Por Altamiro Borges
"Seria a maior derrota da oposição"
Falta de dinamismo e desespero
Um fantasma ronda o ninho tucano – e não tem nada a ver com
a cambaleante candidatura de Aécio Neves. Após quase duas décadas de hegemonia em
São Paulo, o PSDB teme perder o estratégico governo estadual. Segundo matéria
publicada no Estadão, que nunca reclamou da ausência de alternância no governo
paulista, o sinal de alerta já soou no Palácio dos Bandeirantes. “Alckmin corre
para dar uma marca à sua gestão”, alardeia o título da reportagem assinada por
Julia Duailibi e Bruno Boghossian.
O desespero começou a bater logo após o encerramento das
eleições municipais de outubro. O PSDB foi derrotado na capital paulista, o maior
colégio eleitoral do país, nas mais importantes cidades da região metropolitana
e em vários municípios de peso do interior do estado. As urnas confirmaram a
tal “fadiga do eleitorado”, conforme já havia reconhecido o próprio FHC. Diante desde resultado preocupante, os tucanos agora
procuram analisar as causas do declínio num estado considerado a fortaleza da
sigla.
“O governador Geraldo Alckmin (PSDB) entra na segunda fase
do seu mandato sem uma marca forte na administração, com obras em ritmo lento e
uma crise na área da segurança para administrar”, conclui o próprio Estadão. “Integrantes
do governo Alckmin admitem reservadamente que precisarão aprimorar a gestão e
marcar gols até 2014 para evitar que o sentimento de mudança que marcou a
eleição na capital se repita - e o governo de São Paulo, comandado
pelo PSDB desde 1995, passe às mãos dos petistas”.
O jornalão, que anunciou em editorial o apoio ao tucano José
Serra, é taxativo: “Seria a maior derrota da oposição no país”. Ele ainda lista
algumas das razões do declínio do PSDB em São Paulo. “Aliados do governador
afirmam que a administração é muito dependente da figura de Alckmin – que já
enfrenta desgastes por causa do aumento de assassinatos na Grande São Paulo.
Pesquisa Datafolha feita apenas na capital mostrou que caiu de 40% para 29% a
taxa dos que consideram o governo ótimo ou bom”.
O Estadão lembra que “os principais projetos tocados pela
equipe do Palácio dos Bandeirantes, que deveriam ser apresentados como vitrine
na campanha à reeleição, em 2014, ainda patinam. O trecho leste do Rodoanel,
por exemplo, deveria ficar pronto em 2014, mas, segundo integrantes do governo,
só 20% das desapropriações necessárias e 5% da terraplenagem foram realizadas
até agora”. Os investimentos na expansão e modernização do Metrô também estão bem
abaixo do prometido e esperado.
A falta de dinamismo da gestão inclusive tem irritado Geraldo
Alckmin, que abandonou a insossa figura do “picolé de chuchu”. No final do ano
passado, ele prometeu “pisar no acelerador” e anunciou investimentos de R$ 22
bilhões em 2012. “Integrantes do governo já admitem que apenas 65% desse valor
deve ser alcançado até o fim do ano. Insatisfeito com o desempenho, o
governador cobra que sua equipe entregue ‘medalhas’, ou seja, marcas em suas
áreas”. Alckmin já nem esconde as ácidas críticas aos seus secretários.
1 comentários:
Tá reclamando do que?! Pela teoria do "domínio do fato" ele devia saber do marasmo de seu desgoverno e é reonsável sim. Aliás, por qualquer teoria ele seria condenado, pois governa São Paulo desde que era vice do Mario Covas... Ele conhece bem pois participa da ditadura demotucana em SP há quase 20 anos! Não fez nada porque o PSDB não faz nada pelo povo, pela cidade. Só praticam a doutrina higienista...
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