Por Altamiro Borges
Recente estudo da ONG Plan Internacional e do Instituto de
Pesquisas Overseas do Reino Unido apontou que a cada ponto de retração do Produto
Interno Bruto (PIB) morrem sete meninas a mais para cada mil nascimentos,
contra 1,5 meninos. “O relatório analisa como a crise afeta mulheres e
crianças, e indica que as famílias tomam decisões de saúde que afetam mais as
meninas. A pesquisa foi feita em 59 países, a maioria deles em vias de
desenvolvimento”, relatou o jornal espanhol El País de 24 de janeiro.
“Segundo o relatório, a alimentação deficiente contribui em mais de um terço para a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A situação torna-se muito mais grave conforme os preços dos alimentos aumentam e as mulheres não podem pagá-los. A expectativa de vida entre as meninas também é menor. O relatório indica que em tempos de recessão econômica esta cai em sete anos, enquanto a dos meninos, em seis... ‘As meninas são as últimas na cadeia’, diz Concha López”.
Vários estudos confirmam que as mulheres são as das
principais vítimas da crise mundial do capitalismo, que adquiriu maior gravidade
a partir de 2008 com a explosão da bolha financeira nos EUA. Elas se destacam
nas estatísticas do desemprego, da redução de salários e da regressão dos
direitos trabalhistas. Com a redução dos investimentos nas áreas sociais,
decorrente das políticas de “austeridade” que visam socorrer o capital
financeiro, a crise capitalista também provoca mais mortes entre as mulheres.
O próprio diário, que não esconde suas afinidades com as
políticas neoliberais de austeridade, observa que a razão desta tragédia “tem a
ver com a onda de cortes em gastos sociais em nível mundial, que dificultam o
acesso aos serviços básicos de saúde”. Há também aspectos culturais que
exacerbam o machismo. A desnutrição é outro fator que contribui para a grande
diferença de mortalidade. "As mulheres deixam de dar o peito antes e
privilegiam os homens sobre as meninas”, aponta Concha López, diretora da
ONG.
“Segundo o relatório, a alimentação deficiente contribui em mais de um terço para a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A situação torna-se muito mais grave conforme os preços dos alimentos aumentam e as mulheres não podem pagá-los. A expectativa de vida entre as meninas também é menor. O relatório indica que em tempos de recessão econômica esta cai em sete anos, enquanto a dos meninos, em seis... ‘As meninas são as últimas na cadeia’, diz Concha López”.
0 comentários:
Postar um comentário