Circulou ontem (31) a última edição do Jornal da Tarde, após
46 anos de existência. Já neste domingo (4) também deixará de existir o Diário
do Povo, fundado há cem anos e que circulava nos 24 municípios da região de
Campinas (SP). O fim destes dois jornais segue uma dinâmica mundial e comprova
a grave crise da mídia impressa. Entre outros fatores, ela decorre da explosão
da internet, que faz migrar os leitores, e também da perda de credibilidade dos
jornalões e revistonas, cada vez mais partidarizados e direitistas.
Em seu editorial de ontem, o Estadão lamentou a “saída de
cena” do JT, o irmão bastardo do grupo empresarial. Sem esboçar qualquer autocrítica
– um traço comum da velha e arrogante mídia “privada” –, ele criticou o advento
da internet. “As modernas ferramentas de comunicação estão no centro desse
estranho processo de regressão. A submissão acrítica ao fascínio da velocidade
sem rumo devolve a humanidade a uma crescente incapacidade de pensar e vai
reduzindo a vida a uma sucessão de reações automatizadas”. Patético!
Já no caso do Diário do Povo, o grupo RAC (Rede Anhanguera
de Comunicação) simplesmente informou que o fim do centenário jornal deveu-se a
sua inviabilidade financeira. Nos últimos 12 meses, segundo a empresa, a
circulação média do jornal foi de apenas 3,5 mil exemplares diários. Já o outro
diário do grupo, o Correio Popular, tem uma tiragem de 31,9 mil exemplares. A
ideia do grupo é reforçar o veículo que ainda atrai anúncios publicitários. Nada
de saudosismo ou críticas à internet – apenas negócios capitalistas.
A grave crise da mídia impressa tem abalado o modelo de
negócios dos velhos feudos midiáticos. A tiragem cai e os anúncios somem –
apesar do mercado publicitário estar em alta no país. De janeiro a agosto deste
ano, ele cresceu 10% e movimentou R$ 19,4 bilhões, segundo recente balanço do
Projeto Inter-Meios. Os jornais ainda ocupam o segundo lugar no bilionário ranking da publicidade – com participação de 11,4% e faturamento bruto de
R$ 2,2 bilhões até agosto. Mas o setor vem perdendo espaço para outras mídias.
A TV aberta continua na liderança folgada. Até agosto, ela
faturou R$ 12,6 bilhões e ficou com 65% do bolo publicitário. O meio que mais cresceu
no período foi o da TV por assinatura – alta de 16% e faturamento de R$ 888
milhões. Já o meio digital cresceu 14,33% e abocanhou R$ 980,9 milhões – 5% do
total. Segundo o Projeto Inter-Meios, não são apenas os jornais que perdem
espaço. As revistas também estão em queda. O setor encolheu 3,67% no período e
faturou R$ 1,2 bilhão – 6% de participação. A revista Veja que se cuide!
3 comentários:
A noticia boa seria mesmo o fechamento da Folha.Estadão,veja e o Globo seria muito bom! mari
A Rede Anhanguera de Comunicação pode ficar tranquila o prefeito eleito de Campinas não vai deixar de ajudar a imprensa campineira que tanto o ajudou nessas eleições.
Fechando a Rede Bobo será um ótima contribuição ao avanço da democracia no Brasil!!!!!!!!!!!!!!!!
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