domingo, 18 de março de 2012

Bradesco lidera ranking de reclamações

Por Altamiro Borges

O Procon de São Paulo divulgou nesta semana o ranking das empresas que mais atazanam seus clientes em 2011. Após cinco anos seguidos na liderança, a multinacional espanhola Telefônica perdeu o vergonhoso posto para o Bradesco. O órgão de defesa do consumidor recebeu 1.723 queixas contra o banco “privado” – 49% a mais do que em 2010.


28.164 queixas dos serviços bancários

Em segundo lugar no vexaminoso ranking ficou a B2W, responsável pelos sites Americanas, Submarino e Shoptime. A companhia, maior varejista online do país, recebeu 1.574 reclamações – 387% a mais que no ano anterior. Por determinação do Procon-SP, ela inclusive foi proibida de vender mercadorias por 72 horas, mas ela recorreu à Justiça e voltou a operar seu serviço na internet.

Na sequência, em terceiro lugar, aparece outra instituição financeira, o Itaú-Unibanco. Considerando-se todas as reclamações de 2011, os bancos foram os mais criticados. No total, foram 28.164 queixas de clientes. “Os canais de atendimento ao consumidor e a ouvidoria dos bancos não conseguem solucionar coisas básicas”, afirma Selma do Amaral, diretora de atendimento do Procon.

Mídia corporativa ofuscará o ranking

Por ocasião do Dia Mundial do Consumidor, em 15 de março, o Procon-SP informou que passará a divulgar online o ranking das 30 empresas que geram mais queixas. “A lista será atualizada diariamente e estará disponível no site www.procon.sp.gov.br, indicando também as irregularidades e o índice de solução dos fornecedores aos casos reclamados”.

Este serviço possibilitaria excelentes pautas jornalísticas. Mas, como ironizou o sempre atento Antônio Mello em seu blog, a mídia corporativa não deverá dar muito destaque ao ranking do Procon. Afinal, as empresas “privadas” que mais atazanam os clientes são as mesmas que investem fortunas em anúncios publicitários nos jornalões, revistonas e emissoras de televisão.

“Assunto tabu” na TV Globo

O Jornal Nacional da Globo, por exemplo, ignorou solenemente o Dia Mundial do Consumidor, “talvez porque a empresa campeã em mau atendimento ao consumidor seja o Grupo Bradesco, principal patrocinador do JN. Em 2010, o Bradesco desbancou o Itaú (então o patrocinador do JN), com uma cota de patrocínio de R$ 120 milhões”, lembra o blogueiro, que complementa:

“Certamente, em nome dessa parceria, Ali Kamel e seus comandados chutaram pro alto o Código de Ética, lançado com pompa e circunstância pela Rede Globo, que, na Seção I, Item 1, afirma: ‘Não pode haver assuntos tabus. Tudo aquilo que for de interesse público, tudo aquilo que for notícia, deve ser publicado, analisado, discutido’. Ao não fazer a reportagem, o JN mostra que é realmente parceiro de seu patrocinador, ambos desrespeitando seus clientes, consumidores, telespectadores”.

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Leia também:

- Quem financia a decadente revista Veja

- Os incomensuráveis lucros dos bancos

- Carta desabafo de uma bancária à TV Globo

2 comentários:

Berzé disse...

Veja ilustração q fiz ha 2 dias.
Abração!
Berzé

Anônimo disse...

Se não me falha a memória, mas pode ser que sim, em 1997 ou 8, Lula reclamava dos juros que os bancos estavam tendo na época, ninharia comparado aos de hoje ... E um político do PFL pediu para alguém avisar ao Lula que o objetivo dos bancos era mesmo o lucro, já que não eram entidades de caridade ou coisa parecida. pelo geito o Lula não só foi comunicado como aprendeu rapidamente a lição: nunca os bancos lucraram tanto como durante todo o governo PT. Óbvio que há gente que diz que é culpa de uma lei do FHC de 97 ou 98. Por que mesmo o Lula não revogou e/ou fez outra lei para acabar com isso? Porque na era Lula as Leis foram feitas de acordo com os negócios, principalmente aqueles que deixavam migalhas de 15 milhões de reais ao lulinha ... Será que isso é delírio meu? Sonho meu? Sonho meu?