Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Agora cada um pode tirar mil conclusões, lições e análises sobre a batalha das últimas duas semanas em torno da Medida Provisória dos Portos, mas o fato concreto é que, depois de bater de frente com aliados e adversários, fazer concessões e cobrar fidelidades, atropelar regimentos e acordos, ao final a presidente Dilma Rousseff ganhou de goleada, tanto na Câmara como no Senado. E a oposição sumiu.
Na votação do Senado, na tarde desta quinta-feira, em somente oito horas, a MP 595 foi aprovada por 53 votos a favor e apenas 7 contrários, com 5 abstenções. Detalhe: dos 5 que não votaram, 4 eram do PSDB, o partido que sempre defendeu as privatizações, um dos principais pontos da medida do governo. O presidenciável tucano Aécio Neves, depois de fazer um duro discurso de ataques ao governo Dilma, sumiu de cena e nem votou.
Mas a pergunta que fica ao final desta guerra, feitas as contas de vencedores e vencidos, mortos e feridos, é uma só: precisava de tudo isso?
A MP dos Portos tramitou na Câmara e no Senado durante 120 dias, uma comissão mista chefiada pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) promoveu mais de uma centena de audiências, o governo teve tempo mais do que suficiente para montar a sua base de apoio (são apenas 90 deputados de oposição na Câmara contra 423 governistas), mas comprou várias brigas ao mesmo tempo, sem cuidar da retaguarda, e quase acabou sendo derrotado pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha, que montou sua própria bancada e resolveu afrontar o governo. Cunha, o verdadeiro líder da "oposição governista", perdeu por pouco: suas "emendas aglutinativas", que beneficiavam basicamente antigos concessionários de portos públicos e desfiguravam a MP, foram derrotadas pela estreita margem de 210 a 175 votos.
Em absoluta minoria no Senado, a oposição ainda tentou obstruir os trabalhos e mais uma vez, recorreu ao tapetão do STF, entrando com um mandado de segurança no meio da tarde para suspender a sessão. Às 22 horas, ou seja apenas duas antes do prazo final para a aprovação da MP, o ministro Celso Mello indeferiu a liminar.
Agora, a presidente Dilma Rousseff deverá vetar pelo menos uma das emendas aprovadas no sufoco, inclusive com o apoio do PT, a que permite a renovação por 25 anos dos contratos com portos públicos firmados depois de 1993, quando entrou em vigor a antiga Lei dos Portos.
Ficarão para a história as imagens dos senadores que aprovaram com tanta pressa a MP 595 que nem sequer leram o texto enviado pela Câmara após uma sessão que durou 22 horas, e as cenas patéticas dos deputados comendo no panelão, dormindo nas cadeiras e vendo jogo de futebol, como se estivessem no saguão de alguma estação rodoviária.
Vida que segue.
Agora cada um pode tirar mil conclusões, lições e análises sobre a batalha das últimas duas semanas em torno da Medida Provisória dos Portos, mas o fato concreto é que, depois de bater de frente com aliados e adversários, fazer concessões e cobrar fidelidades, atropelar regimentos e acordos, ao final a presidente Dilma Rousseff ganhou de goleada, tanto na Câmara como no Senado. E a oposição sumiu.
Na votação do Senado, na tarde desta quinta-feira, em somente oito horas, a MP 595 foi aprovada por 53 votos a favor e apenas 7 contrários, com 5 abstenções. Detalhe: dos 5 que não votaram, 4 eram do PSDB, o partido que sempre defendeu as privatizações, um dos principais pontos da medida do governo. O presidenciável tucano Aécio Neves, depois de fazer um duro discurso de ataques ao governo Dilma, sumiu de cena e nem votou.
Mas a pergunta que fica ao final desta guerra, feitas as contas de vencedores e vencidos, mortos e feridos, é uma só: precisava de tudo isso?
A MP dos Portos tramitou na Câmara e no Senado durante 120 dias, uma comissão mista chefiada pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) promoveu mais de uma centena de audiências, o governo teve tempo mais do que suficiente para montar a sua base de apoio (são apenas 90 deputados de oposição na Câmara contra 423 governistas), mas comprou várias brigas ao mesmo tempo, sem cuidar da retaguarda, e quase acabou sendo derrotado pelo líder do PMDB, Eduardo Cunha, que montou sua própria bancada e resolveu afrontar o governo. Cunha, o verdadeiro líder da "oposição governista", perdeu por pouco: suas "emendas aglutinativas", que beneficiavam basicamente antigos concessionários de portos públicos e desfiguravam a MP, foram derrotadas pela estreita margem de 210 a 175 votos.
Em absoluta minoria no Senado, a oposição ainda tentou obstruir os trabalhos e mais uma vez, recorreu ao tapetão do STF, entrando com um mandado de segurança no meio da tarde para suspender a sessão. Às 22 horas, ou seja apenas duas antes do prazo final para a aprovação da MP, o ministro Celso Mello indeferiu a liminar.
Agora, a presidente Dilma Rousseff deverá vetar pelo menos uma das emendas aprovadas no sufoco, inclusive com o apoio do PT, a que permite a renovação por 25 anos dos contratos com portos públicos firmados depois de 1993, quando entrou em vigor a antiga Lei dos Portos.
Ficarão para a história as imagens dos senadores que aprovaram com tanta pressa a MP 595 que nem sequer leram o texto enviado pela Câmara após uma sessão que durou 22 horas, e as cenas patéticas dos deputados comendo no panelão, dormindo nas cadeiras e vendo jogo de futebol, como se estivessem no saguão de alguma estação rodoviária.
Vida que segue.
2 comentários:
Andre Singer põe o dedo na ferida da MP dos Portos.
http://www.viomundo.com.br/politica/andre-singer-dilma-pode-ter-enterrado-sonho-de-recuperar-a-soberania-nacional.html
O Ricardo Kotscho está DENOVO distraido...
O processo de evolução do lider do PMDB não foi de dar na vista não. Foi uma ação estrategicamente montada aqui e lá fora.
Primeiro, deveriam ataca o Eike de um jeito que o rapaz não tivesse força reparadora e isso foi feito via bolsa de Nova York. As ações do Eike cairam de maneira orquestrada pelo maior banco nos EUA e por quê? Para dar força a Chevron? Sim, mas para barrar o porto de Açu que é será o mais moderno do pais.
Segundo, foi uma campanha ensaiada com a midia brasileira desmontando o menino de ouro tipo, era tudo uma ilusão e seu porto em Açu, mas como eles fizeram? De maneira generica atacando o Eike como um todo.
Dai por diante foi mamão com açúcar para o Eduardo Cunha. Então a Dilma não foi pega de surpresa não, o Eduardo Cunha que foi. Levou uma para aprender a ser gente.
Quando o Lula fez aquelas viagens com o Eike ele já estava sentindo o golpe sendo montado e agora fica na cara que o Daniel Dantas é mais forte do que eu pensava. Até um banco em Nova Iorque tentou ajudar a criatura, mas Dilma e mais.
O primeiro passo para a prisão a derrota de Daniel Dantas já foi dado, vai ser uma maratona, para será uma longa caminhada, mas uma vez começada não há como parar.
Agora sim, a privataria de Dantas recebe a energia purificadora , essa bactéria não aguenta a luz.
Postar um comentário