Finalmente, já não era sem tempo… A Justiça mandou o governador tucano Geraldo Alckmin refazer todo o processo que ele move contra a Siemens, determinando que inclua na ação judicial e processe, também, as outras 19 empresas que integraram o cartel montado em conluio com os governos do PSDB de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra e que funcionou nas áreas de transportes públicos em São Paulo.
Será que o governador Geraldo Alckmin e sua assessoria técnico-jurídica não sabiam o real significado da palavra cartel? Não sabiam que é a união de várias empresas para lesar e cometer irregularidades num jogo de cartas marcadas em concorrências públicas e licitações?
Pois é, apesar de ser este o significado da palavra, e do cartel ter se formado e funcionado durante anos em São Paulo com várias empresas, Alckmin só processa a Siemens, a multinacional que em troca de benefícios judiciais futuros delatou o esquema ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Gigantesco, esquema só pode ter sido montado em conluio com tucanos
Agora a Justiça determinou que a ação do governo PSDB paulista contra a Siemens seja refeita para incluir as outras empresas que participaram do escandaloso esquema montado sob vistas grossas dos tucanos. Ou quem sabe, sob vistas finas, muito abertas do tucanato que há 20 anos se reveza no governo do Estado (reveza-se, em termos, porque são sempre os mesmos, Covas foi governador duas vezes, Alckmin três, Serra uma…).
Ao determinar a Alckmin a completa revisão do processo, a Justiça pondera que processar só a Siemens não condiz com a definição de cartel: a ação de um grupo de empresas para combinar o resultado e os valores de uma concorrência. Só Alckmin e seus técnicos e assessores jurídicos não sabiam disso! Na denúncia ao Cade, a Siemens afirma que havia 20 empresas no conluio.
Em nota a Procuradoria-Geral do Estado afirma que acatará a determinação judicial. Geraldo Alckmin, em entrevista agora há pouco, também diz que a cumprirá. Poderia ser diferente? Quem sabe agora Alckmin para com aqueles seus mantras de que pedirá ressarcimento e punirá “com rigor” quem lesou o Estado – só que ele processava apenas uma das empresas que armaram o cartel.
2 comentários:
Enquanto se faz conta tentando avaliar a quantidade de recurso público roubado, eles fazem de conta que nem é com eles e exigem tratamento formal, de acordo com protocolos de gala.
Fico a imaginar os tratamentos na próxima ação penal no STF: "sua excelência o réu".
É tudo combinado, a justiça fez isto para os tucanos ganharem mais tempo. É imbromation, na veia.
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