Por Altamiro Borges
Na semana passada, o deputado Roberto Freire, chefão do PPS,
voltou a ocupar generosos espaços na mídia demotucana. Junto com o tucano
Álvaro Dias e o demo Agripino Maia, ele encaminhou representação à
Procuradoria-Geral da República exigindo apuração das denúncias do ministro
Gilmar Mendes de que teria sofrido pressão do ex-presidente Lula para abortar o
julgamento do chamado mensalão. Vaidoso, Freire brilhou nas telinhas da TV
Globo e de outras emissoras de tevê.
Hoje, porém, ele deve sumir dos noticiários – talvez seja
encontrado em algum cassino de Punta Del Leste, onde é frequentador assíduo,
segundo revelou recentemente o jornalista Tales Faria, do IG. O motivo deste
sumiço é outra representação, desta vez contra o deputado federal Stepan
Nercessian, eleito pelo PPS no Rio de Janeiro, que foi protocalada na Câmara
Federal.
R$ 175 do amigo Cachoeira
A representação é assinada pelo advogado Leandro Mello Frota
e solicita abertura de processo disciplinar contra o deputado, que se
licenciou “temporariamente” do PPS, para apurar a prática de atos
incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar. A iniciativa pode resultar na
cassação do mandato de Nercessian, o ator global que também estava sumido
da mídia.
Para quem não se lembra, o deputado foi flagrado numa escuta
telefônica da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, pedindo R$ 175 mil ao mafioso
Carlinhos Cachoeira. Caso seja instaurada a investigação, Stepan Nercessian será
notificado e terá o prazo de dez dias para apresentar a sua defesa junto à
Comissão de Ética do Congresso Nacional.
PPS vai apoiar a representação?
O deputado, uma das estrelas do PPS, é réu confesso por
quebra de decoro parlamentar. Em entrevista à Rádio Globo, em maio passado, ele
confessou que pediu um “empréstimo” de R$ 175 mil a Cachoeira em junho de 2011,
ou seja, durante o exercício do mandato. Ele também reconheceu na entrevista
que sabia das acusações de envolvimento do bicheiro com o crime organizado.
“Eu sabia que ele não tinha uma vida limpa e assumo que
errei”, afirmou Nercessian ao radialista Roberto Canázio. Ele também disse que
era amigo do mafioso há mais de 20 anos. Em sua representação, Leandro Mello argumenta que o artigo 55 da Constituição Federal
estabelece que “perderá o mandato o deputado ou senador cujo procedimento for
declarado incompatível com o decoro parlamentar”.
Será que Roberto Freire, o “ético”,
vai se pronunciar sobre o caso? E o PPS dará apoio à representação?
2 comentários:
Por quê, eu me pergunto, por quê carajo todo brasileiro escreve e fala errado o nome da cidade uruguaya Punta del Este?
Se fosse distante feito o Ceilão, ou se tivesse um nome todo em árabe, ou ainda se o leste e o este fossem a mesma coisa (são tão somente sentidos opostos)...
Não entendi o comentário. Todo mundo escreve Punta del Este, que, em português, deve significar algo como Ponta do Leste. Este e leste são, sim, a mesma coisa, o ponto cardeal que está à direita na rosa dos ventos. O oposto deles é o oeste.
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