Editorial do jornal Brasil de Fato:
A exploração imposta pelo colonizador europeu na América Latina deixou como herança profundas desigualdades sociais. Caio Prado Jr. denunciou a atualidade do passado colonial que se materializa e se reproduz nas estruturas da sociedade brasileira através do latifúndio, da superexploração da força de trabalho, da industrialização dependente, do caráter antinacional e antipopular da classe dominante brasileira, da desvalorização dos elementos da cultura nacional e popular etc. Mesmo referindo-se à formação social brasileira, podemos afirmar que esta caracterização é válida, com variações pontuais, para toda a América Latina.
Na busca de uma interpretação das formações sociais dependentes que subsidiassem transformações estruturais, Florestan Fernandes constatou que a grande maioria dos países de origem colonial sofreu um desenvolvimento capitalista deformado e que estas formações sociais não passaram pelas reformas nacionais, democráticas e populares. A reprodução do passado colonial na América Latina através da manutenção de formas de dominação arcaicas da classe dominante e da reprodução destas desigualdades sociais profundas significa, contemporaneamente, reafirmar o neocolonialismo como destino histórico de nosso continente.
Foi contra o colonialismo e pela concretização da soberania latino-americana que em diversos momentos se levantaram os povos de nossa região. Nesse sentido, a integração latino-americana surge como expressão do caminho de superação das estruturas coloniais. Disputar o destino histórico dessa região significa desenvolver o real potencial de seu povo. É possível afirmar que atualmente a América Latina está acumulando forças para concretizar esse sonho da integração.
A convergência de três fatores históricos vem favorecendo o avanço de um movimento de mudanças políticas, econômicas e sociais na América Latina. São eles, as mobilizações populares contra as traumáticas experiências dos governos neoliberais; o acúmulo de frentes de batalha por parte do imperialismo estadunidense; e a manifestação da crise econômica que castiga a Europa e o EUA. Estes três fatores abriram um flanco na correlação de forças internacional que favorece esse conjunto de mudanças em curso na América Latina.
Esse movimento de mudanças em curso na América Latina não expressa somente uma agenda pós neoliberal. Na verdade, o horizonte destas mudanças em curso é acumular forças para concretizar a integração latino-americana. Como bem afirma Theotônio dos Santos, a integração latino-americana é um fenômeno de longa duração e expressão de um destino histórico. Primeiro foi preciso superar e derrotar uma concepção burocrática e neoliberal de integração regional que coloca os destinos dos povos nas mãos do livre mercado. É na perspectiva de superar esta concepção neoliberal de integração regional que se insere a derrota do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O próprio Mercosul foi concebido sob influência dos dogmas neoliberais. Só a partir do surgimento de governos progressistas na região é que o Mercosul começa a ser redirecionado para convergir para outra concepção de integração.
Diversas iniciativas acumulam para a integração latino-americana. A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) não se restringem a uma concepção de integração meramente econômica, mas pautam também a integração dos povos e de suas culturas. O imperialismo tenta conter essa integração tentando concretizar um cisma, buscando atrair o Chile, a Colômbia e o México para sua área de influência. Outro elemento importante é a perda de credibilidade por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que é instrumento dos interesses do império. A tendência é a Celac assumir as funções institucionais que historicamente foram da OEA.
Certo mesmo é que a crise econômica mundial abre espaço para aprofundar a nossa integração. E a melhor forma de nossos países se protegerem da crise é aprofundando a integração da região. Uma integração fundada na soberania econômica e em reformas estruturais na sociedade. Atualmente o nível de Integração varia dependendo da correlação interna da luta política de cada país. Esse processo vai se nivelar e aprofundar ainda mais no momento em que condições objetivas e subjetivas convergirem para o avanço das lutas sociais na América Latina.
A reeleição do presidente Rafael Correa no Equador e demonstração de força do presidente Chávez ao retornar para Venezuela confirmam que a integração latino-americana segue firme e forte.
A exploração imposta pelo colonizador europeu na América Latina deixou como herança profundas desigualdades sociais. Caio Prado Jr. denunciou a atualidade do passado colonial que se materializa e se reproduz nas estruturas da sociedade brasileira através do latifúndio, da superexploração da força de trabalho, da industrialização dependente, do caráter antinacional e antipopular da classe dominante brasileira, da desvalorização dos elementos da cultura nacional e popular etc. Mesmo referindo-se à formação social brasileira, podemos afirmar que esta caracterização é válida, com variações pontuais, para toda a América Latina.
Na busca de uma interpretação das formações sociais dependentes que subsidiassem transformações estruturais, Florestan Fernandes constatou que a grande maioria dos países de origem colonial sofreu um desenvolvimento capitalista deformado e que estas formações sociais não passaram pelas reformas nacionais, democráticas e populares. A reprodução do passado colonial na América Latina através da manutenção de formas de dominação arcaicas da classe dominante e da reprodução destas desigualdades sociais profundas significa, contemporaneamente, reafirmar o neocolonialismo como destino histórico de nosso continente.
Foi contra o colonialismo e pela concretização da soberania latino-americana que em diversos momentos se levantaram os povos de nossa região. Nesse sentido, a integração latino-americana surge como expressão do caminho de superação das estruturas coloniais. Disputar o destino histórico dessa região significa desenvolver o real potencial de seu povo. É possível afirmar que atualmente a América Latina está acumulando forças para concretizar esse sonho da integração.
A convergência de três fatores históricos vem favorecendo o avanço de um movimento de mudanças políticas, econômicas e sociais na América Latina. São eles, as mobilizações populares contra as traumáticas experiências dos governos neoliberais; o acúmulo de frentes de batalha por parte do imperialismo estadunidense; e a manifestação da crise econômica que castiga a Europa e o EUA. Estes três fatores abriram um flanco na correlação de forças internacional que favorece esse conjunto de mudanças em curso na América Latina.
Esse movimento de mudanças em curso na América Latina não expressa somente uma agenda pós neoliberal. Na verdade, o horizonte destas mudanças em curso é acumular forças para concretizar a integração latino-americana. Como bem afirma Theotônio dos Santos, a integração latino-americana é um fenômeno de longa duração e expressão de um destino histórico. Primeiro foi preciso superar e derrotar uma concepção burocrática e neoliberal de integração regional que coloca os destinos dos povos nas mãos do livre mercado. É na perspectiva de superar esta concepção neoliberal de integração regional que se insere a derrota do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O próprio Mercosul foi concebido sob influência dos dogmas neoliberais. Só a partir do surgimento de governos progressistas na região é que o Mercosul começa a ser redirecionado para convergir para outra concepção de integração.
Diversas iniciativas acumulam para a integração latino-americana. A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) não se restringem a uma concepção de integração meramente econômica, mas pautam também a integração dos povos e de suas culturas. O imperialismo tenta conter essa integração tentando concretizar um cisma, buscando atrair o Chile, a Colômbia e o México para sua área de influência. Outro elemento importante é a perda de credibilidade por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), que é instrumento dos interesses do império. A tendência é a Celac assumir as funções institucionais que historicamente foram da OEA.
Certo mesmo é que a crise econômica mundial abre espaço para aprofundar a nossa integração. E a melhor forma de nossos países se protegerem da crise é aprofundando a integração da região. Uma integração fundada na soberania econômica e em reformas estruturais na sociedade. Atualmente o nível de Integração varia dependendo da correlação interna da luta política de cada país. Esse processo vai se nivelar e aprofundar ainda mais no momento em que condições objetivas e subjetivas convergirem para o avanço das lutas sociais na América Latina.
A reeleição do presidente Rafael Correa no Equador e demonstração de força do presidente Chávez ao retornar para Venezuela confirmam que a integração latino-americana segue firme e forte.
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