segunda-feira, 22 de abril de 2013

Blogueiros entrevistam Amaury Ribeiro

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira, 23, a partir das 19 horas, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do livro "A privataria tucana", concederá entrevista exclusiva para a blogosfera e veículos da mídia alternativa. A coletiva será transmita ao vivo pela TVT e contará com a presença, entre outros, dos blogueiros Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna, Eduardo Guimarães, Conceição Lemes, Luiz Carlos Azenha, Renato Rovai e Conceição Oliveira. Os sítios Carta Maior, Vermelho e Rede Brasil Atual, as revistas Fórum e Caros Amigos e o jornal Brasil de Fato também participarão da atividade. A iniciativa é uma parceria da TVT e do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé.

Em recente manifesto, que já conta com mais de 7 mil adesões, jornalistas, blogueiros e intelectuais lançaram a candidatura de Amaury Ribeiro à Academia Brasileira de Letras (ABL). A ideia é fazer um contraponto irreverente à candidatura do "guru" tucano FHC, que inclusive já pediu para esquecer o que ele mesmo escreveu. Amaury Ribeiro é um dos jornalistas mais premiados do país e o seu último livro, "A privataria tucana", é um dos maiores sucessos dos últimos tempos - já vendeu mais de 150 mil exemplares. Não é para menos que manifesto ironizou no título "A privataria é imortal".

Na entrevista coletiva, Amaury Ribeiro falará sobre a sua candidatura à "imortal" da ABL e sobre o novo livro que pretende escrever - "A privataria tucana II". Ele também dará mais detalhes sobre o processo de privatização e entreguismo durante o reinado de FHC, o seu concorrente à imortalidade. Não perca a transmissão ao vivo, a partir das 19 horas, na TVT.

1 comentários:

iendiS disse...

Miro, veja a matéria do seguinte link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs11049913.htm

FHC, o hoje favorito à ABL, é repudiado por intelectuais em enquete promovida pela Folha em 1999!

Para os que não conseguirem abrir, peço a licença para colar a matéria:


São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999

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"Casa Grande e Senzala" e "Raízes do Brasil" são eleitos os melhores livros brasileiros de não-ficção de todos os tempos; obra de Fernando Henrique Cardoso não é citada
Freyre e Sérgio Buarque empatam
da Reportagem Local

Os anos politicamente tensos do pós-Revolução de 1930 foram também, para o Brasil, um momento decisivo do pensamento do país, em boa parte então direcionado à obsessiva definição de uma identidade nacional e de um projeto que pudesse plenamente realizá-la. Foi basicamente nesse contexto que brotaram "Casa Grande e Senzala" (1933) e "Raízes do Brasil" (1936).
O livro de Gilberto Freyre e o de Sérgio Buarque de Holanda encabeçam a lista dos 30 melhores livros brasileiros de não-ficção de todos os tempos, empatados em primeiro lugar, de acordo com a indicação de dez intelectuais ouvidos pela Folha (leia a lista de cada jurado nesta página e os 30 livros classificados no resultado final na página ao lado).
Os integrantes do júri observam o fato de que Gilberto Freyre e Sérgio Buarque -apesar de unidos aqui na primeira posição- mantinham, quando da publicação de suas obras, posições opostas na altamente politizada intelectualidade brasileira de então -Freyre associado à linha conservadora e Sérgio Buarque à progressista.
""Casa Grande e Senzala" foi submetida a uma exclusão por razões ideológicas, mas isso não tira em nada sua densidade", diz Bento Prado Jr. Ao que complementa Renato Janine Ribeiro: "Uma coisa é a nossa simpatia ideológica, outra é a relevância do texto". Maria Sylvia Carvalho Franco acredita, no entanto, que se trata no fundo de uma falsa discussão. Para ela, Sérgio Buarque foi, a seu modo, especificamente nesse livro, um conservador.
Há algumas curiosidades nessa lista de não-ficção brasileira. A maior parte das obras procura fazer uma síntese interpretativa do que seria o país, com ênfase na sociologia, na história e na literatura. Ainda que a relação abarque toda a história brasileira, a maioria dos textos escolhidos são deste século -27, contra 3 livros do século 19.
Há, por fim, ausências significativas. A principal delas é a de Fernando Henrique Cardoso, autor de volumosa obra em sociologia e um dos formuladores da chamada "teoria da dependência", mas que não chegou a ser citado por nenhum dos jurados.
Nicolau Sevcenko acredita haver nisso algo compreensível, na medida em que mencionar a obra de Fernando Henrique implicaria em reconhecer um autor que "renegou a própria obra". Rogério Cézar de Cerqueira Leite afirma que a não-lembrança do sociólogo é mais significativa quando se leva em conta o fato de parte dos especialistas consultados terem como origem a mesma Universidade de São Paulo, na qual o atual presidente da República lecionou.
Maria Sylvia Carvalho Franco, sua contemporânea, diz que FHC é ainda um autor bastante citado, sobretudo pela geração de brasilianistas norte-americanos. Argumenta, no entanto, que ela própria não o mencionaria, por acreditar que "a teoria da dependência e a adesão dele à globalização são duas maneiras diferentes de dourar a pílula do imperialismo".
(JOÃO BATISTA NATALI)