Os protestos agitaram a Itália nesta terça-feira (6). Segundo relatos das agências de notícias, milhares de trabalhadores foram às ruas das principais cidades para rechaçar o plano de austeridade do governo de Silvio Berlusconi, apresentado em 12 de agosto. A Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), a maior central sindical do país, convocou greve geral contra o aperto fiscal.
Um país à beira do abismo
A Itália, sob o desastroso comando dos neoliberais, afunda na crise capitalista que abala a Europa. Berlusconi, o fascistóide que controla a maior parte da mídia italiana, decidiu jogar o ônus da crise nas costas dos trabalhadores. Seu pacote de “austeridade”, que agora está em análise no parlamento, congela salários, demite servidores públicos e mantém intacto o lucro dos capitalistas.
“É um plano que este país não merece. Estamos à beira do abismo e precisamos de um governo responsável”, afirma a secretária-geral da Cgil, Susanna Camusso. A greve geral, porém, não teve a adesão do conjunto do sindicalismo. Mesmo assim, vôos foram cancelados e trens, metrôs e ônibus operaram com restrições. Pontos turísticos, como o Coliseu de Roma, foram fechados.
“Vou embora desse país de merda”
Desde meados do ano, a Itália assiste uma crescente onda de protesto, que abala ainda mais a frágil popularidade de Berlusconi. O primeiro-ministro bravateiro está envolvido em inúmeros escândalos de corrupção e nas constantes orgias sexuais, inclusive com menores de idade. Seus dias no governo parecem que estão contatos e o próprio já manifesta certo desespero. Ele teme a cadeia!
“Dentro de alguns meses vou embora deste país de merda, que me causa náusea”, disse Berlusconi numa conversa de 15 minutos com seu amigo Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti. O bate-papo entre os dois barões da mídia foi grampeado com a autorização da Procuradoria de Nápoles, que investiga as suas sujeiras. Realmente, a Itália não merece esse “merda”.
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