Apesar das ilusões ainda existentes sobre o papel da mídia partidarizada, ninguém está imune aos seus ataques. A revista Época desta semana resolveu concentrar a sua artilharia contra o governador de Pernambuco e presidente PSB, Eduardo Campos. Não se sabe ainda as razões do tiroteio: se políticas, visando desgastá-lo ou enquadrá-lo, ou comerciais. Mas a bordoada foi dura e implacável!
A publicação da famiglia Marinho, que até agora não se dignou a tratar do escândalo da privataria tucana, documentado no livro de Amaury Ribeiro e alvo do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), simplesmente decidiu requentar velhas denúncias contra o líder do PSB, um dos principais partidos da base de sustentação da presidenta Dilma Rousseff.
Motivo de cobiça política
Nas entrelinhas, porém, a reportagem de Andrei Meirelles deixa implícitos os motivos do ataque. A revista está atenta à crescente influência política do governador pernambucano e já afia suas garras. Eduardo Campos é alvo de cobiça política e os “pauteiros” da Época estão monitorando os seus passos. O tratamento dispensado a ele dependerá de suas futuras escolhas, indica a matéria:
“Eduardo Campos é hoje um curinga no jogo da sucessão presidencial de 2014. Depois de virar protagonista da política nacional, ele é cortejado tanto por petistas como por tucanos – os adversários de sempre – como uma possível opção de candidato a vice-presidente numa chapa para o Palácio do Planalto. Campos é visto ainda como uma possível terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto, sustentada numa eventual aliança da esquerda não petista com o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab”.
O retorno dos precatórios
Para mostrar que tem bala na agulha, a revista então resgata uma denúncia da década de 1990, época em que o hoje governador era secretário de governo do seu avô, Miguel Arraes, e foi acusado por realizar operações ilegais com títulos públicos, no famoso escândalo dos precatórios. Época afirma que o caso ainda está em aberto e que pode ter conseqüências desastrosas para as pretensões do líder do PSB.
O tom da matéria é ameaçador. Lembra que Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em 2006 e reeleito em 2010, “com mais de 80% dos votos, numa campanha em que o escândalo dos precatórios deixou de ser relevante. Seus adversários na campanha de 2010 dormiram no ponto”. A revista, então, trata de dar munição pesada aos seus atuais e futuros "adversários” políticos.
Aplainando o terreno para 2014
Eduardo Campos já foi absolvido no caso dos precatórios pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, a revista alerta que “ele não conseguiu a mesma certidão de ‘nada consta’ em outro julgamento, de natureza administrativa”. Época, sempre atenta às movimentações de lideranças de centro-esquerda, relata que teve acesso a documentos inéditos que revelam que, cinco anos depois da decisão do STF, o atual governador foi condenado neste quesito. Esse seria o ponto fraco do líder do PSB.
Procurado pela revista, o governador emitiu nota afirmando que a condenação de natureza administrativa “não é definitiva, além de contrariar frontalmente o posicionamento de todas as outras instâncias”. Mesmo assim, a revista dispensou farto espaço para fustigar Eduardo Campos. Chega a insinuar que ele poderia ser incluído entre os políticos “fichas sujas”. Como se observa, o jogo será pesado para a disputa presidencial de 2014, que terá o seu primeiro round nas eleições municipais deste ano.
2 comentários:
Vi Eduardo Campos na solenidade da TV Record, aqui em Recife, alegre e dando as boas vindas a Record por ter pego os Diários associados para trasmitir a sua programação.
Cutucou a Globo..!
Os nazifacistas do pig não admitem outro pernambucano na presidencia. Um já foi demais. Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire aliados do PiG concordam com essa opinião do PiG.
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