 bilhões).
Parte desta grana serve unicamente à especulação financeira – é o chamado “capital-motel”, que ingressa no país atraído pelos juros elevados, aufere rápidos rendimentos e depois desaparece. Outra parte é usada em investimentos de médio e longo prazo, como na aquisição de empresas e de terras. Está um curso um acelerado processo de desnacionalização do campo brasileiro.
Ao sabor do “deus-mercado”
Em 2010, o governo Lula até adotou algumas medidas para conter a gula do capital especulativo, como o aumento da tributação sobre investimento estrangeiro em renda fixa. Na fase recente, o Banco Central também vem comprando dólares, como forma de evitar a valorização artificial do real. Nos últimos dois meses, ele entesourou o equivalente a 44% das aquisições do ano passado.
Estas tímidas medidas, porém, tem impacto quase nulo em decorrência da teimosia ortodoxa do governo nas políticas monetária e cambial, que deixam o país ao sabor do “deus-mercado”. Atraído pelos juros altos e beneficiado pela libertinagem financeira, o capital estrangeiro continua causando estragos no país. A enxurrada de dólares valoriza artificialmente a moeda nacional.
Luz amarela no Palácio do Planalto
O resultado é desastroso. A baixa cotação do dólar torna os produtos estrangeiros mais baratos e incentiva as importações. Na outra ponta, o real forte prejudica a indústria nacional, que perde competitividade no mercado mundial e reduz as exportações. O dólar fraco também favorece viagens ao exterior e o uso do cartão de crédito internacional, abalando as reservas nacionais.
Segundo recente matéria da Folha (11), parece que finalmente o Palácio do Planalto acendeu a luz amarela. Técnicos do BC e do Ministério da Fazenda já teriam preparado medidas mais fortes na área cambial, que aguardam agora o aval da presidenta Dilma. “A equipe econômica chegou a um consenso de que é preciso fazer algo para reduzir o impacto da entrada de dólares no país”.
Queda abrupta do crescimento
É evidente que qualquer iniciativa neste sentido vai esbarrar na gritaria dos rentistas e dos seus agentes na mídia corporativa. A pressão nesta área – feita nos bastidores e com seus recadinhos na imprensa – é violenta. Se o governo Dilma ceder novamente ao “deus-mercado”, os efeitos tendem a ser agravar, com as empresas reduzindo a produção e, como efeito, os empregos.
Os recentes aumentos na taxa de juros, na Selic, e a persistência em manter a libertinagem cambial já provocam forte retração na economia. A taxa de crescimento do país deslizou de 7,5% para 3,5% neste início de 2011. Mesmo assim, os rentistas criticam a “moderação do governo” e exige doses mais cavalares da ortodoxia neoliberal, usando sempre a fantasma das “expectativas inflacionárias”. Será que o governo Dilma Rousseff vai enfrentar a gritaria da ditadura financeira?
A política de juros estratosféricos e de total libertinagem cambial continua atraindo bilhões de dólares do exterior. Somente nos dois primeiros meses deste ano, até 4 de maço, a entrada líquida de moeda estrangeira (diferença entre ingressos e saídas) foi de US$ 24,356 bilhões, mais que o verificado em todo o ano de 2010 (US$ 24,354 bilhões).
Parte desta grana serve unicamente à especulação financeira – é o chamado “capital-motel”, que ingressa no país atraído pelos juros elevados, aufere rápidos rendimentos e depois desaparece. Outra parte é usada em investimentos de médio e longo prazo, como na aquisição de empresas e de terras. Está um curso um acelerado processo de desnacionalização do campo brasileiro.
Ao sabor do “deus-mercado”
Em 2010, o governo Lula até adotou algumas medidas para conter a gula do capital especulativo, como o aumento da tributação sobre investimento estrangeiro em renda fixa. Na fase recente, o Banco Central também vem comprando dólares, como forma de evitar a valorização artificial do real. Nos últimos dois meses, ele entesourou o equivalente a 44% das aquisições do ano passado.
Estas tímidas medidas, porém, tem impacto quase nulo em decorrência da teimosia ortodoxa do governo nas políticas monetária e cambial, que deixam o país ao sabor do “deus-mercado”. Atraído pelos juros altos e beneficiado pela libertinagem financeira, o capital estrangeiro continua causando estragos no país. A enxurrada de dólares valoriza artificialmente a moeda nacional.
Luz amarela no Palácio do Planalto
O resultado é desastroso. A baixa cotação do dólar torna os produtos estrangeiros mais baratos e incentiva as importações. Na outra ponta, o real forte prejudica a indústria nacional, que perde competitividade no mercado mundial e reduz as exportações. O dólar fraco também favorece viagens ao exterior e o uso do cartão de crédito internacional, abalando as reservas nacionais.
Segundo recente matéria da Folha (11), parece que finalmente o Palácio do Planalto acendeu a luz amarela. Técnicos do BC e do Ministério da Fazenda já teriam preparado medidas mais fortes na área cambial, que aguardam agora o aval da presidenta Dilma. “A equipe econômica chegou a um consenso de que é preciso fazer algo para reduzir o impacto da entrada de dólares no país”.
Queda abrupta do crescimento
É evidente que qualquer iniciativa neste sentido vai esbarrar na gritaria dos rentistas e dos seus agentes na mídia corporativa. A pressão nesta área – feita nos bastidores e com seus recadinhos na imprensa – é violenta. Se o governo Dilma ceder novamente ao “deus-mercado”, os efeitos tendem a ser agravar, com as empresas reduzindo a produção e, como efeito, os empregos.
Os recentes aumentos na taxa de juros, na Selic, e a persistência em manter a libertinagem cambial já provocam forte retração na economia. A taxa de crescimento do país deslizou de 7,5% para 3,5% neste início de 2011. Mesmo assim, os rentistas criticam a “moderação do governo” e exige doses mais cavalares da ortodoxia neoliberal, usando sempre a fantasma das “expectativas inflacionárias”. Será que o governo Dilma Rousseff vai enfrentar a gritaria da ditadura financeira?
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