Por Altamiro Borges
Segundo o jornal Valor, “José Serra disse a um interlocutor
em sua casa nesta semana que a presidência do PSDB é o único cargo que lhe
interessa para continuar no partido e compor com o senador Aécio Neves. A outro
interlocutor não disse isso tão expressamente, mas deixou claro que nem a
presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o órgão de estudos do partido,
nem a secretaria-geral, interessam-lhe. Serra considerou ‘uma ofensa’ o papel
secundário que tentam lhe conferir no processo de definições interno”.
A mídia até que tentou ocultar ao máximo as sangrentas bicadas no
ninho tucano, mas não deu mais para conter a sangria. Nesta semana, os
jornalões finalmente deram destaque para a violenta disputa entre o mineiro
Aécio Neves, o cambaleante presidencial do PSDB, e o paulista José Serra, o eterno
candidato da legenda. O clima é de guerra e há risco real de implosão no
principal partido da oposição de direita. Serra já mandou avisar que só fica na
sigla se abocanhar a sua presidência nacional.
Até Josias de Souza, muito ligado aos tucanos, teme o pior.
Em seu blog na Folha, ele informa que “alijado da composição da nova direção da
legenda, Serra ameaça abandonar o navio... Os tucanos ruminam a suspeita de que
Serra faz bico para chamar a atenção. Mas não teria peito para levantar voo.
Pelo sim, pelo não o presidenciável Aécio Neves, na bica de assumir o comando
do partido deve avistar-se com Serra nesta segunda-feira (18). Diz-se que Aécio
proporá a Serra uma harmonização dos respectivos interesses”.
Já o jornal O Globo, um dos principais antros da oposição de
direita, já dá como certa a fragmentação dos tucanos. Segundo a repórter Maria
Lima, “submerso desde a derrota para o petista
Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo, o ex-ministro e
ex-governador José Serra continua longe dos movimentos para impulsionar a
pré-candidatura do senador Aécio Neves (MG) a presidente da República pelo
PSDB. Aécio tentou uma aproximação com Serra em janeiro, mas não prosperou”.
Segundo a reportagem, Serra estaria muito descontente com
seu isolamento no partido. “Agora o tucano paulista está sendo sondado pelo
presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), que quer integrá-lo num
projeto ambicioso: a fusão do PPS com o nanico PMN, que poderia agregar
parlamentares da base governista e da oposição em direção à pré-candidatura do
governador pernambucano Eduardo Campos (PSB). Uma estimativa inicial dá conta
de que o projeto poderia reunir uma bancada de cerca de 40 deputados”.
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