Por Altamiro Borges
A visita do papa Francisco é reveladora do complexo de vira-lata da mídia nativa. Além da overdose na exposição do evento – que transformou a programação das tevês numa espécie de missa pública e colocou em dúvida se o Brasil é realmente um país laico –, ainda há os que só veem defeitos na recepção ao líder católico. Tudo deu errado e a culpa, lógico, é da presidenta Dilma e da incompetência brasileira. Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” da Folha, não perde oportunidade para desferir as suas bicadas tucanas:
“Na chegada, o carro do papa Francisco espremido entre táxis e ônibus, num baita engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio, enquanto na larga pista ao lado, interditada, não se via uma única bicicleta. Um vexame inexplicável. Logo mais, no Palácio Guanabara, a presidente Dilma, em vez de um singelo discurso de boas-vindas ao papa, puxou e leu um discurso maior do que o da grande estrela do evento. Faltou ‘semancol’. Na mesma noite, enquanto o mundo queria saber a quantas andava o papa no Brasil, o que se via era uma guerra campal entre policiais, vândalos e infiltrados de toda ordem. Uma violência vergonhosa”.
A colunista chega a insinuar que o governo foi culpado pelo alagamento do campo de Guaratiba, previsto para o encerramento da maratona papal. “A culpa é só da chuva?”, fustiga. Ela nem sequer informa os seus leitores que a decisão de realizar a atividade no local foi da cúpula da igreja católica e não do governo. Para Cantanhêde, que até hoje morre de saudades do reinado neoliberal de FHC, todos estes incidentes comprovam a incapacidade dos brasileiros. “Competência zero”, esbraveja.
O complexo de vira-lata fica explícito quando a própria jornalista reforça as críticas maldosas de alguns veículos internacionais, como o New York Times e o Chicago Sun-Times. Este último jornal reflete a magoa da cidade em que é editado, que perdeu a disputa dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. “Perdemos para isso?”, questiona, ressentido. Na sua visão colonizada, a jornalista da “massa cheirosa” dá destaque para a frase preconceituosa do jornal ianque contra o Brasil. Que deprimente!
***
Em tempo: Nem todos na Folha padecem do mesmo complexo de vira-lata. Em sua coluna, o jornalista Nelson de Sá questiona o tipo de cobertura da visita papal feita pelas emissoras de televisão. Reproduzo o curto artigo para a reflexão dos que não se deixam contaminar pela fé cega:
*****
Na TV, evento é prévia kitsch da Olimpíada
NELSON DE SÁ – DE SÃO PAULO
A Globo interrompeu sua programação por cerca de dez minutos, às 19h30, para transmitir ao vivo a "Celebração da Palavra" com o papa Francisco, em Copacabana.
Mas o canal do papa foi, de novo, a Globo News, que entrou ao vivo com ele a partir das 9h40. Mas o melhor veio à noite, em Copacabana, na cerimônia que fez as vezes de abertura de Olimpíada. Foi quando o canal abraçou retórica e estética católicas. Na barra de informações, "Jovens representam a alegria do carioca".
Fafá de Belém foi a estrela. Na descrição da apresentadora Leilane Neubarth: "Ela me disse que estava com muito frio. Estava com um vestido bem leve, decotado, mas brincou: Meu coração está muito quente'".
Depois, a apresentadora deu seu testemunho: "Francisco tem essa doçura de tocar com delicadeza o coração das pessoas. Eu me incluo".
A visita do papa Francisco é reveladora do complexo de vira-lata da mídia nativa. Além da overdose na exposição do evento – que transformou a programação das tevês numa espécie de missa pública e colocou em dúvida se o Brasil é realmente um país laico –, ainda há os que só veem defeitos na recepção ao líder católico. Tudo deu errado e a culpa, lógico, é da presidenta Dilma e da incompetência brasileira. Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” da Folha, não perde oportunidade para desferir as suas bicadas tucanas:
“Na chegada, o carro do papa Francisco espremido entre táxis e ônibus, num baita engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio, enquanto na larga pista ao lado, interditada, não se via uma única bicicleta. Um vexame inexplicável. Logo mais, no Palácio Guanabara, a presidente Dilma, em vez de um singelo discurso de boas-vindas ao papa, puxou e leu um discurso maior do que o da grande estrela do evento. Faltou ‘semancol’. Na mesma noite, enquanto o mundo queria saber a quantas andava o papa no Brasil, o que se via era uma guerra campal entre policiais, vândalos e infiltrados de toda ordem. Uma violência vergonhosa”.
A colunista chega a insinuar que o governo foi culpado pelo alagamento do campo de Guaratiba, previsto para o encerramento da maratona papal. “A culpa é só da chuva?”, fustiga. Ela nem sequer informa os seus leitores que a decisão de realizar a atividade no local foi da cúpula da igreja católica e não do governo. Para Cantanhêde, que até hoje morre de saudades do reinado neoliberal de FHC, todos estes incidentes comprovam a incapacidade dos brasileiros. “Competência zero”, esbraveja.
O complexo de vira-lata fica explícito quando a própria jornalista reforça as críticas maldosas de alguns veículos internacionais, como o New York Times e o Chicago Sun-Times. Este último jornal reflete a magoa da cidade em que é editado, que perdeu a disputa dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. “Perdemos para isso?”, questiona, ressentido. Na sua visão colonizada, a jornalista da “massa cheirosa” dá destaque para a frase preconceituosa do jornal ianque contra o Brasil. Que deprimente!
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Em tempo: Nem todos na Folha padecem do mesmo complexo de vira-lata. Em sua coluna, o jornalista Nelson de Sá questiona o tipo de cobertura da visita papal feita pelas emissoras de televisão. Reproduzo o curto artigo para a reflexão dos que não se deixam contaminar pela fé cega:
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Na TV, evento é prévia kitsch da Olimpíada
NELSON DE SÁ – DE SÃO PAULO
A Globo interrompeu sua programação por cerca de dez minutos, às 19h30, para transmitir ao vivo a "Celebração da Palavra" com o papa Francisco, em Copacabana.
Mas o canal do papa foi, de novo, a Globo News, que entrou ao vivo com ele a partir das 9h40. Mas o melhor veio à noite, em Copacabana, na cerimônia que fez as vezes de abertura de Olimpíada. Foi quando o canal abraçou retórica e estética católicas. Na barra de informações, "Jovens representam a alegria do carioca".
Fafá de Belém foi a estrela. Na descrição da apresentadora Leilane Neubarth: "Ela me disse que estava com muito frio. Estava com um vestido bem leve, decotado, mas brincou: Meu coração está muito quente'".
Depois, a apresentadora deu seu testemunho: "Francisco tem essa doçura de tocar com delicadeza o coração das pessoas. Eu me incluo".
5 comentários:
excelente artigo, longa vida a esse blog!
essa gente reacionária e vendida ao imperialismo jamais vai aceitar que o Brasil e o seu povo mudaram, essa tentativa de mostrar um Brasil católico, que ignora toda a corrupção, pedofilia acobertada, homofobia e imoralidade do vaticano encontra nas ruas, nos protestos e na violência da PM contra o cidadão o seu contraste; somente quem é muito alienado, como a bicuda fascista da folha, é que vai dar crédito a essas imagens mentirosas da mídia golpista porque dentro das paróquias vazias Brasil afora, a realidade é outra...
A Jornalista da "massa cheirosa" nao falou nenhuma mentira. Vc deve ser um Petista cego e alienado.
Nem tanto e nem tampouco! O Brasil vem gradativamente buscando, lutando, aprendendo, mas levando bordoadas de seu próprio governo. Tem os prós e os contra. Um país bonito, rico, com um povo que vem acordando, mas desconfiados. Grita, esbraveja, mas se afasta resmungando, mas alerta!Contra uma massa governamental de corrupção, imoralidade, violência ao extremo. Eliane não mentiu, mas se empolgou com os contras e esqueceu dos prós.
Cantanhêde tem o CHEIRO de vira-lata recalcada.
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