Por Altamiro Borges
A empresa simplesmente “reintegrou” os demitidos na Webjet, companhia
que já está fora de operação. Com este golpe matreiro, os funcionários não
receberam em dezembro o salário e outros direitos, como a cesta básica. “Não houve
a efetiva reintegração. Eles [os empregados da Webjet] não estão trabalhando.
Foi uma simulação de reintegração”, explica o advogado do SNA, Álvaro Quintão. A
manobra, porém, fere a decisão judicial, que é explícita ao determinar a “reintegração
na empresa concentrante” – ou seja, na Gol.
A empresa aérea Gol até agora não cumpriu a decisão da
Justiça, tomada em dezembro passado pela 23ª Vara do Tribunal Regional do
Trabalho do Rio de Janeiro, de reintegrar os 850 trabalhadores demitidos após a
compra da Webjet. A denúncia foi feita nesta semana pelo Sindicato Nacional dos
Aeroviários (SNA), que anunciou também se que recusa a negociar com a direção
da companhia enquanto a readmissão não for efetuada. Segundo a entidade, a Gol
utilizou uma manobra para escapar da decisão judicial.
Uma audiência para discutir a impasse será feita no
Ministério Público Federal na próxima segunda-feira (21). A empresa tenta fugir
da decisão judicial e até enviou três convites oficiais ao sindicato para “discutir
as demissões”. Mas a entidade rejeita a “negociação” fajuta. “Já que não foi
cumprida a decisão judicial, não temos o que conversar... Moralmente, o sindicato não
pode chegar na empresa e dizer que concorda com as demissões. É um
absurdo depois de tudo isso”, explica Graziella Baggio, diretora do SNA.
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