domingo, 22 de janeiro de 2012

PM expulsa moradores do Pinheirinho

Por Fábio M. Michel, na Rede Brasil Atual:

Apesar de um acordo firmado na última quarta-feira (18) no Tribunal de Justiça de São Paulo para que fosse adiado o cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse da área conhecida por Pinheirinho, em São José dos Campos/SP, a Polícia Militar está no local para retirar os milhares de moradores, cumprindo nova ordem judicial. A ação é violenta.



A PM paulista também desrespeita uma decisão do Tribunal Regional Federal, que por volta das 11h fez comunicar ao comando das operações que a desocupação estava suspensa, segundo despacho assinado pelo juiz plantonista Samuel de Castro Barbosa Melo.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de S. José dos Campos, que apoia a luta da comunidade por moradia, a PM paulista chegou ao local sem um único assistente social, que devem acompanhar esse tipo de operação e sem ninguém para indicar para onde os milhares de moradores devem se transferir.

"Vieram pra quebrar tudo mesmo, estão passando por cima de todo mundo e atirando nas pessoas", acusa Herbert Claro, diretor do sindicato. Segundo o ativista, uma escola estadual próxima ao local está sendo usada pela polícia para as detenções. Relatos dão conta de pelo menos três mortos até as 12h30 do domingo.

Defensores dos moradores e ativistas do movimento por moradia acusam o prefeito da cidade, Eduardo Cury (PSDB) de agir contra os moradores, em parceria com o governador Geraldo Alckmin.

A Tropa de Choque invadiu o Pinheirinho neste domingo, dia 22, cumprindo a ordem de reintegração determinada pela juiza civel Márcia Loureiro. Segundo a prefeitura de São José, cidade do Vale do Paraíba a cerca de 100 quilômetros da capital paulista, a comunidade abriga cerca de 5,5 mil pessoas.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de S. José, que apoia os moradores da comunidade, a reintegração começou às 6h desta manhã .

Desde o primeiro despacho judicial ordenando a desocupação da área de 1 milhão de metros quadrados - que pertence à massa falida de uma empresa do megaespeculador Naji Nahas - os moradores prometem "resistir até a morte" para permanecer em suas casas, enquanto prosseguem a luta pelo direito à moradia.

Segundo jornalistas no local, um carro blindado da PM paulista liderou a ação policial, seguido por soldados da Tropa de Choque e da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tudo monitorado por dois helicópteros da corporação. Na tentativa de conter a invasão, os moradores atearam fogo em barricadas que haviam armado em alguns pontos de acesso à área.

Cerca de 2 mil policiais militares foram destacados para retirar os ocupantes. O efetivo conta ainda com soldados da Guarda Civil Metropolitana da cidade.

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